capítulo 40

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Camila estava aconchegada junto a Lawrence, com a cabeça apoiada no seu peito, quando a primeira luz da manhã começou a filtrar-se no quarto. Apesar de que tinham tentado conciliar o sonho, ainda estavam totalmente acordados.

— É impossível eu resistir durante todo o dia no trabalho — queixou-se ela.

— Depois da noite que você teve? Precisa descansar. Nem pense em ir à biblioteca — alertou.

— Eu tenho que ir. Eu quero ir. O que você e eu temos é importante para mim, mas também é o meu trabalho. Não quero estragar.

— Você não vai estragar — ele disse. — Ligue a Sloan e diga que você não está bem e que irá mais tarde.

Camila assentiu.

— OK. Mas não posso continuar fazendo isto. Eu...

— Relaxe — insistiu Lawrence silenciando-a com um beijo.

— Posso perguntar uma coisa?

Ele se ergueu sobre um cotovelo e olhou para ela acariciando seu rosto.

— Oh, Oh! — exclamou. — Isso soa sério. E, de acordo com os termos recém negociados da nossa relação, eu acho que vou ter que respoder.

— Exatamente — afirmou Camila .

— Você me fez tão fodidamente feliz de me deixar te fotografar... Tinha minhas dúvidas sobre o que queria fazer nelas, mas você esteve perfeita.

— Não mude de assunto — protestou ela, embora suas palavras a entusiasmaram. — Tenho curiosidade. Pode ter relações sexuais sem todo o... bondage e a disciplina?

— Claro — respondeu. — Embora, para mim, ir diretamente ao sexo é mais para uma parceira de uma noite... material descartável.

— E o que há com essa mulher que eu vi com você na biblioteca?— Lawrence riu.

— Eu estava me perguntando quando você ia perguntar por ela. Esse é um exemplo perfeito, só sexo, nada especial. Uma vez e é tudo.

— Uma vez e já era — repetiu Camila. — É verdade o que disse antes? Que nunca se apaixonou?

Ela sentiu que se esticava e, por um instante, temeu que a pergunta os fizesse retroceder até onde estavam na noite em que a advertiu que não o danificasse e a mandou para casa.

— Não — respondeu — não é bem verdade.

— Ok — disse ela, praticamente segurando a respiração enquanto esperava a que ele continuasse.

— Eu expliquei como me meti na fotografia... que Astrid me introduziu nela.

— Sim — assentiu.

— Só tinha alguns anos a mais do que eu. Eu acho que ela se aborreceu rapidamente do seu casamento com meu pai. Este tinha muitíssimo dinheiro e era bonito, mas não estava disposto a sair a clubes noturnos com ela ou a ir ver uma banda no Roseland. Assim, às vezes, quando dizia que estava muito ocupado ou muito cansado ou o que fosse, me fazia acompanha-la.

— Está certo — concordou Camila em voz baixa, enquanto lutava com a imagem de um Lawrence adolescente passeando por Nova Iorque com uma das modelos mais famosas do mundo.

— Acredito que ele sabia que eu estava aborrecido e muito solitário também. Eu tinha amigos, mas era filho único. E, de algum modo, o dinheiro de meus pais me isolava. Em alguns aspectos, ela e eu tínhamos muito em comum. E então me ensinou a usar uma câmera e a me levar a algumas de suas sessões de fotos.

— Sim, isso você mencionou.

— E me apaixonei por ela.

Camila sentiu um frio na barriga.

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