Internato do Zodíaco

Capítulo 8: A Quebra do Sistema de Pontos

Se passaram três dias desde a chegada de Seiya ao Internato do Zodíaco. Ele estava estranhando um pouco as disciplinas: Mitologia Grega, Astronomia, Estratégia de Guerra, Defesa Pessoal, Conservação de armas e armaduras, entre outras. Aquelas disciplinas não faziam sentido, achou que nunca ia acompanhar a turma, mas se surpreendeu com a facilidade com que seu cérebro assimilou aqueles assuntos, quase como se fosse programado para aquilo.

Todos os cavaleiros sem patente conheciam o Seiya, suas desventuras levantavam sua fama. Naquela manhã ele estava indo com o Shun para sua primeira aula de Batalha com o tal professor Shura.

—Essa é a aula mais difícil, o Shura pega muito pesado —Disse Shun.

—Mas também é a que todo mundo mais se esforça —Disse ninguém mais, ninguém menos que Saori Kido encostada num pilar fazendo os garotos sobressaltarem.

Seiya ficou nervoso, o olhar da garota parecia sempre ostentar hostilidade.

—A aula de Shura é a única que quebra o sistema de pontos.

—O quê? —Seiya perguntou.

—O Shura tem carta livre para promover um aluno diretamente para bronze independente de sua pontuação.

Seiya ficou boquiaberto, soube que era preciso acumular mil pontos para se conseguir a patente de bronze. Jabú, que era o que estava com maior pontuação, estava com 650.

—Isso acontece com frequência? —Seiya perguntou.

—Pergunte a ele —Disse Saori indicando o Shun —Afinal, o irmão dele é quem conseguiu o atual Record, ele subiu para bronze em uma semana.

Saori se levantou e foi embora sem dizer mais nada. Seiya a seguiu com o olhar até que ela sumisse de vista.

—Seu irmão é tão durão assim?

—O Ikki é muito forte, ele já me salvou centenas de vezes. Somos órfãos, vivemos por anos em orfanatos, reformatórios e na rua.

—Uau! Seu irmão parece ser incrível! Mal posso esperar para conhecê-lo.

—Já faz um mês que não o vejo. Quero virar bronze o quanto antes, mas ainda só tenho 120 pontos.

—Então essa é nossa chance, Shun!

—O quê?

—Vamos botar pra quebrar nessa aula de Shura é vamos nos tornar bronze hoje!

Eles chegaram ao salão de batalha, cerca de 70 alunos batiam papo esperando o professor. Entre eles apenas uma garota, Marin, a ruiva braço direito de Saori.

—É permitido usar armas? —Seiya perguntou surpreso ao ver um enorme arsenal.

—Eu sou péssimo com espadas, é por isso que sempre me dou mal.

—Shun, você deve ser bom em alguma coisa.

—Hum... Dança com fita?

Seiya ficou sem saber o que dizer, e foi aí que uma terceira pessoa entrou na conversa.

—Realmente dança com fita não ajuda a usar nenhuma das armas convencionais —Disse Marin —No entanto, ninguém é obrigado a usar aquelas armas, olhe para seu redor ou para si mesmo e encontre sua arma, se você realmente precisar de uma.

Ela deu uma piscadela para eles. Seiya sorriu, ele ia com a cara dela, ela era legal.

—Olá, cambada de saco de pancadas —Disse um homem sem camisa carregando duas espadas —Desculpem o atraso, vocês querem aula de armas ou o desafio da batalha?

Aquele era o professor Shura de Capricórnio, todos os alunos gritaram: "Desafio de batalha!", afinal a chance de ser promovido sem os pontos era tentadora de mais.

—Quem quer ser o primeiro? —Houve silêncio e então Seiya empurrou o Shun pro centro da roda —Shun de Andrômeda? Pensei que odiasse minha aula, muita coragem em querer ser o primeiro.

—Ser o primeiro é o pior —Marin cochichou para Seiya —Ele vai enfrentar alguém, se ganhar entram mais dois, se ganhar novamente, entram mais quatro, isso até ele ter que enfrentar dezesseis.

Seiya ficou boquiaberto, pensou ter ajudado o amigo o dando um empurrãozinho encorajador, mas na verdade o tinha jogado na jaula dos leões. Shun olhou pro Seiya o fuzilando, mas não estava com raiva, estava com medo.

—Quem quer ser o desafiante? —Ser o segundo era tão ruim quanto o primeiro, mas um daqueles garotos não queria desperdiçar a chance de dar uma surra no Shun.

—Eu vou!

—Muito bem, Jabú de Unicórnio.

Shun estava nervoso, mas aquela era sua chance de se tornar bronze. Ele nunca tinha se voluntariado para participar daquele desafio, graças ao empurrãozinho do Seiya teria que dar tudo de si.