Legado

3.Passado

Adélia

"Como vocês sabem eu passei dois anos da minha vida na cidade da cachoeira e eu fazia magia sem perceber. Um exemplo disso era a minha casa, sempre achei que ela havia se construído sozinha, mas quando comecei a frequentar Skyrdholp me disseram que é impossível uma arvore construir algo, pelo menos não sem a forte força de vontade e energia de alguém, então depois descobrimos que foi isso mesmo que aconteceu. Construí a casa na arvore com a ajuda dos animais, colocando um pouco da minha essência e vontade nela por acidente, então não consegui colocar uma escada, uma corda ou um elevador improvisado, isso irritava muito a arvore mãe. O único modo de entrar na minha própria casa era somente se ela permitir, era o um modo de me manter viva e descobrir quem eu era e porque não me lembrava se nada.

Depois que descobri do que era capaz de fazer e brigar com a árvore mãe, fiquei perambulando por ai na floresta para conhece-la melhor, foi ai que eu vi o Symon sozinho procurando o coelho da irmã que havia fugido e fiquei observando-o de onde estava. Ele não sabia para onde estava indo e nem que estava sendo observando, então eu o avistei indo em direção ao penhasco e o segui, ajudando-o quando quase cairá do penhasco. Ele agradeceu e se apresentou, já que eu não fazia a menor ideia se tinha um nome. Meio sem graça, por saber da minha situação, se desculpou correndo contente novamente para o penhasco e começou a me chamar de Adélia, foi assim que nos conhecemos e passamos a infância juntos, brincando e explorando, mesmo o pai dele não gostando de mim, até no inverno do ano seguinte. Eu estava indo para casa, quando senti a presença de um estranho me seguindo, então comecei a correr na direção oposta, tentando despista-lo até entrar numa caverna vazia e sem saída, ou melhor, com somente um buraco brilhante no fim dele. Sem ver outra saída, eu pulei nele"

- Então foi assim que você sumiu – diz Symon pensativo

- Sim. – digo nervosa

- Então todos vocês são... bruxos? – ele pergunta desconfortável

- Ei! Olha o respeito não precisa xingar! – Alice exclama ofendida

- Desculpa. – Symon responde envergonhado

-Symon... o que ela quis dizer é que você acabou de dizer que todos nós usamos nossa magia para o mal misturado com magia das trevas. E Alice você meio que exagerou, tendo em conta a educação pobre sobre nós no mundo dele. – digo tentando amenizar os ânimos

Alice imediatamente amenizou a carranca ofendida e se desculpou. Então começo a explicação, notando os olhares interessados de todos e me pergunto porque as pessoas sempre se interessam quando eu conto algo que todos já sabem.

- Então, como já mencionei, bruxos são usuários de magia do mal, eles sempre apelam e vão apelar para a maldade e as trevas. Feiticeiros são usuários de magia e só podem usar magia quando entram em contato com objetos mágicos como uma varinha ou um dom e esse sempre será sua desvantagem. Além desses, tem também os magos, que usam a magia livremente sem a limitação de objetos mágicos, os elfos que usam a magia bruta da natureza e os já quase extintos dragões, que usam seu fogo para moldar a magia. Ninguém pode ser mais do que um desses, porque a um limite magico de uso, se o ultrapassar o ser vai secar e consequentemente morrer. – digo me sentindo péssima e a sala cai em silêncio

-Espera! Como assim, você não sabia se tinha um nome? – diz Sogon surpreso mudando de assunto de repente

- Eu não sabia mesmo – digo dolorosamente

- Quieto filho! Continue – Diz Alice percebendo os meus sentimentos

"Depois que pulei no buraco, me vi dentro de um castelo medieval enorme e velho, estava rodeada de pessoas curiosas, algumas da minha idade e outras mais velhas. Todos me olhavam com repugnância ou pena. Era época de testes para saber que tipo de magia os alunos faziam, os que tinham aptidão para magia pelo menos.