Camila se deteve no pé da escada da biblioteca e em seguida se virou para despedir-se de Lawrence com a mão. Ele abriu a janela da Mercedes e gritou:
— Venho te buscar às seis.
— Ok — ela respondeu e viu como o carro preto desaparecia entre o tráfego da Quinta Avenida.
Sua mente flutuava com uma euforia que nunca tinha experimentado, mas seu corpo não sentia o mesmo tempo. Tudo lhe doía, as costas, os pés, os braços. O bumbum. Em frente ao leão de pedra Paciência, — ou era Integridade? — ajustou as sandálias de salto de tiras e a bolsa sobre o ombro, antes de iniciar a comprida subida até a porta de entrada.
Passava do meio-dia. Acordou com o alarme do telefone às sete, tinha ligado para Sloan e tinha deixado uma mensagem dizendo que não se encontrava bem e que iria um pouco mais tarde. A seguir, dormiu até as onze. Despertou sobressaltada, tomou o mais rápido duche de sua vida. Em seguida, Lawrence lhe mostrou o seu armário, onde encontrou uma blusa e uma saia da Prada com a etiqueta ainda posta. Vestiu-se rapidamente e, depois, ele dirigiu como um louco para deixa-la na biblioteca antes da hora do almoço.
O saguão de entrada estava frio e silencioso. Camila inspirou fundo e disse que tudo ficaria bem. As pessoas ficam doentes. Tinha consultas médicas. Entrava mais tarde. Subiu com toda pressa a escada central com o cadeado saltando pesadamente contra seu pescoço. A porta do escritório de Sloan estava aberta e esta a viu imediatamente.
— Ah, olhe quem decidiu levantar-se da cama e nos honrar com sua presença — exclamou.
Camila engoliu em seco, consciente de que as palavras que sua chefe tinha escolhido não eram só uma frase de efeito, mas sim eram intencionais e, se por acaso ficava alguma dúvida, o desprezo de seus olhos azuis a apagou.
Sloan bateu na coxa bronzeada com a mão esquerda e o enorme diamante do anel refletiu a luz do teto. Camila se descobriu observando-o fascinada.
— Sinto muitíssimo — desculpou-se, obrigando a encará-la. — Não voltará a acontecer. Agora já estou aqui e posso ficar até tarde...
Sloan olhou para seu pescoço e então ela se deu conta de que estava brincando com o cadeado. Imediatamente, baixou a mão.
— Você me decepcionou profundamente — disse a mulher com frieza. — Foi uma das melhores candidatas para o trabalho, mas sem dúvida não a única. A contratei não só por seu currículo acadêmico e as recomendações, mas também porque parecia o tipo de garota que daria prioridade a este trabalho acima de tudo. Que apreciaria...
— E o faço, Sloan. Eu aprecio isto. Sonhei com este trabalho quase toda minha vida. Isso me motivou durante os quatro anos de carreira. E embora eu ter chegado tarde e faltado um dia, isso não é indicativo do quanto eu levo a sério as minhas tarefas aqui. Cumpri no balcão de empréstimos e o tenho feito bem. Estou comprometida cem por cento com o prêmio de ficção. Eu...
— Está despedida — interrompeu-a Sloan.
Camila a olhou chocada. Algo no rosto da outra mulher lhe disse o quanto estava feliz por ter uma desculpa para despedi-la e sua surpresa se converteu em fúria.
— Tudo isto é realmente por meu trabalho? — perguntou, com o rosto vermelho e o coração acelerado. — Ou tem a ver com seus sentimentos pelo Lawrence?
— Você pode culpar isso em qualquer coisa que queira. Mas continua demitida. Quanto a ele, não é um empregado remunerado desta biblioteca e eu sim. Eu contrato e demito conforme o considero conveniente. Se me puser a prova nisto, o lamentará.
***
Carly retornou ao apartamento às quatro da tarde e deixou escapar um pequeno grito de surpresa quando encontrou Camila sentada no sofá.
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A Bibliotecária
FanfictionCamila Cabello, uma brilhante rata de biblioteca, conseguiu seu emprego tão sonhado: bibliotecária na Biblioteca Pública de Nova Iorque. Mas o descobrimento das sórdidas aventuras sexuais de um jovem libertino milionário entre os santos corredores e...