Capítulo 66: A Lenda e o Fã

365 9 9
                                    

Naquela noite a taverna estava mais fria que o habitual, assim que Dohko entrou com a urna de sua armadura nas costas, notou a fonte daquele ar gélido, um homem de cabelos azuis bebia wisque numa mesa afastada da lareira. Dohko sorriu, pelo jeito tinha sido mesmo achado naquele vilarejo no fim do mundo.

Dohko era alto e corpulento, o tipo de cara que se odiaria encontrar num beco escuro, mas o tipo dos sonhos pra se levar pra cama. Ele tinha um libido voraz, uma fome por sexo e violência. Em tempos antigos ele era um famoso caçador responsável por aniquilar as mais terríveis feras, ele se divertia banhando-se em seu sangue e ainda aproveitava para suprir suas necessidades masculinas; assim ficou conhecido como o estuprador de monstros.

Nem se quer por um segundo Dohko pensou em dar meia-volta, sair da taverna e evitar encontrar com aquele homem de cabelos azuis. Dohko adorava jogos, então pediu uma bebida ao barman e foi sentar-se à mesa com o sujeito.

—Parabéns por ter me encontrado, Kamus —Ele cumprimentou o homem de cosmo gélido.

—Eu te encontrar? Só passei pra tomar uma bebida —Kamus bebeu o encarando provocantemente —Mas já que estamos aqui, sugiro uma trégua, vamos ser civilizados. Ao invés de lutarmos podíamos jogar um jogo de perguntas.

—Pelo jeito você tem muita curiosidade ao meu respeito —Dohko sorriu e depois virou uma caneca inteira do que parecia fogo líquido, ele amou a sensação —Desde aquele dia há 3 meses você deve guardar várias perguntas ao meu respeito.

—Na verdade tenho perguntas sobre você desde meus 12 anos —Aquilo despertou ainda mais a curiosidade do outro —Eu cresci fascinado pela lenda do estuprador de monstros, todo aquele poder... —Kamus fechou os olhos se concentrando pra não gemer, mas não pode fazer nada quanto ao seu pênis latejando dentro de suas calças —Como uma lenda conhecida por sua violência se tornou um santo de Atena?

—Eu vivi numa era de monstros, mas eu era tão bom que os eliminava mais rápido que eles se reproduziam. Eu fui um herói da humanidade, acabei com todos os monstros. Com o passar dos anos, um tédio sem fim, ouvi falar de uma Guerra Santa travada por deuses. Aquilo me fascinou, uma nova oportunidade de mostrar meus poderes. Assim aprendi a usar o cosmo e me tornei um cavaleiro.

—Você não sabia usar o cosmo quando lutava contra os monstros?

—Não, eu os vencia na base da porrada —Kamus tremeu de excitação e deixou o copo cair na mesa derramando a bebida —Esta nervoso? Esperava mais de um cavaleiro de ouro.

—Não estou com medo se é o que esta pensando. Adoraria lutar com você, mas...

—Minha vez de perguntar. Por que parece tão fascinado por mim, Kamus?

—Eu sinto atração pelo poder. Me tornei um cavaleiro porque queria ficar mais forte e conhecer pessoas mais fortes. A ideia de estar cercado pelo poder me excitava.

—Eros é mais forte que Atena —Aquilo era um convite?

—Eu sei —admitiu Kamus sendo completamente sincero —Tenho que usar toda minha força de vontade para não trair a Atena. Principalmente quando eu soube que você era o lendário caçador... Só de imaginar, eu... —Kamus o olhou dos pés à cabeça —Próxima pergunta, você sabe que o objetivo de Eros é transformar o mundo num puteiro e prostituir a humanidade para monstros e criaturas mitológicas e divinas?

—Sei —Respondeu Dohko se afastando para a garçonete limpar a bebida que Kamus derramou e lhe servir uma nova.

—O que você ganha com isso? Não faz sentido.

—Simples, eu odeio a paz. Quando houver monstros poderei enfrenta-los e estupra-los à vontade. Nenhum signo poderia me representar melhor que o de Libra. Eu sou a balança da justiça e quero que o mundo recupere seu equilíbrio, a paz não é equilíbrio, é a consequência de peso de mais em um lado da balança. Um mundo selvagem que vive em constante batalhas é o verdadeiro equilíbrio. E isto que eu quero! E você Kamus, o que quer?

Internato do ZodíacoOnde histórias criam vida. Descubra agora