2.4- Pare.

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Sina deinert

Meus pulmões queimavam.

Meus pés picavam.

Minhas pernas doíam.

Cada polegada de mim gritava com medo.

Corre. Corre. Corre.

Baixei a cabeça, empurrando mais rápido, forçando meu corpo a encontrar energia inexistente e impulsionar-me do inferno para a salvação.

Quanto tempo corri? Eu não sabia.

Desde onde comecei?

Provavelmente não muito.

Mas não importa os pontos no meu lado ou os espasmos em meus pulmões, eu continuei.

Continuei correndo.

Agradeci a Deus por minhas noites intermináveis de correr na esteira, e pela primeira vez na minha vida, era grato pelo pequeno tamanho do meu peito. Sombras perseguiam cada passo.

O sol permaneceu bloqueado pela copa das árvores.

O brilho amarelo ainda trazia luz, ainda brilhante, persuadindo-me, gritando para eu me levantar quando tropecei, e ordenando as minhas lágrimas para pararem enquanto recuperava o fôlego.

Continuei correndo — ziguezagueando tanto quanto podia, cortando através de um córrego, e quase rolando meu tornozelo sobre as pedras abaixo escorregadias. Eu fiz tudo que já vi os sobreviventes fazerem quando estão sendo caçados.

Com o meu coração voando, ignorei a trilha da floresta, evitando caminhos enlameados, e obscureci o meu cheiro, tanto quanto possível.

Mas eu sabia no meu coração, não seria bom o suficiente.

Ele vai encontrá-la.

Meu corpo implorou para parar e deixar o inevitável acontecer.

Para parar de me punir por nenhum propósito.

Minha mente gritou em frustração como ácido láctico queimando em meus membros.

Não vai funcionar. Desista.

Vá em frente, apenas... pare.

Eu balancei minha cabeça, correndo mais rápido.

Ele vai pegar você.

Não era uma questão de se, mas quando.

Eu poderia correr por anos, que ele ainda me encontraria.

Como eu sabia? Eu não confiava nele.

Não acreditava que ele iria me deixar ir embora tão facilmente. Tudo nele era uma mentira cuidadosamente roteirizada.

Por que sua palavra seria diferente?

Eu não tinha dúvida se ele não me encontra-se, outra coisa ele faria — um laço, uma armadilha — algo apenas esperando para emboscar suas presas.
Em cada passo fiquei mais tensa, esperando pela morte —imaginando se esse seria o último passo que iria desencadear uma rede ou uma flecha no meu coração.

Pare de correr.

Apenas... pare, Sina.

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