Continuação

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P.O.V. Jhon

Cheguei na entrada do Alemão e estacionei o carro próximo a uma casa, sendo atentamente observado por 4 homens armados, confesso que essa situação não era das mais confortáveis, mas não tinha muito a ser feito. Cerca de 10 minutos depois vi a Fernanda cumprimentar os homens e vindo em minha direção, quando ela chegou próximo ao carro, eu destravei a porta do passageiro para que ela entrasse. Ela entrou e me lançou um sorriso em cumprimento, mas eu estava um tanto nervoso pra ser simpático.

Nanda: Oi?!
Jhon: Oi.
Nanda: E então, o que era de tão urgente que você queria conversar?
Jhon: Aqui não, vou te levar no shopping.
Nanda: É tão sério assim que você não pode só falar? - Eu apenas confirmei com a cabeça e liguei o carro. - Ok...

Dirigi em silêncio no caminho para o shopping, algumas vezes notei que ela me observava claramente em dúvida, mas também permaneceu calada. Chegamos no shopping, e eu estacionei o carro. Ao sairmos, instintivamente, eu peguei na mão da Fernanda e olhei todos os lados, ela me olhou curiosa mas não questionou. Caminhamos até a praça de alimentação, deixei ela sentada em uma das mesas mais afastadas e fui em direção a um dos quiosques fazer nosso pedido. Enquanto esperava impacientemente os lanches ficarem prontos, lancei diversos olhares em direção dela, a mesma mexia em seu celular distraida, sem saber o perigo que estava correndo.
Assim que nossos lanches ficaram prontos, fui pra mesa em que ela estava sentada. No momento em que eu me sentei, ela guardou o celular.

Nanda: Será que você pode me dizer o que está acontecendo agora?
Jhon: Você confia em mim?
Nanda: O que?
Jhon: Perguntei se confia em mim.
Nanda: Como que eu posso confiar em alguém que eu nem conheço? - eu suspirei, não havia razão para eu estar chateada por ela não ter me contado.
Jhon: Justo.
Nanda: Mas o que isso tem haver com você me trazer no shopping às pressas?
Jhon: Bom, eu já sei que você é filha do Marcos, dono do Alemão. - ela me lançou um olhar com um misto de medo e surpresa. - Calma.
Nanda: Como que... Como que você descobriu?
Jhon: Calma, eu não vou fazer nada com você.
Nanda: Foi por isso que você se aproximou de mim? Por causa do morro do meu pai?
Jhon: Claro que não, quando eu te chamei pra sair, eu nem imaginava quem você era.
Nanda: Então como é que você descobriu?
Jhon: Seu ex.
Nanda: An?
Jhon: Bom, ele tá morando lá no morro agora, ele é o novo informante do meu pai.
Nanda: O QUE???
Jhon: Ele tava lá em casa antes de eu sair "pra faculdade".
Nanda: Aquele filho da puta!!! Eu não acredito que além de tudo ele é X9... Eu devia ter mandado matar ele quando tive a chance. - Foi a minha vez de olhar pra ela assustado, ela percebeu isso e sorriu amarelo. - Desculpa... É que eu tô nervosa.
Jhon: É compreensível, eu estaria pior.
Nanda: Bom, valeu por me avisar.
Jhon: Não por isso. Mas e aí, o que tu vai fazer?
Nanda: Eu vou falar com o meu pai.
Jhon: Olha, eu avisei por que fiquei preocupado com você, quis te alertar, não quero que tu pense que eu quero algo em troca.
Nanda: Vei, no momento, essa é minha menor preocupação.
Jhon: Nossa, também não precisa ofender né?!. - falei colocando as duas mãos pra cima, então ela riu.
Nanda: Você entender. Só tô dizendo que não tenho medo de você.
Jhon: Nem deveria. Eu não consigo nem matar uma barata.

Continuamos conversando por um longo tempo, mas ela precisava ir pra casa, já que no dia seguinte teria aula. Então eu deixei ela na entrada do morro, e segui pra minha casa. E no caminho, pra minha surpresa, fui pensando nela...
Nesses dois encontros que tivemos, ela me mostrou muitas coisas. Eu não tentei beijá-la, estou esperando ela fazer isso, não quero avançar os limites, principalmente por ela ainda não ter 18, mas tem sido bacana apenas conhecer ela.

No dia seguinte...

P.O.V. Luiz

Eu acordei um tanto nervoso, hoje era sexta feira e, finalmente, eu tomei coragem pra falar com o meu pai sobre os advogados. Fiz minha higiene e coloquei o uniforme da escola e desci para o café da manhã. A minha família parecia aquelas de comercial de margarina, sabe? Éramos perfeitos juntos, tínhamos um bom relacionamento, embora fosse raro meu pai em casa. Meus pais quase nunca brigavam, eles eram loucos um pelo outro, o que me fazia acreditar no amor de verdade, embora eu saiba que não seja fácil.
Sentei a mesa e me servi, comprimentei eles e então tomei coragem...

Luiz: Pai?

Felipe: Hm?

Luiz: Será que eu poderia conversar com você?

Felipe: E precisa perguntar ainda, filho?

Luiz: É que é um assunto meio delicado...

Felipe: Tem haver com a sua namorada?

Luiz: Sim...

Felipe: Tudo bem, ela pode vir morar aqui.

Luiz: Sério???

Felipe: Sim, eu gostei dela, e vi que ela gosta bastante de você.

Luiz: É...

Felipe: O que foi?

Luiz: É que não é exatamente sobre isso que eu quer falar.

Felipe: E sobre o que é, então?

Luiz: Bom, você sabe que ela é filha do tio Alberto.

Felipe: Sim, eu fiquei bastante surpreso. Ele nunca falou que tinha filhos.

Luiz: Pois é. Ele abandonou ela e a mãe dela que é doente, e a Lua queria uns advogados, mas ela não tem como pagar bons advogados, principalmente quando o tio Alberto tem tanta influência.

Felipe: Olha, filho, isso é um assunto muito delicado. Não acho que deveríamos nós meter.

Luiz: Eu sei pai, só que eu prometi pra ela que ia ajudar, e eu realmente gosto dela, não posso deixar ela na mão, e eu não consigo sem você.

Felipe: Você sabe que estamos quase fechando outro negócio com a Almeida Company, né?! E que se ele levar pro lado pessoal, eu estaria declarando guerra a ele, o que me faria perder milhões?

Luiz: Sei... - falei baixando a cabeça, já sem esperança.

Felipe: Bom...- ele suspirou antes de terminar de pensar. - Eu posso ceder um dos meus advogados se ela concordar em resolver isso sem levar a público. Não posso comprometer minhas empresas nesse nível por causa da sua namorada, filho, espero que entenda.

Luiz: Você faria isso?

Felipe: Por você, eu faria qualquer coisa, e ela me parece ser uma boa pessoa, mas peça que ela entenda que tenho muito em jogo, se ela concordar, meus advogados estarão a disposição para negociar.

Luiz: Pai, eu não sei nem como agradecer.

Felipe: Não se preocupe, eu pensarei em algo.

Luiz: An... Pai?

Felipe: Sim?

Luiz: Você falou sério sobre ela vir morar aqui?

Felipe: Sim.

Cara... Eu não podia acreditar nisso, eu precisava contar isso pra Lua o mais rápido possível.
Terminei o café nas pressas e voei pra escola, cheguei lá e a vi conversando com a Fernanda, eu me aproximei, mas ela fez sinal para que eu não fosse até lá. Estranho... O que será que tinha sido dessa vez?

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E aí, como que vcs tão? Eu estou só felicidade, mas vim pedir uma coisa: votem na história, isso é bastante importante. Compartilhem, se possível, e me marquem. E obrigada por lerem.

_M




A nova dona do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora