Camila não conseguia dormir. Horas depois que Lawrence a deixou em sua casa, sua mente continuava a mil por hora, revendo trechos da conversa e recordando como a olhava. E embora mal havia tocado-a durante toda a noite, uma mão no seu braço de vez em quando, um roçar de seu ombro contra o seu, estava tensa, rígida como uma mola que sabia que teria que soltar.
Deitada na cama, levantou a camisola até os quadris e se tocou levemente por cima da calcinha de algodão. Logo deslizou a mão por baixo e se tocou daquela outra forma infalível que sempre dava satisfação. Esfregou o clitóris e moveu o dedo indicador dentro e fora de sua vagina, mas apenas sentiu uma pontada de prazer.
Que diabos estava errado?
Tentou pensar em Lawrence enquanto se tocava de novo, mas com isso só conseguiu se sentir envergonhada. Confusa, ela sentou-se. Era melhor parar a tempo do que se sentir ainda mais frustrada.
Levantou-se e olhou para fora por entre as cortinas. A lua estava meio cheia e brilhante. Abriu-as para que a luz noturna iluminasse o quarto. E então, ao observar como as sombras brincavam na parede, recordou que Lawrence lhe tinha pedido que olhasse o livro da Bettie Page.
Ele estava na mesa de cabeceira. Pegou-o e o colocou sobre a cama. A bela morena sorria-lhe da capa, quase lhe piscando, como se dissesse: "Não se preocupe".
— Aposto que você nunca teve este tipo de problema. — Camila suspirou.
O luar não era forte o suficiente para que ela pudesse ler, assim ela se levantou e acendeu a luz do teto. Piscou com força e voltou para a cama com o livro.
Passou as páginas procurando alguma pista do que Lawrence parecia tão interessado. Sem dúvida, era uma mulher bonita. Mas, era mais que isso, parecia segura de si mesmo. À margem de suas poses provocadoras, em seus olhos azuis havia um "brilho", como teria dito o pai da Camila. E em muitas fotos esboçava um grande sorriso que, de algum modo, era muito antiquado, muito americano em sua ingenuidade.
A primeira parte do livro, "Prelúdio de uma pin-up", mostrava imagens de uma jovem Bettie Page vestida de um modo muito normal, uma garota nada especial embora bonita. Nem sequer usava aquela franja típica dela. A próxima parte mostrava-a quando se mudou para Nova Iorque, um pouco antes de se converter em modelo. O texto dizia: "Era uma secretária anônima que trabalhava toda a semana e dava longos passeios solitários nos fins de semana, enquanto sonhava com uma vida mais glamorosa".
Camila não podia imaginar que a bonita mulher e de aspecto dominante que viu na última parte do livro pudesse ter-se sentido solitária ou ter tido um trabalho monótono de escritório como secretária.
Virou as páginas e estudou a progressão de Bettie, que começou vestindo sutiãs e meias com ligas, e terminou erguendo chicotes e sendo atada e amordaçada.
Fechou o livro.
Perguntou-se se Bettie havia sentido alguma vez como ela se sentiu aquela noite sob o olhar de Lawrence; em parte emocionada e em parte envergonhada. Perguntou-se se havia desejado alguma vez que um fotógrafo a tocasse.
Pensou no pedido de Lawrence de fotografá-la. O que ela havia- lhe dito era certo? Odiava que a fotografassem? Sentia-se inibida enquanto a focalizavam e normalmente não gostava de seu aspecto. Não acreditava ser vaidosa, mas a ideia de como se via na sua mente não coincidia com o que via nas fotos.
Perguntou-se como teria sido para a Bettie Page. Teria resistido a princípio? Ou teria feito por dinheiro? De onde tirava a coragem para tirar roupa? Camila nunca poderia fazê-lo e isso que ela vivia em uma época em que era mais normal que as mulheres se despissem. Quem não tinha fotos sem roupa na Internet nesse momento? Ou uma gravação sexual? Às vezes, ela se sentia como se fosse a única.
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A Bibliotecária
FanficCamila Cabello, uma brilhante rata de biblioteca, conseguiu seu emprego tão sonhado: bibliotecária na Biblioteca Pública de Nova Iorque. Mas o descobrimento das sórdidas aventuras sexuais de um jovem libertino milionário entre os santos corredores e...