10.O Mapa

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Symon

Adélia foi interrogada nos próximos dias, Jenna a acompanhando e com muitos feitiços de charme, que diga-se de passagem, conseguiram livra-la da culpa da destruição. Toda a culpa recaiu sobre a competidora ruiva, que ao perder resolveu explodir tudo. Por mera coincidência, Adélia estava no banheiro tentando aliviar uma queimadura devido ao princípio de incêndio do banco ao lado do dela, causado por um cigarro mal apagado. Ao perceber as intenções da competidora, tentou impedi-la, mas a outra após uma dura luta conseguiu conte-la, amarrando-a parcialmente porque esqueceu de desligar a bomba que explodiu. Adélia só não foi pega pela explosão, porque se escondeu entre os boxes a tempo. Foi essa versão que vazou na mídia e para ser honesto, não era uma completa mentira, era uma outra versão da verdade, mas na real chamou a atenção por ser meio impossível sobreviver a uma bomba.

Depois dessa, Adélia parecia se distanciar mais e hoje, duas semanas depois, entra discutindo com Jenna. Já sabendo que não era coisa boa, arrasto todos para o laboratório e as questiono.

- Ela quer ir para Anemida sozinha. É perigoso! – Jenna implica

- Se você me dissesse o que está acontecendo, seria ótimo. Sei que não est cumprindo sua missão de mensageira. – Adélia replica

- Ah é?! E você com esses seus segredos? O que o diretor quer dizer com pode confiar mim?

A reação foi imediata, Adélia congelou, logo ficando deprimida. Jenna percebeu a mancada e já ia se desculpar, mas Adélia já estava indo em direção a porta para ir embora, porém eu a barro antes, segurando sua mão e a forçando a me encarar, o que a faz suspirar derrotada.

- Está bem. Eu conto, mas vai ser difícil.

- Estou esperando... – Jenna diz cruzando os braços

- Ele fez um feitiço de leitura. Ou seja, ele leu você por dentro. – ela diz encarando a amiga séria

- Como? Isso é possível? – Mathew diz realmente interessado agora

- Sim, é possível. É um feitiço complexo que consiste em reunir muita magia nos olhos, mas ao mesmo tempo não reúne magia nos olhos. Deixe-me ver, você reúne muita magia nos seus olhos não físicos e isso lhe permite ver a aura das pessoas, aí é possível ver que tipo de pessoa ela é, essa magia pode garantir que sua leitura é concreta no final também. Vai cumprir seu papel agora? – Adélia diz conforme nos observava

- É melhor se sentar, as notícias são péssimas. – ela diz se sentando em uma das cadeiras giratórias de Gabry e nós fazemos o mesmo

"Anemida já não é mais aquele reino pacifico, cheio de vida e felicidade de quando o rei Demon governava. Não desde que Lorde Soberano o matou e usurpou o trono a 6 meses atrás, desde então tem governado a sangue frio com leis rígidas, o povo se revoltou e com isso ele resolveu que iria atacar as escolas. Para isso, ele confiscou todos os itens mágicos poderosos e forçou o recrutamento de magos e guerreiros principalmente os poderosos. Os dragões que eram raros, se tornaram mais raros ainda. Skyrdholp caiu, foi dominada.

Estávamos no meio da aula como qualquer outro dia, já ia completar 10 meses que você sumiu e 4 meses que o trono foi usurpado, mas achamos que não ia acontecer nada. Quando os portões explodiram de repente e os soldados entraram os alunos desesperados correram para a ala emergencial como sempre fazemos no treinamento, onde a professora Suzany abriu portais, enquanto os outros professores lutavam contra os soldados. Eu não fui para lá, estava procurando meu irmão e fui capturada junto com os professores, fomos jogados na masmorra e para ter certeza de que não teria escapatória, eles mataram a professora Suzany.

