The Curse

Letters And Notes.

Hermione encarou a vela. Nada aconteceu, uma hora se passou e nada aconteceu. Ela vinha estudando magia não verbal na última semana e tinha sido fácil, mas agora Draco insistia em ensiná-la magia sem varinha, afirmando que um bruxo que torna sua varinha uma muleta nunca será um grande bruxo e como a garota era orgulhosa, queria aprender o máximo que podia.

Quando seus olhos estavam quase sangrando, fez uma pausa para vasculhar a sacola que levara. Ela estava nos jardins praticando, pois achou que uma mudança de ares talvez ajudasse com a magia, o que no caso não estava acontecendo, mas não custava tentar. Encontrou pão fresco, uma garrafa de chocolate magicamente aquecido e um bilhete de Draco que dizia, "Estou entediado. Alguma faísca?"

Eles vinham trocando esses bilhetes constantemente, principalmente quando a garota se irritava com a presença do outro e o expulsava da biblioteca ou partia para estudar em qualquer outro lugar do castelo, que de preferência fosse o mais distante possível do loiro e seu flertes. Assim, ela não se surpreendeu que uma pena mágica que não precisava de tinta tivesse se agitado no fundo da sacola. Então a morena pegou a pena e rabiscou sua resposta no meio da carta "Não, enxerido. Não tem coisas mais importantes a fazer?" e depois observou o papel sumir de suas mãos.

A carta voltou um momento depois. "Estou vendo Theo e Pan discutindo, de novo, por causa do chá. Você me submeteu a isso quando me expulsou do seu treinamento. Achei que fosse nosso dia de folga."

Ela riu com deboche e escreveu em resposta "Tadinho do Draquinho. A vida é tão difícil.". Novamente o papel sumiu e, então, reapareceu; a letra dele agora estava perto do alto do papel, a única parte de espaço vazio que restara. "A vida é melhor quando você está por perto.". Hermione quase pôde sentir Draco esperando do outro lado, na sala ensolarada do café da manhã, prestando atenção em parte à briga entre os dois amigos. E um leve sorriso surgiu nos lábios da garota. "Você é um galanteador sem-vergonha." escreveu de volta.

A página sumiu, e ela ficou observando sua palma aberta, esperando que retornasse. "Faço o que posso. Agora volte aos estudos. Se não acender essa vela vai ficar sem almoço!". Hermione apenas revirou os olhos e se voltou para a vela.

Quando a pequena chama se acendeu Hermione saltou de alegria e começou a fazer uma dancinha vergonhosa de vitória, totalmente alheia a presença do outro bruxo que a observava.

- Finalmente! Já estava me conformando a ficar sem almoço. - Provocou surgindo por entre as árvores nevadas. Com suas roupas escuras ele sempre se destacava na paisagem invernal.

- Idiota. - Falou e num gesto infantil deu língua para ele.

- E eu aqui pensando que estávamos terminando a educação mágica de uma bruxa adulta de 20 anos. - Riu.

- Você fala como se fosse muito mais velho, mas eu bem sei que só fará 21 daqui a três semanas, ou seja, só é mais velho do que eu por quatro meses.

- Tudo bem sabe-tudo Granger. Vamos almoçar porque eu já estou faminto. - Afirmou derrotado enquanto entrelaçava o braço ao da garota e voltavam juntos para o calor do castelo.

Hermione tinha gostado daquela clareira, que usara para praticar pela manhã, de modo que atarde ela e Draco voltaram para o mesmo lugar para treinarem Aparatação. O bruxo tinha lhe explicado a teoria alguns dias atrás, mas ela também não tinha tido muito sucesso. Diferente daquela manhã ela tinha deixado o outro ficar e ajudar, o que se revelou uma péssima ideia porquê ele apenas a provocava mais e mais enquanto aparecia e desaparecia a irritando e incentivando a tentar.

Draco havia sumido de novo. E surgiu, poucos segundos depois, atrás da garota, tão perto que a respiração dele fez cócegas na orelha da morena quando ele falou: