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P.O.V. Luane

Eu não conseguia acreditar em tudo que a Nanda me contou. Tipo, apesar de tudo, o PH não era um monstro, pelo menos até aquele momento, né!? Nós crescemos juntos no morro, e eu não queria acreditar que ele pudesse fazer qualquer coisa contra a Nanda apenas pra conseguir o comando do morro. Ela estava visivelmente assustada e com medo, e o pior é que ele sabia disso, estudar na mesma sala virou um inferno desde que ele chegou na escola. Era muita cara de pau a dele.
Eu queria contar pro Luiz, mas eu não sabia se estava tudo bem pra Nanda se eu falasse, então resolvi esperar ela contar mesmo.
O sinal tocou e fomos nos encontrar com o Luiz para irmos a sala juntos, pelo menos seria aula de história, dos três, eu sou a única que gosto.

Luiz: E aí, como foi o final de semana? - perguntou pra Nanda enquanto segurava minha mão.

Nanda: Nem queira saber. - respondeu toda triste.

Luiz: Aconteceu algo?

Nanda: Depois eu conto.

Luiz: Vocês tão afim de ir lá pra casa estudar depois da aula?

Nanda: A Lua já já se muda pra lá.

Lua: Aí amiga, queria eu.

Luiz: Quem sabe, né?! - Olhei pra ele meio que sem entender o que ele queria dizer.

Nanda: Se levar ela, eu vou junto.

Luiz: Tudo bem. Acho que consigo aguentar vocês duas. - Ela sorriu e deu em murro no braço dele. - Aí, sua perturbada.

Lua: Eu acho lindo o amor de vocês.

Nanda: Não força.

Nos sentamos juntos no fundo da sala, onde costumávamos sentar sempre, quando eu menos espero, o PH senta do lado da Nanda. O que esse filho da puta achava que estava fazendo?

PH: Nanda, quero trocar ideia contigo, pode ser?

Lua: Ela não tem nada pra falar contigo. - Me apressei, não deixando nem a Nanda responder.

PH: Segura a onda aí, Luane. A Fernanda consegue responder sozinha.

Lua: É muita cara de pau a tua, né não?

PH: Ih, Alá. Só porque tu tá sendo bancada pelo playboyzinho, acha que pode falar do jeito que quer?

Nanda: Parem.

Lua: Amiga...

Nanda: Tá tudo bem, amiga, sério.

PH: E ae, vamo trocar ideia ou não?

Nanda: Me espera atrás da quadra na hora do intervalo. - ele olhou pra mim e sorriu, debochado.

É sério isso, Fernanda? Eu não acredito. Mas se ele ousar tocar num fio de cabelo dela, eu juro que eu mesma mato ele.
As primeiras aulas se foram, e eu nem consegui me concentrar, só tentava imaginar o que o traste queria com a Nanda, e o motivo dela ter aceitado falar com ele. Conhecendo ela como eu conheço, ela deveria estar pensando em algo, eu só não sei ao certo o que. Finalmente chegou a hora do intervalo, e eu estava mais ansiosa do que a própria Fernanda.

Lua: Amiga, tu tem certeza do que tá fazendo? - perguntei segurando no braço dela.

Nanda: Não se preocupa, eu sei me cuidar.

Lua: Se esse puto relar o dedo em tu, eu mesma dou um jeito nele. - Ela sorriu, não levando muito a sério nossa conversa, deu um beijo na minha testa e saiu.

A nova dona do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora