7 - JOSH

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Enquanto ajeito as coisas em meu armário, a conversa que tive com Margareth, assim que Any saiu, passa pela minha cabeça.

Quando vamos fazer uma pesquisa que envolva pessoas, ainda mais se for científica, dependendo do que você quer analisar, a pessoa não pode saber.

É quase como um trabalho secreto.

Se a pessoa souber, ela não vai agir naturalmente e consequentemente os resultados serão insatisfatórios.

Enquanto estava preenchendo alguns papéis lá, Margareth me sugeriu algo.

"Josh, acabo de ter uma ideia! Por que não começa sua pesquisa estudando o comportamento de Any?"

Na hora eu comecei a rir e achei a ideia ridicula.

Sem chance.

Mas agora, pensando no assunto, não vejo como isso possa dar errado.

Aliás, é perfeito.

Não existe pessoa com a personalidade mais forte que Any Gabrielly que eu conheça.

Estudar seu comportamento não seria de todo ruim.

Acho que obteria resultados importantes.

— Pensando em que, gatinho?

Olho para trás da porta do meu armário, a qual estava aberta, e vejo Ashley encostada no armário ao lado do meu.

Meus olhos recaem para seu pescoço. Mas não, não nesse sentido.

Procuro marcas de dedos, algum roxo que indique que Any realmente a enforcou.

Ashley parece bem.

Acho que Marga exagerou um pouquinho ao contar aquela história.

— Soube da sua briga com Any. Como você está?

Pergunto, voltando a ajeitar meu armário.

— Ah sim! Estou bem agora. Aquela garota é maluca, Josh. Maluca!!

Fecho meu armário e a olho. Ashley é bonita, realmente bonita. Me pergunto o por que da minha relutância em ficar com ela.

Ela claramente quer e já deixou isso bem claro pra mim e para todos.

— Só porque eu disse que nem mesmo a irmã dela quer ficar perto dela, ela voou em cima de mim.

E lá se vai o pingo de empatia que eu estava tendo por Ashley.

Aperto minhas mãos e respiro fundo.

— Por que você disse isso?

Não sei porque, mas isso me deixa com raiva.

Ela chega um pouco mais perto de mim e passa a mão pelo meu pescoço, entrelaçando os dedos atrás da minha nuca.

— Não disse nenhuma mentira, não é?

Diz manhosa.

Tiro a mão dela de cima de mim.

— Você vai relutar até quando, Josh? Todo mundo ficaria feliz em me ter assim, do jeito que você me tem.

Começo a me afastar, de frente para ela e de costas para o restante.

— Primeiro: eu não te tenho. Segundo: eu não sou todo mundo.

Viro e saio dali, vou direção a minha aula.

— A gente VAI acontecer Josh, escreve o que estou falando.

Ouço Ashley gritar.

— Vai sonhando!

Grito de volta, ignorando os olhares reprovador que todos os caras me lançam no corredor.

Trust | Beauany - (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora