Já estava no meio da tarde quando Camila entrou no seu apartamento como se estivesse flutuando numa nuvem. Carly olhou por cima do sofá. Tinha um caderno de esboços no colo.
— Onde você estava? Por que não voltou para casa ontem à noite? Estava muito preocupada com você — disse, enquanto soltava o lápis.
Ela se inclinou para desabotoar os sapatos. Lawrence a mandou para a casa vestida de Prada da cabeça aos pés. Como sempre, os sapatos eram incriminadores.
— Estou surpresa que tenha voltado para casa ontem à noite — comentou Camila. — Da maneira como ocorreram as coisas no Nurse Bettie, não o esperava.
— Não tente desviar a atenção para mim. Onde você estava? Não pode desaparecer assim, Camila.
— Eu não desapareci. Foi você que partiu, lembra?
— Sinto muito. Ultimamente tenho estado tão deprimida que eu precisava de alguma coisa para tirar Rob da cabeça.
— Por isso me deixou com aquele asqueroso no bar?
— Nick não é um asqueroso. Além disso, foi ele quem me disse que você tinha saído com um cara.
— Não era um cara, era Lawrence. Mas de todos os modos, sinto por tê-la preocupado.
Sentiu-se comovida por Carly ter se preocupado com ela.
— O que Lawrence estava fazendo ali? Perseguindo você?
Camila encolheu de ombros e se dirigiu à cozinha. Não tinha comido nada do café da manhã e, de repente, deu-se conta de que estava morta de fome. Esticou o braço para pegar um prato da segunda prateleira do armário, mas os ombros lhe doíam tanto que ela mal conseguia levantá-los por cima da cabeça.
— Ai! — gritou, incapaz de alcançar o prato.
— O que foi?
— Pode me baixar um prato?— Carly apareceu na porta.
— Não até que me fale o que está acontecendo?
— Doem-me os braços — explicou-lhe.
— Sim, eu posso ver isto. Assim, a menos que tenha jogado uma partida de tênis a meia-noite no Central Park, eu me pergunto porque.
Olhou- a com as mãos nos quadris.
Camila não pôde evitar sorrir. De algum modo, sua relação com o Lawrence tinha convertido a sua mordaz companheira de apartamento em uma supermãe.
— Se me der o prato, contarei tudo — disse. Carly pegou o prato, passou-o e insistiu:
— Cuspa-o, Camila.
Sentaram-se à mesa, comendo as sobras de arroz com frango e bebendo garrafinhas de cerveja Corona. Camila tinha colocado uma calça de moletom e uma velha camiseta da Drexel. Estava fisicamente exausta, mas tinha a mente acelerada como se estivesse na sexta marcha que não sabia que tivesse.
— Ele gosta do que suponho que poderíamos chamar dominar — começou a contar.
— Fazendo o que, exatamente? — perguntou Carly.
Agora que tinha chegado o momento, estava morrendo de medo de contar a alguém o que estava acontecendo. Não sabia se Carly diria que era uma loucura, que devia afastar-se desse tipo ou se, em troca, confessaria: "Claro, eu faço coisas assim todo o momento". De qualquer maneira, Camila necessitava de uma confidente.
— Isto... bom, me deu de presente um celular e me disse que tinha que leva-lo sempre ligado e que só era para usá-lo entre nós dois. Manda-me mensagens que, na realidade, são ordens. E me diz o que tenho que vestir. Sempre devo usar sapatos de salto e um tipo específico de lingerie.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Bibliotecária
Fiksi PenggemarCamila Cabello, uma brilhante rata de biblioteca, conseguiu seu emprego tão sonhado: bibliotecária na Biblioteca Pública de Nova Iorque. Mas o descobrimento das sórdidas aventuras sexuais de um jovem libertino milionário entre os santos corredores e...