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Yatra

Suor escorre do meu rosto. Apesar de ser inverno, meu corpo todo está quente, carregado pela adrenalina.

Amarro as faixas nos dedos e me preparo.
Meu pai surge, silenciosamente. Um soco atinge meu abdômen. Eu arfo, recuando, de surpresa.

"Você está fora de forma, Sebástian."
Ele ri. Apesar do tom descontraído, sei que isso foi uma crítica severa e que eu vou sofrer as consequências mais tarde.

Meu pai está em cima de mim, me deixando tomar todas as decisões. Isabella ainda está desaparecida, apesar de todos os nossos esforços para achá-la.

Vejo na severidade dos olhos dele que está ficando furioso comigo. Não te criei pra ser incompetente, Sebástian. Está me decepcionando. Seu semblante é duro e cruel.

Ele aproveita da minha distração pra me desferir um golpe forte no peito, fazendo um mata Leão.
Minha garganta arde pela falta de oxigênio. Meu rosto arde de agonia. Quase lá.

Então eu golpeio seu rosto com toda a minha força. Ele me solta. Meus pulmões gritam por ar. Respiro com dificuldade, molhado de suor pelo esforço.

Ele se levanta rapidamente, rindo.
"Ah, Sebástian. Você é sentimental igual a sua mãe era. Admita que ela está tirando seu juízo."

Fico calado, absorvendo meu ódio, sentindo a minha fúria reprimida dando sinal.
Ele dá uma risada alta, amarga.
"Você é tão sujo quanto eu, Sebástian."

Eu aproveito que ele está de costas para golpea-lo por trás, atigindo sua nuca.
Ele cai no chão e eu fico em cima dele, pressionando sua garganta com o antebraço.
Tenho que usar a minha força pra não deixar a minha parte sombria tomar conta, porque se isso acontecer, vou matá-lo.

"Não brinque comigo, Pai. Não tenho 11 anos, não sou um garoto. Se precisar te dar uma lição pra se lembrar qual é seu lugar, eu o farei. Vou achá-la e trazê-la e você não vai me atrapalhar. Ou isso vai te custar tudo. Inclusive a vida."

Os olhos dele brilham de perigo. Herdei dele esse gene maldoso. Quando eu tiver Isabella nas mãos, vou machucá-la, vou tê-la em minhas mãos, sob o meu domínio.

Eu o solto. Ele sorri, mas não de uma forma gentil. Meu pai está fazendo minha parte cruel se esvair. Estou perdendo o controle.
"Isso não pode acontecer."

Murmuro, abismado com os meus pensamentos.
Isabella não pode ser minha. Ela é minha... Não, não. Minha mãe morreu me fazendo prometer que eu seria um bom rapaz.

E eu estou me tornando um assassino, um viciado na dor alheia. Passo a mão no cabelo, me sentando no chão.

A confusão na minha cabeça me perturba mais do que eu gostaria de admitir.
Me lembro do meu sonho e a minha mente doi, confusa pelo caráter que eu vou assumir. Tenho medo da escuridão que habita em mim.

Puxo ela para o quarto, sem acender a luz. Prefiro com as luzes apagadas.
Isabella acaricia meu braço, suavemente. Eu a agarro e a prendo na parede.
Aperto sua coxa, e a beijo no pescoço, sugando sua pele macia depois. Ela arfa levemente, demonstrando incômodo.
"Yatra, está me machucando."

"Shhh, hoje não, querida. Hoje você vai fazer o que eu quero. Entendido?"
Ela assente, assustada.
Eu a jogo na cama, sem cuidado.
A amarro com as amarras de couro. Ela tenta não parecer surpresa, mas seus olhos a entregam.

Dou um tapa em seu rosto, o que a faz recuar o rosto, surpresa com o gesto. Rasgo sua roupa, deixando-a somente de lingerie.

A beijo. Seus lábios se retraem no início, mas ela logo se entrega. Mordo seu lábio, a machucando. Sinto gosto do sangue dela, e isso só me excita mais.

Rasgo a calcinha dela e há umidade ali. O macabro e a dor a atraem também. Ela sente prazer nisso, assim como eu.

Distribuo beijos no seu corpo, deixando ela excitada.
De uma vez, a penetro. Vou fundo, e tiro, lentamente. Penetro só a superfície e saio. Fico nesse jogo lento até que ela me implore.

Em poucos minutos, ela gunhe.
"Me fode."
Eu me satisfaço com o seu tom de prazer.
"Não ouvi."

"Por favor. Me. Fode."
Ela diz, arfando ansiosamente.
A penetro com profundidade e mantenho o ritmo. Em poucos minutos, ela chega ao ponto máximo.

Deixei marcas em seu corpo esbelto, marcas roxas, de violência. Minha mente grita. Está errado, eu a machuquei.
"Você está bem?"

Ela me olha, com os olhos ardentes e o sorriso doentio.
"Eu estou mais que bem."
Ela sussurra.

Observo enquanto se consome de prazer.
Eu uso os dedos para lhe estimular. Movimentos rápidos e precisos, no seu clitóris.

A umidade já é grande, e eu sinto o Ego inflar. O único ruído, além dos meus dedos trabalhando, é dos seus gemidos baixos, engolidos.

O prazer é tão intenso que o quarto parece meio abafado, mas na medida certa. Uso a língua, também.

O corpo dela reage imediatamente ao meu contato, se empurrando pra frente, querendo mais proxidade, mais prazer.

Os gemidos ficam mais altos, mais intensos. Ela não consegue mais segurar.
Não a vejo mais posso imaginar revirando os olhos, emborcando a cabeça para trás, cheia de prazer.

Isso me estimula e me deixa com mais vontade ainda de maltratá-la, para o meu assombro.
Eu termino, a observando. Adoro ver seu corpo reagindo ao meu toque.

Na minha boca, o gosto dela ainda é sentido.
Aperto sua coxa novamente, sem cuidado. Dou um tapa no rosto dela, que parece ainda mais inerte à tudo isso.

Isabella sente prazer no sombrio como eu.
Somos exatamente iguais.
Ela levanta a cabeça. Seus olhos estão assustados. Eu recuo. Ela tenta se soltar.
"Não, Yatra. Isso vai acabar me matando. Não quer me ver morta, quer?"

Involuntariamente, vou até ela, subo na cama e sendo em seu corpo, ficando o tronco dela entre as minhas pernas.
Minha mente grita para que eu pare, mas meu corpo já não responde. A face que eu tanto esconde me toma e eu fico observando acabar com tudo.

Minhas mãos ficam ao redor do pescoço liso e quente dela. Se eu aperto um pouco, sinto as veias circulando com o sangue. Seu coração bate acelerado.

Aperto mais.
"Yatra, pare."
Ela sussurra, assustada.
Mas eu não posso.
Nem se eu quisesse.
E eu não quero.

A vida se esvai dos olhos dela.
Eu a matei.
E a fome não foi saciada.
Uma morte só não conta.
Preciso de sangue nas mãos para descansar. Só assim.

Respiro ofegante, agoniado.
Enquanto eu ainda controlar meu corpo, posso protegê-la, mas até quando?

Até quando eu não vou ser um perigo?
Não tenho tempo para respostas.
Meu dever é achá-la. E é o que eu farei.
Mesmo que signifique machucá-la.

Liar ~ Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora