/=10=\

2.7K 261 132
                                    

Já fazia uns 20 minutos que eu estava encarando a porta de casa, com medo de entrar. Eu não estava com coragem de olhar na cara do meu pai.

Tentei abrir a porta, estava trancada. Procurei a chave nos bolsos e...

- Merda! - exclamei com desacreditada, teria que chamar alguém pra poder abrir a porta, coisa que eu tô tentando evitar.

Fiquei mais dez minutos de frente pra porta, criando coragem pra tocar a campanhia. Depois de tanto relutar, num ato muito impulsivo, meu braço foi em direção ao botão ao lado da porta pressionando o mesmo. Pouco segundos depois meu pai aparece segurando uma caneca, com algo quente por estar saindo fumaça, vestindo um roupão. Depois de me ver, a sua expressão foi de tédio a preocupado e depois a felicidade.

- Eu estava tão preocupado! - ele diz me abraçando e beijando o topo de minha cabeça. - Entra!

Eu continuei em silêncio, não tinha capacidade nenhuma pra falar sequer uma palavra. Lembrar que ele não acreditou acreditou em mim me machucava bastante.

- Senta, vamos conversar um pouco! - ele diz sentando no sofá.

- E-eu vou dormir um pouco, mal dormi essa noite! Vou aproveitar também colocar um pouco de água morna no rosto, os clientes da cafeteria não deixaram de me olhar feio um minuto. - digo indo até o pé da escada. - Apesar de essa não ter sido a única marca que essa discussão deixou! - joguei e subi as escadas, deixando ele sem nenhuma resposta.

Tomei um banho e coloquei a roupa de Dahyun pra lavar, devolveria depois quando desse. Desci pra pegar uma bolsa d'água e vejo meu pai sentado na mesma posição de antes.

- [S/n], vem cá! Vamos conversar, como adultos! - ele diz sério. Eu realmente não queria ter essa conversa, mas como eu disse hoje cedo: está na hora de eu enfrentar meus problemas.

Vou até o sofá e me sento um pouco afastada do mais velho.

- O que realmente aconteceu nessa discussão?

- Do que adianta eu falar, se você não vai acreditar em mim?

Ele deu um longo suspiro e tentou se aproximar, mas eu me afastei na mesma proporção. - Escuta, eu sei que a Ayla não é uma pessoa fácil de lidar, mas vocês têm que se entender. É horrível viver em um pé de guerra dentro de casa! Ainda mais quando você não tem nada a ver com a história, e fica ali no meio sem saber o que fazer!

- Mas você soube, e escolheu estar do lado dela ao invés do meu! Se ela que é a pessoa difícil de lidar, por quê não é ela que vem pedir desculpas? - eu perdi o pingo de paciência que me restava.

- [S/n]-

- [S/n] nada! Pai, ela me bateu, sendo que ela não é nada minha. Eu venho aturando muita coisa dela esses últimos anos, o jeito que ela me trata, os homens que ela levava pra dentro de casa e o jeito que ela trata você! - me levanto e vou em direção a cozinha pegar a bolsa de água e volto. - Você é o único que não vê que ela não é a pessoa certa pra voc-

- Quem é você pra falar isso?! - eu sou interrompida por Ayla, que entra igual a furacão dentro de casa.

Eu me aproximo bem devagar, ficando cara a cara com ela. - A filha dele, a pessoa que realmente se importa com ele. Porque, eu acho que não era eu que trazia um homem diferente a cada dia pra você tranzar na cama de vocês, também não sou eu que está com ele por puro interesse. Diferentemente de você! Então eu repito tranquilamente pra você. Ele é o único que não vê que você não é a pessoa certa pra ele!

Ela me encarava com uma cara de raiva, se tivesse a chance de me matar, faria agora mesmo! Até que, novamente, ela perdeu o controle e cuspiu na minha cara. Quando ela me bateu, eu não revidei, por estar muito nervosa e meu pai ter interrompido, mas agora não. No mesmo momento eu dei com a bolsa de água no meio de seu rosto, com toda minha raiva. Ela cambaleia pra trás quase caindo e meu pai entra na minha frente, pra que aquilo acabasse.

No Songs Enough (Dahyun/you)Onde histórias criam vida. Descubra agora