Symon
Atravessando o portal, percebo que o sol está se pondo, mas me pego me perguntando se era o mesmo dia. "Quanto tempo se passou?" começo a pensar desesperado
Esse questionamento durou até eu sentir o vento atrás de mim e o gotejar de água, indicando um portal fechado. E ao me virar, encontro uma Adélia perturbada, logo me fazendo levantar a guarda novamente.
- O que houve?
- Amanhã – ela simplesmente diz com a cabeça em outro lugar
- Uma pergunta. Quanto tempo se passou? – pergunto meu medo
- Do que você... – diz finalmente me olhando nos olhos e recua como se lembrasse de algo
- O que? – digo confuso com sua reação
- Entendo sua preocupação, Symon. Porque um ano em Anemida, são dois anos aqui. – diz temendo algo
- Dois anos? – digo apavorado
- Relaxa. As coisas ao meu redor costumam passar mais devagar e fica confuso, as vezes passa mais rápido outras mais devagar, mas só se passaram dois dias. Olhe, eu facilitei as coisas para você estamos na porta da sua casa, bem não exatamente. Adeus, talvez te explique as coisas amanhã. Talvez. – ela diz refletindo o tempo inteiro e termina se virando para a floresta.
Fiquei encarando-a até sumir de vista, desolado. Estava encrencado! No que eu estava pensando? Obvio, que o tempo aqui e lá no "mundo magico" era diferente. Agora teria de inventar uma desculpa para meu pai que deve estar furioso.
Respirando fundo, empurro o portão com cuidado, fazendo o mesmo com a porta e fui silenciosamente para o meu quarto, sem ninguém notar, sentindo o alivio de estar salvo do interrogatório.
Pelo menos foi assim até eu ouvir meu pai e acender a luz. E lá estava ele sentado na minha cama de lençol azul intocado, de braços cruzados e com raiva, me avaliando da cabeça aos pés.
- Não vai me responder? Por que está todo sujo, suado e cheirando a umidade?
- Não é da sua conta. Dá licença, ou vou ter que sair de casa? – consigo dizer mais friamente do que esperava e indicando a porta
- Espero por explicações, Symon. Você tem agido estranho ultimamente. – ele diz preocupado me fazendo encara-lo em busca de mentira
- Estou cansado, me faça o favor! – digo indicando a porta
- Não terminamos essa conversa, exigirei respostas amanhã, ouviu! – ele diz assumindo sua verdadeira personalidade
- Tá, tá. Respostas, adeus... – digo fechando a porta
Respirando com alivio, desabo na cama e durmo do jeito que estava, estava muito cansado para me mexer, não me importando com o sermão que receberia no dia seguinte. Me deixei levar pelo sono.
...
No dia seguinte, tentei ignorar o meu alarme irritante que teimava em me acordar, até cobri a cabeça com o travesseiro, mas notei que seria inútil, que eu tinha que seguir em frente com a vida.
Após levantar com esforço notando como a carga horaria do outro mundo havia pesado sobre mim, consigo tomar banho e me arrumar, parando em frente a porta temeroso, com cautela a abro esgueirando a cabeça pelo corredor e o vejo vazio. Comemorando internamente, saio de fininho da casa, como faço todas as manhãs.
A primeira coisa que faço, é procurar Adélia e a encontro em frente a cachoeira, em posição de meditação, de olhos fechados em frente a uma pequena caixa branca, dourada e prateada, com a mesma marca da palma da mão esquerda dela. Estava brilhando e me aproximei curioso.
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Legado
FantasyEle teria uma vida considerada normal, apesar de ser rico e odiar isso, cercado de pessoas interesseiras. Nada seria anormal, além de pacato, os únicos verdadeiros eram seus amigos de verdade. Ela não tem nenhuma memória do passado, sua vida se base...