3.41- amanhã

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Sina deinert

- Quando você vai me dizer?

O passo de Noah vacilou, seus olhos atirando para os meus.

Seu torso nu estava úmido e corado com calor das termas da caverna, uma pequena toalha branca na cintura.

Ele se ofereceu para me levar, mas eu tinha escolhido andar—mesmo que eu estivesse tão nua com apenas uma toalha escondendo minha modéstia.

Eu estava viva.

Quanto mais cedo o meu corpo se lembrasse de como se mover, seria melhor.

Apesar do ódio ter me matado, o amor tinha me reanimado.

Noah tinha me recuperado e me trouxe de volta.

Ele tinha feito mais do que me trazer de volta.

Ele tinha me dado uma nova casa— dentro dele.

Eu estou viva por causa dele.

A segunda dívida tinha tirado tudo de mim.

Mas Noah tinha me dado de volta cem vezes mais.

Nós deslizamos até o lado de fora da minha porta do quarto.

Noah era o pretendente ideal, me caminhando para casa depois do dia
mais estranho da minha vida. Sua mão veio até minha bochecha, um suspiro escapando de seus lábios.

- Vou dizer-lhe, mas não é uma simples questão de deixar escapar para fora.

Virei a cabeça e beijei a palma da mão, nunca quebrando o contato visual.

- Seja o que for, vou entender.

Ele sorriu com tristeza.

- Essa é a coisa; você provavelmente
não irá entender. Para dizer o que sou, significa que vou ter que dizer-lhe tudo. Sobre as dívidas, o que penso, o meu papel.

Ele abaixou a cabeça.

- Isso é muito.

Eu cheguei mais perto, passando os braços ao redor de seu corpo quente.

- Amanhã. Encontre-me depois do almoço e me leve a algum lugar longe daqui. Então me conte.

Suas narinas inflamaram.

- Você quer ir para fora daqui? Longe de Urresridge?

O pensamento me animou. Eu não quero voltar para Londres ou buscar minha velha vida, não mais, mas seria bom ir a algum lugar apenas nós dois.

Um encontro.

- Pode confiar em mim, Noah. Você sabe disso. Eu não iria correr se você me levasse em algum lugar público.

Uma sombra dolorosa atravessou seu rosto.

- Eu sei que você não faria. E é isso que me mata.

Meu coração gaguejou.

- Por quê?

Ele me soltou, empurrando contra a minha porta para que minhas costas encostassem na madeira enquanto o seus lábios beijaram os meus. O beijo foi breve e suave, mas a emoção por trás dele apertou meu peito com um peso angustiante.

Eu não sabia o que era o peso. Mas a pressão construía e construía com palavras morrendo com vontade de saltarem livres.

Eu.

Amo.

Você.

Depois do que tinha acontecido entre nós, era tudo que eu conseguia pensar. Eu queria gritar. Retumbar. Deixá-lo saber que meu carinho por ele não era condicional ou cruel.

Eu o amava.

Por ele.

Pela sua alma.

Seus lábios patinaram sobre os meus outra vez, a conexão mais doce.

- Jethro. Eu respirei. - Eu— eu a—

Ele congelou, batendo os dedos sobre minha boca.

- Não diga isso.

Soltando seu toque, ele balançou a cabeça.

- Não diga isso. Por favor, Sina.

- Mas por que não... quando é a verdade.

O peso em meu coração cresceu mais profundo, mais forte. Eu não tinha escolha, além de dizer a ele. As palavras me sufocavam fisicamente, precisando serem ditas.

- Você é tudo para mim.

Colocando a minha mão sobre o coração, sussurrei.

- urre002... Estou apaixonada por você. Isso não vem com condições ou comandos. Não posso odiá-lo pelo que fez hoje ou o que você pode fazer no futuro. Estou assustada, perdida e absolutamente aterrorizada que estou fazendo a coisa errada ao escolher você ao invés da minha própria vida, mas ... Eu não tenho escolha.

Ele puxou uma respiração mais nítida.

- Você me chamou de urre002.

Meu coração foi ao fundo do poço.

Seu nome demolido através da divisória que eu tinha conseguido manter no lugar. Meus sentimentos em relação a uree002 entrelaçados com os meus sentimentos por Noah

Bati mais fundo no amor.

Ele é meu.

Seus olhos espremidos e fechados, pressionando sua testa na minha.

- Sina ... você, você não sabe o que está fazendo para mim.

Ele tremeu em meus braços, as mãos apoiando-se na porta.

- Guarde-o de volta. Eu— eu não posso obter tanto de você.

- Eu não posso ter de volta algo que já pertence a você.

Lágrimas.

Eu queria chorar.

Eu queria libertar o meu terror por se apaixonar. Eu queria pedir-lhe para ser forte o suficiente para me escolher depois de roubar tudo o que eu era.

Eu não poderia competir com o que ele fez para mim na piscina. Ele tinha alcançado dentro de mim e rasgado o meu coração de meu peito.

Eu não lutei contra isso.

Na verdade, tinha esculpido-o para ele.

Minhas mãos queriam muito apresentá-lo de braços abertos.

Eu.

Amo.

Ele.

Antes, eu estava em uma gaiola.

Eu não estava mais.

Eu posso ver.

Eu estava livre.

Eu acreditei.

- Amanhã.

Ele exalou trêmulo. Ele segurou meu queixo, correndo os dedos sobre meu rosto.

- Você é minha. Então você merece
conhecer o homem que você escolheu, o homem que você salvou.

Uma estrela cadente atravessou minha alma.

- Eu te salvei?

Um leve sorriso puxou seus lábios.

- Você não tem ideia, não é?

Ele beijou minha testa, preenchendo com um sentimento avassalador.

- Não tem idéia do que você fez para mim.

Seu cheiro delicioso flutuou em torno de nós. Eu queria cair em torno dele e nunca deixar ir.

Ele sussurrou:

- Amanhã, tudo o que sou se tornará seu.

Eu tremi na verdade em seus olhos, o carinho ecoando.

- Amanhã.

Com um beijo muito suave, ele transmitiu todas as emoções que não podia dizer e recuou para as sombras do corredor.

- Amanhã, vou te levar para longe daqui. Vou te dar o que você me deu
altruisticamente. Eu vou te dizer... tudo.

Indebted (noart)Onde histórias criam vida. Descubra agora