Acordei mais cedo do que o combinado, eu estava ansiosa para conversar com o Bruce, a Ruby e o Steve ainda estavam dormindo, eu me levantei lentamente para eles não acordar, fui até o banheiro, tomei um banho, me arrumei e desci pra preparar algo pra comer, desci as escadas e me assustei com um rapaz entrando pela porta.
- Oi, bom dia. - sorriu.
- Quem é você? que susto. - coloquei a mão na testa.
- Me desculpa, você deve ser a Ruby? - sorriu.
- Não, eu sou a amiga dela a Bela.
- Prazer Bela, eu sou o Max. - esticou o braço.
- Ah oi, prazer. - sorri e o cumprimentei.
- Eu sou o jardineiro da Dona Alice, geralmente eu chego mais cedo que o normal.
- Você não tem cara de jardineiro. - sorri.
- Tenho cara de que?
- Sei lá, é porque você é tão novo e trabalha com jardinagem.
- Alguém precisa sustentar a família.
- Está certo, ér... eu preciso preparar algo para comer, fique a vontade para fazer seu trabalho.
- Obrigado. - sorriu.Ele foi para o quintal, eu fui até a cozinha e fiz um leite quente e panquecas com mel, me sentei na mesa e comecei a comer, olhei meu celular e não tinha nenhuma mensagem da minha mãe, então eu resolvi ligar mais uma vez.
- Atende mãe, atende. - pensei alto.
- Esse telefone está fora de área ou não pode receber esse tipo de ligação no momento...
- DROGA. - joguei o celular na mesa.
Terminei de comer e esperei o motorista do Bruce me buscar, fiquei sentada na sala e escutei o barulho da buzina, olhei pela janela e era ele, peguei minha bolsa e sai.
- Bom dia Senhorita. - sorriu.
- Bom dia. - sorri.O silêncio tomou conta do carro e eu tentei ligar novamente para minha mãe e caiu na caixa postal novamente.
- Que ódio. - pensei alto.
- Algum problema Bela?
- Nada demais. - sorri timidamente.Chegamos na empresa e a Luiza veio me receber.
- Bom dia Bela, o Bruce ainda não chegou, mas já mandou mensagem avisando que está a caminho.
- Tudo bem, obrigada.
- Você está bem? - se aproximou.
- Estou sim, apenas preocupada com a minha mãe.
- Relaxa, ela está bem. - segurou minha mão.
- Obrigada Luiza. - sorri.- Bom dia meninas. - sorriu.
- Bom dia Bruce. - respirei fundo.
- Vamos Bela, temos muitos assuntos para tratar.Acompanhei o Bruce até a sala dele e ele pediu para eu me sentar, eu estava nervosa, minha mão estava soando, ele se sentou logo em seguida e ficou parado me olhando.
- Posso começar?
- Deve.
- Quando meu segurança e motorista viram o seu Pai colocando o bebê no carro eles me ligaram e eu pedi para o seu Pai entregar a Amber para eles...flashback
Joe
Desci até o estacionamento e me aproximei do carro e dois homens se aproximaram, eu engoli o seco e andei na direção deles.
- Joe Morphine suponho?
- Ér... sim, sou eu.
- Sou o segurança do Bruce Jackson e ele me pediu para buscar a bebê.
- Tudo bem, falei com ele no telefone.
- Então anda logo, não tenho todo tempo do mundo.Abri a porta do carro e a bebê chorava muito, eu peguei ela no colo e dei para o rapaz.
- E esses papéis?
- Não é nada demais. - engoli o seco.
- Me dê. - esticou o braço.
- Não é nada demais, o Bruce não vai querer esses papéis velhos.
- ME DÊ. - ordenou com o tom alto.
- Ér... ok, tudo bem. - respirei fundo.Peguei o prontuário e dei para o rapaz, eles sairam e eu respirei fundo, eu estava nervoso e tremendo, me sentei no banco do carro para me acalmar.
flashback off
- O papel era o prontuário médico?
- Sim, nele estava escrito o seu nome e foi ai que eu descobri o que ele fez, vendeu a própria neta.
- Por que não veio atrás de mim antes?
- Eu não queria saber quem era a mãe biológica da Amber, até porque o seu Pai falou que ela tinha morrido, então eu não li o prontuário e guardei ele em um lugar seguro e só quando a Amber fizesse 3 anos eu iria entrar em contato com a familia da mae biológica para contar a verdade.
- Ai você leu e viu que era eu? depois de 3 anos?
- Exato, eu comentei o caso com a Mary e por coincidência ela te conhecia, disse que você trabalhava com ela.
- Isso está estranho. - me levantei.
- A familia Clarkes são sócios do meu restaurante no Texas e eu pedi para Ste Clarke entrar em contato com a Mary e pedisse para contratar o buffet do restaurante, eu queria que o Bailey fosse até você.
- Então foi tudo uma armação? - comecei andar de um lado para o outro.
- Armação do bem, a gente queria te trazer pra cá.
- A minha transferência também foi uma armação?
- Na verdade não, a gente vai te contratar, mas queríamos você perto da Amber também, você tinha esse direito, o seu Pai tentou me ameaçar, mas eu ignorei ele.
- Então eu não estava errada. - me sentei.
- O que?
- Eu vi ele ameaçando alguém no celular, foi você.
- Sim, ele estava com medo de eu contar a verdade, ele sabia que eu sabia sobre você.
- Eu não acredito que meu Pai foi tão podre assim.
- O seu Pai não presta Bela, ele nunca prestou.
- Era só isso?
- Sim, essa é a história completa.
- Meu Deus. - comecei a chorar.
- Se acalma, quer uma água?
- Sim. - concordei com a cabeça.Ele pegou o telefone e pediu para a Luiza trazer água até a sala.
- Bela eu sei que é difícil, mas pensa bem, agora você tem a sua filha, ela não morreu. - sorriu.
- Sim, eu estou feliz, mas o meu Pai destruiu meu coração, ele não tinha esse direito.
- O que você vai fazer?
- Denunciar ele, já temos as filmagens, temos provas, você, o Bailey e o Digo.
- Você tem certeza que quer colocar seu Pai na cadeia?
- Sim, eu tenho. - sequei as lágrimas.- Com licença, Bela aqui está sua água. - sorriu.
- Obrigada Luiza. - sorri.
- Com licença. - saiu da sala.Fiquei conversando com o Bruce mais um pouco e decidi voltar para a casa dos avós da Ruby, eu precisava contar isso para o Steve e para minha mãe, agradeci o Bruce e entrei no elevador, andei pelos corredores chorando, os funcionários ficaram me olhando com olhar estranho e eu os ignorei, sai da empresa correndo e esbarrei com o Bailey.
- Ei olha pra frente.
- Me desculpa, eu sou atrap... - parei de falar.
- Atralhada, já sei, de novo você esbarrando em mim. - sorriu.
- Me desculpa Bailey, preciso ir. - comecei andar.
- Ei o que aconteceu? meu pai contou o resto da história? - se aproximou.
- Sim. - concordei com a cabeça.
- Quer falar sobre o assunto?
- Bailey obrigada, mas eu realmente preciso ficar sozinha.
- Tem certeza?
- Sim, eu tenho, tchau.Deixei ele falando sozinho e andei sem nem saber para aonde estava indo, nem sabia como iria voltar para a casa dos avós da Ruby, o motorista do Bruce não estava lá para me dar uma carona, continuei andando e o Bailey veio correndo e pediu para eu parar.
- Espera Bela. - se aproximou.
- O que você quer Bailey? eu preciso ficar sozinha.
- Você está indo pro lado errado.
- Ainda bem, já estou perdida mesmo.
- Não fala isso, você é forte, vai superar isso.
- Não, eu não vou, meu Pai mentiu pra mim por 3 anos, eu sofri por 3 anos achando que minha filha tinha morrido e ele sabia de toda verdade e não me contou nada.
- Ele não iria contar Bela.
- Eu sei, mas ele deveria ter contado, ele estragou minha vida por 3 anos. - comecei a chorar.
- Posso te dar um abraço?
- Sim. - concordei com a cabeça.
- Bela o mundo é cruel, as pessoas são cruéis, você tem que ser forte. - secou minhas lágrimas.
- Obrigada Bailey. - abaixei a cabeça.
- Quer uma carona?
- Não quero te atrapalhar, você precisa trabalhar.
- Eu posso cancelar tudo pra te fazer companhia.
- Não, não precisa, você tem suas responsabilidades.
- Tabom, mas hoje eu não me importo com elas.Ele pegou o celular no bolso e soltou um sorriso.
- Alô Luiza, cancela todos meus compromissos de hoje, estarei ocupado o dia todo, obrigado.
Ele desligou o celular e sorriu, ele fica tão lindo quando sorri, suas covinhas aparecem e seus olhos fecham.
- Vamos? - esticou o braço para me dar a mão.
- Obrigada por me ajudar.
- Não precisa agradecer. - sorriu.
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Por Voce. (COMPLETO)
Ficção AdolescenteBela Morphine é uma jovem sonhadora, foi mãe nova, mas infelizmente perdeu sua filha, com o decorrer da sua vida ela vai descobrir coisas que irá mudar sua história completamente. Todos os livros estão disponibilizados gratuitamente, por favor sem p...