2- O bebê toma posse

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Tudo bem, eu pensei que as coisas seriam difíceis, mas nem tanto assim.

   Depois de jantarmos, Namjoon disse que tinha que resolver alguns assuntos do trabalho dele e me pediu para olhar Soobin, assim como tínhamos combinado. Ainda não sei com o que ele trabalha, só me lembro dele ter comentado mais cedo sobre ser CEO de alguma empresa, mas não importa, em breve eu não vou precisar ter mais nenhum contato com ele então não é necessário essas coisas.

   Ele tinha me deixado com Soobin em uma sala mais no fundo da casa, não passava das 21h da noite então ainda era um pouco cedo para dormirmos. Nessa sala tinha alguns aparelhos eletrônicos como videogame, televisão, computador. Ao lado algumas estantes repletas de livros, mais alguns móveis como sofá e uma mesinha de centro. Conclui que aquele era algum tipo de área de lazer ou algo parecido.

  Estava sentando no chão junto de Soobin, esse que brincava com alguns carrinhos que a empregada - super eficiente - de Namjoon tinha trago. O menininho estava em seu próprio mundo, eu com o braço apoiado no sofá fazia leves carícias em seus cabelos sentindo-me aquecido quando ele soltava alguma risadinha que ecoava por toda a casa, com certeza até o acizentado podia ouvi-la.

   Pensava seriamente sobre o que fazer com aquele menino, não poderia ficar com ele até porque eu passo metade do dia na rua e não teria dinheiro suficiente para lidar com o custo de cuidar de mais alguém, além de que, eu não poderia adotar uma criança assim do nada, eu não pensava em ser pai tão cedo. Mas não porque eu não gosto do Soobin, muito pelo ao contrário, eu gosto dele de um jeito inexplicável.

   Eu cresci da forma mais simples possível, não sofria necessidades mas também não tinha nenhum tipo de luxo. Minha mãe me criou e me educou da melhor maneira que ela conseguiu, tudo que eu sou devo somente a ela. Já o meu pai, bom, esse eu nunca conheci, e é por conhecer esse tipo de sentimento que me entristece ver crianças como o Soobin nessas situações. Por anos venho dando trocados na rua, fazendo doações a orfanatos e instituições de caridade, não é nada grande mas o suficiente para ajudar nas compras de alimentos e roupas.

   Se sentir rejeitado é uma das piores sensações do mundo, e agora, vendo esse menininho bem cuidado e sorrindo desse jeito é o que me faz está a horas pensando sobre o que fazer. De certo ele teria que ir para algum orfanato, mas não sei, orfanatos não são os melhores lugares do mundo, eu frequentei alguns perto do meu bairro e não sei se Soobin teria o melhor tratamento neles. Também poderia procurar os pais dele, mas nem sei por onde eu poderia começar, não é fácil achar duas pessoas que eu nem sei o nome em uma cidade tão grande como Seul.

   — O que tanto pensa? - Namjoon falou, me tirando de meus pensamentos. Estava encostado no batente da porta, agora usava uma regata branca e um short frouxo, um pouco lindo demais para quem só estava dentro de casa.

  — J-Joonie - Soobin se levantou e correu na direção de namjoon, ergueu os bracinhos para que o mesmo o pegasse em seu colo — pega binnie — o acizentado soltou um risinho de canto se abaixou rapidamente erguendo o menininho logo em seguida.

   — Ei garotão, como você está? — passou a mão sobre a cabeça do menino o fazendo soltar uma risadinha baixa — e então, o que tanto pensa? — voltou a me fitar

   — Eér... - travei um pouco, aquelas coxas tiravam a concentração de qualquer um — o que nós iremos fazer com ele? — apontei para Soobin

   — Acho que pela manhã nós podemos ir falar com o conselho tutelar e tentar achar o melhor orfanato para ele ficar

   — Você acha que é a melhor idéia? — abaixei a cabeça pensativo — digo, deixar ele em um orfanato, acha que é a melhor opção?

   — O que mais poderíamos fazer? — se aproximou de mim, sentando ao meu lado com Soobin entre suas pernas.

O Destino e o Bebê | KNJ • KSJ [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora