Capítulo 16: Crônicas do Shun (Terceira Parte)

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Aquela sem dúvida era uma das fodas mais intensas do trio, Esmeralda estava enlouquecida, gemia revirando os olhos, gritava e apertava os peitos, mordia o lábio inferior, enquanto rebolava com duas rolas entrando e saindo da sua buceta.

—Vai! Assim! Aaaar! Arrombem minha buceta!

Shun estava adorando aquilo, seu irmão já tinha lhe fodido, seu cuzinho já estava arrombado, aberto e pulsando. Ele agora sentia as bolas do Ikki encostadas nas suas, assim como seu cacete, e juntos eram engolidos por aquele buraco quente e lambuzado, a buceta da Esmeralda.

—Que porra é essa?! —Gritou uma voz furiosa assustando o trio.

—Pai?

Os três desmancharam a posição e começaram a se vestir as pressas. A expressão do pai era assustadora, como se seu cérebro ainda estivesse processando o ocorrido e há cada segundo odiasse mais e mais.

—Pai, eu posso explicar.

—Explicar que você é uma puta? Uma pecadora suja? Sua meretriz maldita! —Ele deu uma bofetada tão forte que a derrubou no chão.

—Esmerada! —Ikki correu para ajudá-la.

—E você? Não ouse tocar nela! —Ele o agarrou pela gola da camisa —Eu alimentei e dei um teto pra você e para o lixo de seu irmão e vocês me pagam sujando minha filha com suas rolas sujas de mendigos?

—Nós sentimos muito! —Chorou o Shun.

—Não sentem porra nenhuma! Mas vão sentir.

Ele jogou o Ikki em cima do Shun e agarrou Esmeralda pelos cabelos a arrastando pra fora do celeiro.

—O que é isso? —Perguntou a mãe.

—Mãe, socorro!

—Calada! —Ele deu um soco na barriga da filha —Essa prostituta sujou a honra do nosso clã. Pegue a máscara, mulher, precisamos purifica-la em nome da Rainha da Morte!

Ikki e Shun correram seguindo a família religiosa até o milharal. Quando chegaram ao centro viram Esmeralda amarrada no espantalho. Sua mãe chorava e entregou uma máscara ao marido.

—O que vão fazer com ela? —Gritou Ikki, o pai se virou revelando uma assustadora máscara vermelha.

—Vocês sabem que somos religiosos, mas nossas crenças não são cristãs. Nós viemos de uma ilha onde idolatramos a Rainha da morte! E só há um jeito de limpar o corpo dessa criatura imunda —Ele estendeu uma estaca para a esposa que com as mãos tremulas a acende inflamando a tocha —Purificação pelo fogo! —Ele tocou fogo numa pilha de feno que imediatamente começou a queimar os pés da garota.

—Esmeralda! —Ikki correu para salva-la, mas foi interceptado por um soco na cara.

—Seu lixo humano, vocês nos obrigaram a isso! Não adianta tentar impedir, você é fraco. Um órfão maldito e indesejado.

O fogo se espalhou, os gritos da Esmeralda eram o pior som que Shun ouviu em toda sua vida. Ikki começou a lutar contra o pai dela, dava socos e chutes, acertava-o por todo corpo, mas o mascarado parecia um demônio, rindo, xingando e provocando.

Shun correu para ajudar Esmeralda, conseguiu driblar a briga, mas quando estava para alcançar a amiga, foi agarrado pela mãe. Shun lutou o máximo que pode, mas ele era um garoto raquítico e delicado, no entanto os gritos o fizeram lutar mais e mais. Ele acertou a cabeça no queixo da mulher, ela tomba sobre a fogueira derrubando o espantalho e a filha, as chamas se espalharam pelo milharal. Shun tentou alcançar Esmeralda, mas seus gritos cessaram e as chamas pareciam paredes de fogo.

Ikki viu a garota que amava morrer queimada nas mãos de seus progenitores, de um ponto de vista mórbido agradeceu por ser órfão. O pai gargalhava erguendo os braços.

—Aceite esse sacrifício em teu nome, oh deusa, grande Rainha da Morte!

No Internato do Zodíaco, Shun parou a narrativa se dando conta de algo.

—Agora eu entendo o que aconteceu naquele dia —Seiya não ousou interromper o raciocínio do amigo —No meio da luta, o Ikki gritou loucamente, pensei ter visto uma aura ao redor de seu corpo, as chamas ao seu redor assumiram a forma de um pássaro e engoliram o mascarado. Por muito tempo, pensei ter imaginado essa parte... O incêndio chamou a atenção das autoridades e fomos presos. Alguns dias depois o senhor Kido apareceu e nos libertou nos trazendo para cá. Quando ele nos deu nossos brasões, entendi o fato do meu representar uma mulher, mas me arrepiei ao ver que o do Ikki era a fênix, um pássaro de fogo exatamente como o daquele dia trágico. Hoje sei que aquela foi a primeira vez que ele usou seu cosmo.

—Eu nem sei o que dizer, Shun. Sinto muito pela Esmeralda.

—Obrigado. É muito bom desabafar, o Ikki se recusou a conversar a respeito, ele apenas disse que nunca mais me tocaria daquele jeito errado novamente.

—Você acha que ele te culpa?

—Sei que não, mas talvez ele se arrependa das nossas transas. Isso me dói, mas vou superar, afinal eu não esperava um relacionamento amoroso com meu irmão. Hoje me basta sua fraternidade.

Shun tinha contado tanta coisa em apenas uma noite, Seiya estava tão envolvido na história que nem viu o Shiryu gozar, tomar banho e ir dormir, nem o Hyoga voltar exausto do seu clube de dança. Eram tantas informações que se sua vida fosse uma fanfic aquela parte daria pra se dividir em três capítulos.

Os dois adormeceram juntos, no dia seguinte não voltariam a mencionar aquela história, mas Seiya entendia o Shun agora, sua amizade cresceu ainda mais sem que se desse conta. O clima triste desapareceria no amanhecer e suas aventuras caminhariam para o futuro desconhecido à sua frente.

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