Quando te vi

Introdução

Hanna ainda estava sem palavras, não conseguia reagir a ideia maluca de seu meio irmão para livra-la do pai. Segundo seu irmão ao qual conhecera apenas três anos atrás quando ainda tinha quatorze anos e morava no pequeno quarto/sótão do colégio interno em Mildegard.

O rapaz alguns anos mais velho veio com sua mãe, Freya, uma mulher muito bem vestida, de cabelos negros tão brilhantes como a noite estrelada, a pele bem cuidada lhe deixava com uma aparência dez anos mais jovem, no mínimo!

Ao contrário de Hanna, seu irmão viveu na fartura, com tudo de melhor, cercado por pessoas que o amavam. Hanna foi largada com quatro anos, naquele lugar tenebroso de ar fúnebre pelo pai no mesmo dia em que a mãe morrera, nem se quer teve a chance de se despedir do corpo que um dia fora sua mãe.

A irmã Meridith foi o que teve de mais próximo de uma mãe. Foi a freira quem cuidou de Hanna, quem lhe deu algo que ela jurava ser amor, cuidou da menina, educou e a ensinou a seguir os caminhos do senhor.

_Você precisa dizer alguma coisa irmãzinha. Eu sei que parece assustador, mas eu prometo que você ficará bem. - Dilan dizia calmamente. - Tylor é meu amigo e ele jamais te faria mal, ele não vai tocar em você, eu prometo. - seu irmão continuava a prometer.

Os olhos da pequena Hanna encheram-se lágrimas ao lembrar dos momentos horríveis que passou nas mãos do padre Sefh. O homem asqueroso que tentou toca-la enquanto ela limpava a sala afastada da eucaristia. Se não fosse a irmã Soledade chegar...

_Ei, está tudo bem! Se não quiser podemos pensar em outra coisa. Vai fazer maior idade em alguns meses podemos pensar em algo até lá...

_E... Eu... Eu não sei... Não sei... o que... Estou com medo! Morrendo de medo. - Hanna tenta responder.

_Você não precisa ter medo, vou estar aqui para te proteger. É por isso que estou aqui propondo que se case com Tylor. Ele é confiável e vai cuidar de você, vai se livrar das garras do nosso pai.

Hanna sente que está prestes a fazer uma grande burrada ao aceitar a ideia maluca do irmão mais velho. Mas aceita de qualquer modo. Seu irmão se vai deixando para trás uma grande quantia em dinheiro capaz de comprar o silêncio daqueles que seu pai paga para vigiar sua jovem irmã. Como todas as outras vezes as visitas deveriam ser segredo.

Menos de uma semana depois da visita de seu irmão Stiven Black veio visita-la. O homem de olhos num tôde azul escuro tenebroso e semblante sério a fez tremer até ossos, ele não faz propostas, ordena que ela case com um homem oito anos mais velho. O senhor Black é incapaz de esconder a felicidade por ter vendido a filha por uma boa quantia, ela se tornaria uma vaca parideira para o homem que a estaria comprando.

Não fosse seu irmão dizer que o homem que quem a compraria estaria fazendo isso a pedido dele... Hanna acabaria com a própria vida para não ter que viver a vida miserável que o pai lhe oferecia como sendo maravilhosa.

Pai... Onde estava com a cabeça quando chamava esse homem de pai? Stiven Black era tudo menos um pai para ela.

Assim como seu irmão havia pedido Hanna fingiu se desesperar, talvez nem tenha sido tanto fingimento. Chorou e implorou ao pai que não a fizesse passar por aquele martírio. Tentou de todas as maneiras possíveis convencer o pai do contrário, em vão.

Os dias que se seguiram foram os mais estranhos e estressantes possíveis, Hanna foi obrigada a fazer os mais diversos e constrangedores exames, foi medida e pesada, sei cabelo que antes era lavado com sabão de côco, recebera os mais caros produtos assim como sua pele, as unhas que nunca receberam uma base se quer, estavam pintadas com um esmalte rosa claro.

Seus pêlos foram brutalmente arrancados até nos lugares mais íntimos. A jovem nunca esteve tão bonita e tão vazia como naquele dia.

Enquanto caminhava vestida num vestido branco impecável, na direção do altar, sentia-se caminhando para morte. Em sua mente a incerteza de um futuro que certamente seria de dor e humilhação. Antes tivesse tirado a própria vida para não sofrer aquele tipo dor.

Ainda posso fazer isso... - pensou.

Enquanto jurava um falso amor ao homem a sua frente Hanna pensava na melhor forma de acabar com sua vida. Talvez não devesse confiar em seu irmão, afinal de contas, ele poderia ter dito tudo aquilo apenas como forma de ajudar o pai...

Não, ele não faria isso. Seu irmão foi sempre um grande amigo e um remédio para seus dias de solidão e tristeza. Ainda que a irmã Meredith tenha dito que ela deveria se entregar a Tylor decidiu confiar na palavra do irmão.

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Essa obra ainda não tem data de início. É um projeto que vou iniciar após o término do livro "o poder do amor".
Quero agradecer a babigirlx pela capa linda que fez.
Agradecer a todos os meus leitores, espero que vocês gostem desse trabalho.
Beijos