capítulo 18

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Camila tinha esquecido que tinha prometido á Carly de saírem juntas. Naquele momento, estava desejando fazê-lo, mas agora era a última coisa que queria. Sua mente tinha estado enevoada pelo Lawrence. Durante todo o dia no trabalho, a única coisa que tinha podido pensar era como se tinha sentido quando a tinha acariciado entre as pernas. Reviveu a cena uma e outra vez num círculo infinito mental, enquanto processava mecanicamente os pedidos de empréstimo. Pensou em como a tinha tocado com seus claros olhos enquanto movia os dedos no seu interior. Apenas recordar a cena fazia que se excitasse de um modo insuportável.

Quando seu táxi parou em frente ao Nurse Bettie, Camila viu que a fila para entrar dava a volta na cidade. Entretanto, Carly correu para a entrada e ela se esforçou por segui-la com os sapatos de salto. Diante da insistência de sua companheira de que morreria, tinha decidido usar o vestido preto e os sapatos que Lawrence tinha comprado.

— Parece que está cheio. — comentou Camila. Carly olhou às pessoas que esperava.

— Sim, esses pés-rapados não entrarão nesta vida. — afirmou.

Ela, então, pegou a mão de Camila, foi até à porta e entregou um pequeno cartão ou convite de algum tipo ao porteiro, que retirou a corda de veludo vermelho e as deixou passar.

— Como conseguimos entrar?

— Esta noite só entra com convite. — explicou-lhe Carly. — Eu estou na lista.

Dentro, não era que só houvesse lugar de pé, mas que simplesmente não havia lugar. Camila se moveu incômoda e lamentou ter decidido colocar aqueles sapatos de salto, porque os pés já lhe doíam.

— O que está acontecendo hoje? — perguntou.

Havia um espaço junto ao palco e uma bandeira britânica de grandes dimensões pendurada da parede.

— Katrina Darling atua esta noite. — explicou-lhe Carly. Camila a olhou sem entender. — É a prima da Kate Middleton.

A prima de Kate Middleton era uma atriz de Burlesque? O mundo realmente ia direito ao inferno, como estava acostumada dizer sua mãe.

— Irei pegar algo para beber. Espera aqui.

Antes que ela pudesse oferecer-se para acompanha-la, Carly começou a abrir espaço entre as pessoas. De repente, Camila se surpreendeu ao notar que algo vibrava na sua bolsa. Então se lembrou do Iphone. Tirou o aparelho que ainda era algo totalmente desconhecido para ela e tentou averiguar se estava tocando. Viu o texto na tela.

Onde está? Estou na porta de seu prédio.

O coração começou a bater descontroladamente. Seu primeiro pensamento foi chutar-se por não estar em casa. Mas então pensou que possivelmente o fato de que ele soubesse que era capaz de sair e divertir-se por sua conta, não era uma coisa ruim.

Saí.

Escreveu desajeitadamente, apertando cada letra e cometendo enganos de modo que a aplicação de autocorreção escreveu mais palavras na tela das que ela tinha conseguido teclar.

— Ei, você me lembra alguém. Você atuou aqui na outra noite?— Camila levantou o olhar e viu um rapaz loiro bem atraente que sorria-lhe. Usava uma camiseta em que se lia: SPiN New York.

— Você falou comigo? — ela perguntou e sentiu que o telefone voltava a vibrar.

— Sim. Atua aqui?

— Atuar? Eu? Não — respondeu, perguntando-se se aquele rapaz realmente pensava que era uma atriz de Burlesque ou se simplesmente se tratava de uma indecente paquera.

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