Strong

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Anastasia.

Eu quase grito de alívio no momento em que o meu carro finalmente atravessa os portões da mansão de Christian. Eu sabia que ir naquela viagem seria uma merda. Meu sexto sentido nunca falha.

Enquanto meu motorista faz a manobra em volta da fonte eu esfrego meus olhos e pisco minhas lágrimas para longe.

Quebrei minha promessa de falar com Christian a cada hora e atualizá-lo de tudo. Trabalho me consumiu mais do que eu esperava e minha cabeça foi à mil por hora, o dia parecendo extremamente pequeno para tudo o que eu precisava fazer. E ainda não é tudo. Preciso estar em Milão na semana que vem para o desfile da Gucci e eu literalmente deixei Anna Wintour falando sozinha. Sabe lá Deus se ela ainda vai me querer na edição de dezembro da Vogue.

Quando Kate veio correndo até mim no Coppa Club em pleno horário de jantar com lágrimas brilhando nos olhos eu já sabia que boa coisa não era.

E eu malditamente estava certa.

Me lembro de Leila passar rapidamente pela casa de Christian durante a festa de aniversário de Jack. Vadia estava estampado na sua testa e ela claramente odiou me ver com Christian e acabar roubando toda a atenção dele para mim, mas nunca pensei que ela poderia chegar tão longe assim.

Mesmo a algum tempo atrás quando eu não perdia a oportunidade de declarar o meu ódio e repulsa por Christian Grey eu nunca acreditaria numa coisa dessas. Ele pode ser tudo, menos um estuprador e se eu já tinha essa certeza antes agora muito mais.

Tudo o que eu queria era me jogar nele e chorar até limpar a minha alma, mas eu preciso ser o mais forte possível para ele nesse momento. O meu homem precisa de mim e eu estarei ao lado dele, segurando a sua mão e dando a minha cara à tapa para todas as mentiras e injustiças que virão, mesmo que Leila tenha ido a público ontem à noite e desmentido toda a história.

Tranquilidade e alívio cresceu no meu peito quando Kate me enviou a matéria, mas uma enxurrada de comentários negativos vieram juntos. Foram tantas pessoas acusando Christian de comprar o silêncio dela que eu tive desejos de morte.

Um mundo de mensagens também pipocaram nas minhas redes sociais, a grande maioria dos fãs de Christian perguntando como ele estava e quando ele ou Ricky iriam aparecer e se pronunciarem. Também recebi muitas de apoio, pessoas me pedindo para repassar para ele todas as vibrações positivas e que essa bagunça se resolveria em breve.

Quando o carro finalmente para eu não espero o motorista, já vou abrindo a porta e saltando para fora. O ar quente de Seattle faz suor brotar entre os meus seios.

Eu provavelmente estou horrível, como se o próprio satanás tivesse amassado uma fornalha de pães na minha cara mas foda-se essa merda.

Depois de sair correndo do restaurante só tive tempo de enfiar tudo na mala de qualquer jeito e deslizar na primeira roupa que eu encontrei pelo quarto. Chorei a maior parte do vôo, preocupação apertando a minha garganta. Christian não atendeu as minhas ligações e nem respondeu as minhas mensagens. Eu sei que ele deve estar confuso e com raiva, mas uma dorzinha chata surgiu no meu peito com a possibilidade de que ele estaria me ignorando. 

Tropeço nos meus próprios pés enquanto subo as escadas e abro a porta de uma vez. A casa está mortalmente silenciosa, parece até vazia.

Não escuto os resmungos de Elliot, as risadas de Jack, muito menos a voz de Christian.

Eu atravesso o limiar e piso no hall. Estremeço com o quão frio o ambiente parece, quase que sem vida. Esse lugar que costuma respirar música e boas vibrações agora se assemelha a algo quebrado e cheio de tristeza.

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