Entre as gravações e as lembranças

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Narrador por Werner Schünemann

Acordei mais cedo que de costume, Larissa ainda estava dormindo. Tomei meu café e fui para Globo. As gravações estavam indo de vento em polpa, durante vários momentos de montagens das cenas, colocando o figurino, me transportei para época da novela Eterna Magia, ainda consigo me recordar de quando vi a Eliane distante, chegando no camarim enquanto o Luís fazia a festa por está reencontrando um velha amiga. Como as roupas de Pérola tinham lhe caído bem, se eu pudesse volta, teria aproveitado melhor aquele tempo.

O Jayme me chamou a atenção para as gravações e iniciamos. Desta vez, a pessoa de meu personagem, era apaixonado por Celeste Hermínia, vivida pela Marisa Orth, uma grande amiga e atriz, mas ela não era a Eliane, então as cenas ocorriam no maior profissionalismo possível. Entre um intervalo e outro tirava tempo para responder às mensagens do meus filhos e via se perdido no meio de tantas outras, havia alguma da Eliane, mas ela parecia que estava tão certa do que havia dito, que as palavras que me falou, ficaram passando em minha cabeça como um filme. Seu olhar frio, ela nunca tinha falado daquele jeito comigo. Despertei somente com o diretor chamando para gravar a última cena, quando terminei, Nívea veio falar comigo.

- Werner - falou acenando para mim.

- Oi, minha querida - a abracei.

- Você pode me dar uma carona? Estou sem o meu carro no momento - perguntou sorrindo.

- Claro! Não negaría um pedido desses para a minha irmã, nem precisa pedir - ela gargalhou.

- Vou ao camarim pegar a minha bolsa, só um momento - balancei a cabeça concordando e fiquei no seu aguardo, enquanto a esperava, recebi uma mensagem da Larissa dizendo que iria se mudar para casa de uma amiga, fiquei preocupado, ela mal tinha amigos, não queria ela ficasse em situação difícil, assim, liguei para ela.

- Oi Werner - falou fria.

- Oi, porque você vai se mudar tão rápido para casa de alguém que você mal tem contato? - perguntei sério.

- Eu não quero mais dividir a casa com alguém que ignora a minha opinião, o que eu estou fazendo é melhor para nós dois - disse seca.

- Larissa, você não precisa ir embora às pressas, eu posso conseguir um apartamento só pra você, é só ter um pouco de paciência - pedi tentando convencê-la.

- Não, Werner! Não quero nenhum favor seu, obrigada por tudo, aprendi muito com você, mas agora preciso ir embora falou com a voz embargada.

- Não precisa ser assim - falei calmo.

- Não vê que ficar perto de você é pior para mim? Eu já levei boa parte das coisas para casa da minha amiga, adeus homem da tv, te desejo sucesso, beijo - despediu-se.

- Adeus, Lari, se cuida - ela desligou. Respirei fundo, eu não queria continuar o relacionamento, mas gostava dela, porém nosso relacionamento estava muito paternal, não dava continuar. Estava preocupado por ela estar ns casa de uma pessoa que ela conheceu a pouco tempo, mas ela tinha razão, precisava ficar só. Melhor ter ido para casa de uma pessoa que pode fornecer tempo e atenção a ela. Olhei para o celular e coloquei no bolso, bufei pensando no fora da Eliane e na despedida da Larissa.

- Não agrado mulher nenhuma - pensei alto.

- Quem disse? - Nívea se aproximou sorrindo.

- A sua presença me agrada bastante, irmão - me animei com o jeito dela.

- Pelo menos você - caminhamos em direção ao estacionamento e conversamos.

- Aconteceu alguma coisa, Werner? Você anda tão distante - perguntou preocupada.

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