Já fazia três dias que estávamos presos e o diretor me encarava de um jeito estranho, quando os soldados trouxeram meu irmão que havia se escondido na castanheira, mas não foi muito esperto. Nesse momento, o diretor nos chama para conversar, nos avisando que havia mandado uma mensagem para alguém do lado de fora, me entregou um pergaminho e me pediu para entrega-lo para esse remetente e lhe contar a situação atual de Anemida, abriu um portal e nos despachou. Não sabia que ele abria portais." – Jenna conta e conforme ia falando Adélia empalidecia

- Claro, ele mantém em segredo para casos de emergência, ao contrário de mim, que abro quando quero. – Adélia responde distante

- Você pode abrir portais? – Mathew pergunta surpreso

Ela não responde, estava deprimida e com os pensamentos em outro lugar, mas tinha aquela centelha de determinação que eu conhecia muito bem. Eu já sabia o que ela pretendia e não gostava disso.

- Não! – digo a encarando

- Não, o que Symon? – Jenna pergunta confusa com minha reação

- Você não vai sozinha e ponto final. Posso ser um mero mortal civil e você uma poderosa feiticeira imortal, mas não vou deixar você se arriscar. – digo dando um soco na mesa para enfatizar o que disse

- Não estou pedindo permissão, Symon. Estou saindo. – ela diz se levantando e se dirigindo a porta

Nisso começamos a discutir com os olhares novamente, enquanto Jenna contava uma história que não explicava nada, estava tentando explicar o que eu disse, sem o menor sucesso. Como sempre ela, suspira derrotada e se senta cruzando os braços frustrada, mas se lembra de algo e pega seu livro.

- Espera ai! Por que vocês teriam uma masmorra numa escola de magia? – Aby pergunta do nada

- Para castigo e punição, por que? – Mathew disse dando de ombros

- Por acaso são encantadas ou algo do tipo? É muito usada? – Aby pergunta empolgado

- Não, pra que ia precisar disso? Só soube de uma pessoa que ficou lá por duas semanas, acorrentado em forma de cachorro como punição por uma brincadeira de mau gosto. – Mathew responde receoso e pelo canto do olho vejo a reação de minha cara amiga respondendo minhas suspeitas de quem era o sujeito

Só então me dei conta de que ela estava nos observando um a um e que suas íris verdes estavam mais brilhantes e vivas.

Quando ela coloca o livro na mesa e suspira satisfeita, eu soube que o resultado do feitiço foi positivo, e senti aliviado também, já que eles eram meus amigos afinal. Não me sentiria bem se o que ela nos contou fosse usado contra ela por minha culpa.

- Perai! Por que esse livro está em branco? – Mathew diz de repente depois de observar o livro de Adélia

Jenna curiosa com a afirmação do irmão também se aproxima e examina o livro, enquanto minha amiga simplesmente faz um gesto de não sei.

- Sinceramente, não sei. Só sei que ele é encantado e somente o dono do livro e seu professor podem lê-lo, com exceção do Mealches, não sei por que. Ao que parece esse livro era da minha mãe, foi o que os dois me disseram. – ela diz meio triste

Fiquei triste também, afinal dentre todos nessa sala, eu era o que mais sabia como era doloroso para ela não saber nada dos pais e de si mesma, nem uma foto deixaram para ela.

Minha atenção e o da Adélia só voltam para Mathew quando ele começa a falar exasperado como o mapa de Anemida estava errado no final do livro.

"Iluminus não ficava aonde atualmente está o castelo Império e esses pontos coloridos não fazem sentido algum." – ele diz com as sobrancelhas franzidas

Nisso, todos no aproximamos para ver esse mapa melhor e Jenna automaticamente concorda com seu irmão.

- Está errado para vocês, porque não sabem onde procurar. Os pontinhos coloridos são os centros de magia – Adélia diz apontando para a caverna da coragem e seu pontinho vermelho.

- E o que achamos neles? Esse mapa não mostra nos nada. – diz Jenna de forma cética

- Magia, chaves-portais e dragões – Mathew responde com os olhos brilhando

- Quantas chaves você tem mesmo, Adélia? – Jenna pergunta olhando preocupada para o mapa

- Duas... eu tenho duas chaves. – Adélia desabafa frustrada

Mathew novamente chama nossa atenção para o mapa, quando franze o cenho ao ouvir a menção de que ela só tinha duas e que não eram nove chaves de acordo com esse mapa. Eram dez e uma delas ficava no castelo Império. E essa agora. O que faríamos com essa informação?


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