Capítulo 58: Unicórnio

330 14 33
                                    

—Nossa, que pacotão —Comentou Jabú quando se encontrou com seu mestre Aldebaran de Touro. O homenzarrão revirou os olhos.

—Garoto, sempre comentando sobre o cacete alheio —Ele já vinha treinando o Jabú há alguns dias e aprendera que o garoto tinha uma baita boca suja, que não conseguia passar nem se quer uma hora sem falar em rola, o pior era sua necessidade de justificar e defender sua sexualidade duvidosa.

—Qual é, mestre? Esta me estranhando? Só não tive como não notar, a culpa é sua por usar uma calça apertada dessas! Seu pacotão praticamente fica gritando: "Olhem pra mim!".

—Esqueça e volte ao treino, quebre aquela pedrinha.

—Pedrinha? Isso é um rochedo!

O treinamento de Aldebaran consistia em fortalecer os músculos, aumentar o cosmo e dar golpes poderosos para destruir alvos. A primeira etapa que Jabú tinha que passar era destruir um rochedo, mas até agora só tinha conseguido causar algumas rachaduras.

—Chega! Se sente aqui, vamos ter uma conversinha... Jabú olhe pros meus olhos, porque não para de olhar pra minha linha de cintura?

—É culpa do seu pacotão.

—Céus! Você consegue ser pior que o Afrodite! —A menção ao traidor gerou um instante de silêncio e então Aldebaran suspirou —Leitura de cosmo não é minha especialidade, isso é com o Mu, mas é nítido que sua mente esta bloqueando seu cosmo.

—Minha mente?

—Você vive um conflito interno e isso bloqueia seu cosmo. Você tem que resolver suas incertezas e permitir que seu cosmo flua livremente. Acho... que transar talvez ajude.

—Então devo paquerar uma das garotas —Disse Jabú inflando o peito.

—Sério, isso?

—O quê?

—Menino tu é viado.

—O QUÊ?!!! —Jabú se levantou todo vermelho e nervoso —Não tem ninguém mais hétero que eu nesse internato!

—Temos um grande problema aqui. Se pretende mentir pra si mesmo nunca vai ser um cavaleiro.

Jabú trincou os dedos e cerrou os punhos furioso com aquilo e ainda se lembrou das duras palavras do Ikki... Duras... Dura... A rola dura do Ikki o penetrando. Ele começou a se excitar, sacudiu a cabeça para afastar aqueles pensamentos.

—Eu... Eu não sou... isso —Disse Jabú se acocorando.

—Ai, ai. Olhe, por que reluta tanto em assumir seus próprios desejos?

—Por que... Por que meu pai disse é errado!

Jabú se viu gritando aquilo e foi como abrir uma porta há muito tempo fechada. Ele abaixou a cabeça e começou a chorar. Aldebaran tentou afagar a cabeça dele para consola-lo, mas sua mão era tão grande e forte que torceu o pescoço dele.

—Ai

—Me desculpe —Pediu o mestre —As vezes não consigo controlar a minha força.

—Tudo bem —Ele respondeu enxugando os olhos —Meu pai... bem, minha família é do campo, trabalham com agricultura familiar, temos uma plantação de cana de açúcar.

—HAHAHAHAHHAHAHAA —Aldebaran começou a rir desesperadamente e Jabú o encarou confuso —Desculpe, é que no Brasil temos um dito popular, um xingamento por assim dizer... Olhamos na cara dos embustes e gritamos: "Vá chupar um canavial de rola!". Hahahahahahahha. Desculpe, continue —Jabú parou por uns instantes se imaginando chupando um canavial de rola e ficou com água na boca. Sacudiu a cabeça e continuou.

Internato do ZodíacoOnde histórias criam vida. Descubra agora