Capítulo 7

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Boa Leitura!

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POV NARRADOR

Os pensamentos de Camila estavam todos focados, unicamente no sonho que tivera na noite passada. Algo realmente que jamais pudera imaginar, aconteceu. O sonho veio junto com um sinal e orientação para seus próximos passos importantes que ela estava prestes a dar em sua vida. O mais assustador de tudo isso, é que fora a sua própria mãe quem viera lhe visitar em seus sonhos. Foi inevitável não se arrepiar ao se lembrar de suas palavras, estas que não sairá de sua mente nem tão cedo.

O local era desconhecido para ela. Um jardim abundante, folhas verdes vivíssimas com utilizações de muitas plantas frutíferas, flores coloridas e alguns bancos brancos espalhados aos arredores do imenso jardim sem fim. Olhou em volta, ouvindo o canto dos pássaros e a única fonte de água jorrando como cascata mais à frente. Contemplou o ambiente calmo e percebeu um corpo sentado em um dos bancos enquanto encarava as borboletas voarem sobre as flores. A passos lentos e ariscos, caminhou rumo a pessoa que até então estava de costas. E foi ali que Camila sentiu seu mundo desabar outra vez ao perceber que a pessoa que encontrava-se sentada no pequeno banco, era a sua mãe.

Camila sentiu os batimentos de suas veias pulsar em cada uma delas. As batidas do seu coração disparou fortemente e o vento lhe tocou a alma, inebriando o cheiro de rosas frescas. Ela procurou no fundo de sua mente se o que estava diante de seus olhos era realmente verdade ou apenas uma ilusão. A dor da saudade lhe atingiu profundamente ao observar a beleza encantadora quando sua mãe abriu um sorriso discreto enquanto acompanhava o bater das asas do inseto. Para ela, sua mãe era a perfeição do sol, da lua e do mar, não havia comparações.

- Mãe ... - sussurrou de forma monótona, não acreditando no que estava vendo. Sinu ao ouvir a voz tão bem conhecida por ela, se virou e sorriu. Um sorriso nostálgico e de pura felicidade ao fitar sua filha pela primeira vez, à sua frente, após a sua morte.

- Olá, Mi Hija - saudou a mulher com um largo sorriso nos lábios. Camila não acreditou quando ouviu a sua voz novamente depois de muitos anos. Caiu de joelhos sobre a grama macia ao sentir suas pernas fraquejarem. Levou sua mão até a boca e deixou que um grunhido abafado saísse de sua garganta. Chorou, chorou igual uma criança perdida em um parque de diversões. Sua mãe estava bem ali, parada à sua frente, lhe encarando como se fosse a coisa mais normal do mundo. Como se nada tivesse acontecido. Como se ela não tivesse sido assassinada. Como se ela soubesse o que estava acontecendo. Agindo de forma natural.

- O q-que ...

- Eu não tenho muito tempo, filha - anunciou ela pacientemente, se mantendo no mesmo lugar - Eu sei que existem muitas imprecisões dentro de você. Mas não se preocupe, se ainda não encontrar respostas para todas elas, apenas confie e espere, no tempo certo, as decifrações chegará até você - disse a mais velha lhe cortando, permanecendo sentada a uma distância segura.

- Nu-nunca ... - gaguejou a mais nova se levantando da grama, com os olhos - ainda - marejados - Nunca pensei que poderia estar aqui, vendo a senhora e conversando com uma pessoa ... - Camila ponderou suas próximas palavras e encarou sua mãe com uma careta ao vê-la abrir um pequeno sorriso ao simplesmente prever o que ela iria dizer.

- Morta? - sorriu a mais velha enquanto se divertia com a expressão da outra - Foi você quem abriu caminhos para que eu me aproximasse e se comunicasse com você. Isso se chama "conexões de sonhos", ou seja, é a hora em que eu posso alcançar você e te guiar - explicou paciente e, despreocupadamente olhou para frente, apreciando o belo jardim em que elas se encontravam.

Soberania (Alfas e Ômegas) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora