A nova dona do morro

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P.O.V.  Luane

Acordei com uma puta dor de cabeça e extremamente enjoada, acho que deve ter sido o estresse das últimas semanas. Levantei da cama, fiz minha higiene e desci seguindo o barulho que vinha da cozinha.

Lua: Bom dia, Maria.

Maria: Bom dia, meu bem.

Lua: O tio Marcos já tá na boca?

Maria: Já, ele tá muito nervoso com tudo que tá acontecendo.

Lua: Nem me fale, eu mal consegui dormir hoje.

Maria: Mas você não pode se estressar.

Lua: Eu tento, mas a retardada da Fernanda não deixa.

Maria: Ela vai ficar bem. O Marcos nunca deixaria nada de ruim acontecer a ela.

Lua: Tomara. Mas agora eu preciso ir pra casa me arrumar, ainda vou no hospital.

Maria: Sua mãe de novo? - eu apenas assenti. - Não quer comer antes de ir?

Lua: Não seria má ideia, tô morta de fome.

Ela colocou meu café da manhã, e conversamos enquanto eu comia. Depois eu subi e peguei minhas coisas, me despedi da Maria e fui pra casa.
Eu tô tão preocupada com tudo que tá acontecendo que nem tô pensando em mim, me sinto sozinha demais.
Fui pra casa com a cabeça cheia de pensamentos que só me deixaram mais nervosa. Liguei pro Luiz, mas o celular só dava desligado, mandei mensagem, mas ele não me respondeu. Resolvi que iria até lá pedir pra ele ir comigo ao hospital.
Como eu já tinha tomado banho, eu só escovei os dentes e fui me arrumar. Coloquei um vestido mais soltinho que marcava minha barriga, deixei meu cabelo meio preso, passei protetor solar e desci. Peguei meu celular e pedi um Uber.
...

Não demorou mais que 20 minutos até chegar na casa do Luiz, paguei o Uber e desci do carro, caminhando até o portão. Toquei a campainha e, em seguida, ouvi uma voz feminina do outro lado do interfone.

- Pois não?

Lua: Oi, é a Luane.

- Oi, Lua. Entra.

Em seguida o portão foi destrancado me dando acesso a parte de dentro da casa, caminhei rapidamente até a porta principal que estava sendo aberta pela mãe do Luiz, eu abri um sorriso assim que a vi e ela abriu os braços.

Yana: Lua, que saudade!

Lua: Eu também estava, mas tem acontecido tantas coisas que eu não tive tempo de vir mais aqui.

Yana: O Luiz me contou da sua amiga, sinto muito.

Lua: É... Obrigada. Ele tá em casa? Queria que ele fosse comigo no hospital.

Yana: Ele deve estar no quarto. Não vi a hora que ele chegou ontem da sua casa.

Lua: Desculpa, minha casa?

Yana: Sim, quando ele saiu ontem a noite, me disse que iria na sua casa. Ele não foi?

Lua: Não, ele não foi.

Yana: Estranho... Mas ele deve ter um bom motivo.

Lua: Deve sim. Eu posso subir?

Yana: Claro, vou estar na cozinha, se precisar de mim.

Lua: Obrigada, Yana.

Subi as escadas com o coração acelerado, não sabia ao certo o motivo dele não atender minhas ligações, mas mentir para a mãe dele dizendo que ia na minha casa sem ao menos ter falado comigo, era no mínimo estranho.
Cheguei a porta do quarto dele e abri.