Narrado por Werner Schünemann
Ela estava cega de ciúmes, sua respiração descompassada revelava o quão irada Eliane ficou por causa da mensagem. Ela apertava as mãos no celular e me encarava com os olhos marejados.
- Meu amor, calma! - tentei me aproximar, mas ela se afastou.
- Eu não pedi isso, foi ela que mandou, você precisa confiar em mim - falei calmo.
- Confiar? Werner como você está comigo e troca mensagens com a sua ex e ainda por cima com essa intimidade - ela jogou meu celular na mesa e falou nervosa.
- Eliane, calma! Se você leu as conversas, que eu sei que leu, viu que não tinha nada demais e se você notar... - ela me interrompeu na mesma hora.
- Nada demais? - ela gargalhou irônica.
- Essa foto e essa mensagem? Por que ela mandou isso? - questionou alto. Ele tremia como nunca.
- Eu não sei, desde que terminei com ela, nunca mais nos vimos, mal trocamos mensagens, eu não sei o porque disso - toquei em seus ombros.
- Ah, você não sabe? Que homem ingênuo você é! - apontou.
- Eliane se você não confiar em mim vai ser difícil - segurei seu rosto com as duas mãos.
- Eu não sei se consigo, Werner, sempre temos problemas à nossa frente - ela virou de costas para mim e sentou na cadeira.
- Acho que não nascemos para ficar juntos. Todas as vezes que acho que está tudo bem, é uma grande ilusão – as lágrimas começaram a cair. Eu não estava gostando da situação, nunca imaginei a possibilidade de brigar com Eliane por causa de Larissa, uma vez que terminamos há muito tempo. Eu não excluí o número dela porque jamais passou pela minha cabeça que essas coisas aconteceriam.
- Não diga isso! - segurei seu queixo e nos encaramos.
- Nós nascemos para viver e morrer juntos - beijei suas lágrimas, mas ela mal me olhava.
- Foram tantas coisas que compartilhamos, não podemos deixar esses contratempos nos afastarem - beijei as suas mãos.
- Acredita em mim, não existe nenhuma mulher além de usted, uruguaiana - confessei ofertando à ela um largo sorriso.
- Eu respeito a nossa relação, Werner! Não gostaria que isso fosse quebrado - ela disse amargurada.
- Isso nunca vai acontecer! - fui enfático.
- Eu lutei muito pra ter você, por que eu iria acabar com tudo agora? - indaguei acariciando seus cabelos. Ela esboçou um sorriso sem mostrar os dentes e a puxei para um beijo. Eu sabia que essa falta de confiança era devido a minha escolha no passado, Eliane nunca superou minha ausência há dez anos atrás, por mais que tenhamos ficado juntos depois de tudo, o passado era uma ferida que latejava nela.
Passamos o final semana em meu apartamento. Fiquei mimando Eliane, fazendo suas vontades e ignorando totalmente suas oscilações de humor. Durante uma manhã da semana, acordei cedo como de costume e ela estava toda enrolada com o lençol, ocupando quase toda cama, em um sono profundo. Me virei e dei alguns beijos em seu rosto.
- Bom dia - ela resmungou algumas palavras e me levantei. É necessário amor e paciência redobrada para aguentar Eliane quando acorda.
Narrado por Eliane Giardini
Tentei voltar a dormir, mas parecia que Werner estava disposto a me acordar, pois fazia um barulho estrondoso na cozinha enquanto preparava o café da manhã. Quando notou que não surtia efeito ele decidiu cantar. “No se tu, pero yo no dejó de pensar ni un minuto, me logró déspota nu tus besos, sus brazos”.
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Não se esqueça de mim
Fanfiction"Dez anos se passaram e muita coisa mudou e o que ficou na lembrança foram as paixões, declarações e promessas, mas será que tempo conseguiu aplacar essa história? Será que um novo encontro poderia resgatar o que um dia foi chamado de amor?" E nessa...