Pela manhã, o primeiro pensamento da Camila foi para o pingente. Suas mãos subiram ao pescoço, buscando-o, enquanto se perguntava se tinha sido um louco sonho erótico. Mas não, o pingente estava ali, sentiu seu peso sobre a clavícula e isso a reconfortou lembrava-lhe a realidade de que era escrava sexual de Lawrence: um símbolo de seu próprio desejo e de si mesma como objeto de desejo.
Era como se o mundo pudesse vê-la. Pela primeira vez, os homens a olhavam descaradamente quando caminhava pela rua. Não acreditava que tivesse um aspecto diferente, fisicamente falando; era mais como se pudessem perceber a paixão que fervia no seu interior, como se pudessem sentir a luxúria que a acompanhava por toda a parte.
Levantou-se da cama, com a euforia persistente da satisfação sexual. E então lembrou que era seu aniversário e que iria encontrar-se com a sua mãe.
***
Era quase meio-dia e levava horas ordenando alfabeticamente as devoluções quando foi interrompida pela visita de Margaret.
— Eu fui te buscar no balcão de empréstimos e me disseram que foi transferida para cá — comentou a mulher. Naquele dia, usava óculos com lentes tão grossas que seus olhos pareciam hipnotizados. — O que você fez para ser exilada assim?
Camila sorriu.
— Não sei por que, mas consegui obter o lado ruim de Sloan.— Margaret suspirou.
— Essa mulher é uma tirana. Você trouxe o almoço? Eu pensei que poderíamos nos sentar nas escadas. Hoje não faz muito calor.
Era verdade, seu aniversário tinha levado embora a primavera. O céu estava limpo e não havia umidade.
— Eu adoraria — disse com um sorriso.
Colocou a mão debaixo da mesa e pegou o sanduiche de geleia e manteiga que levava no saco de papel marrom. Quando se agachou, o cadeado lhe golpeou o pescoço. Usava-o escondido sob a blusa e quase esqueceu dele.
Encontraram um lugar no alto da escada. Camila levantou o rosto para o sol.
Pensou no primeiro dia que sentou nesse lugar, o primeiro dia que viu Lawrence. Se não fosse o jantar que teria com a sua mãe esta noite, quase seria feliz. Perguntou-se se ela já teria escolhido o cardápio quando a mulher começasse a fazê-la se sentir culpada.
— Quanto tempo mais terá que ficar no balcão de devoluções?— perguntou Margaret.
— Não sei — respondeu Camila enquanto desembrulhava o sanduiche.
Ela havia passado geleia e escorria do pão. A senhora balançou a cabeça.
— É uma pena que você chegou aqui numa época tão ruim. Posso ver que sente paixão por isso.
— Oh, é só a Sloan dando uma de chefinha. Não me preocupa. Posso esperar que passe.
Margaret negou com a cabeça enquanto pegava uma uva da salada de frutas que levava numa marmita de plástico.
— Não é só Sloan Caldwell, embora, em minha época, uma mulher como essa nunca teria levado o cassetete. Mas hoje em dia tudo que importa é o dinheiro. Todo o sistema se está vindo abaixo. Todas as bibliotecas estão perdendo financiamento e o apoio dos políticos, que não compreendem o que fazemos. Luisiana perdeu os recursos estatais. As bibliotecas estão fechando, corte de pessoal, diminuindo as horas. Nunca pensei que veria isto.
— O que quer dizer com que Sloan não estaria levando o cassetete?
— Ela não ganhou o posto. Seus pais estavam na comissão. Ainda hoje seguem fazendo grandes doações. Eles compraram-lhe o trabalho.
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A Bibliotecária
FanficCamila Cabello, uma brilhante rata de biblioteca, conseguiu seu emprego tão sonhado: bibliotecária na Biblioteca Pública de Nova Iorque. Mas o descobrimento das sórdidas aventuras sexuais de um jovem libertino milionário entre os santos corredores e...