94 - JOSH

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Faz duas semanas que eu não a tenho mais. Duas semanas que eu me encontro no estado mais miserável e me perguntando se realmente tinha feito a coisa certa. Faz duas semanas que não beijo Any Gabrielly, que não ouço sua risada, que não ouço sua voz sendo dirigida a mim. Duas semanas que estou vivendo o maior inferno da minha vida.

Duas semanas sem ela. Duas semanas que terminamos.

Terminar com ela foi a coisa mais difícil que eu fiz. Mas, um de nós tinha que pensar com clareza. Como poderíamos continuar namorando se ela morre de ciúmes de uma de minhas amigas? Amiga essa que eu vou ter que conviver no ano que vem? Mas, sendo honesto comigo mesmo, esse não é o fato principal. Como podíamos continuar juntos se eu morro por dentro toda vez que vejo ela com Noah ou com qualquer pessoa do sexo masculino?

Vê-la com ele naquele dia, só fez meus pensamentos sobre a gente não dar certo longe um do outro se concretizarem. Não consigo imaginar eu em Oxford, longe pra cacete daqui e ela aqui, perto dele.

Não consigo imaginar eu lá e ela aqui. Não consigo.

Sei que ela não ficaria feliz também. Sei que toda vez que a gente se falasse por telefone e eu contasse como foi meu dia, ela fingiria que estava feliz, mas na realidade ele estaria insegura.

Será que eu passei essa insegurança para ela? Será que eu sou o culpado disso tudo?

— Cara? Sua apresentação é amanhã e você ainda está aí, olhando para o teto?

Jaden diz da porta e eu não me atrevo a olha-lo. Não me atrevo a me mexer. Só quero ficar assim e não pensar mais em nada.

Ele suspira e entra no quarto, sentando em minha cama.

— Por que você não fala com ela? Pede desculpas? Você está comentando um erro, Josh!

— Sai daqui, não preciso ouvir sermões, sinceramente.

Digo me virando de costas para ele.

Jaden suspira e se levanta.

— Faz essa barba e dá mais uma lida na sua apresentação. Seu trabalho é amanhã de manhã e você não vai se perdoar se for mal. Nós sabemos que você vai passar, mas não abusa.

Ele sai, encostando a porta do meu quarto e eu me sento.

Consegui mudar meu horário e agora vou me apresentar de manhã.

Quanto mais eu me ver livre dessa pesquisa, melhor para mim. Quanto mais rápido eu souber o resultado, melhor para mim.

Amanhã é o meu grande dia e eu deveria estar pulando de alegria, eu deveria estar passando esse resto de noite com Any.

Mas, ao contrário disso, estou triste, sem ânimo e em casa.

Espero que amanhã o resultado seja positivo. Só assim para, talvez, eu ter uma centelha de esperança que dias melhores virão.

(...)

Ando pela sala nervoso. Minha mãe está aqui, conversando com Margareth. Os avaliadores da banca estão chegando aos poucos. São oito horas da manhã. Daqui a quinze minutos começo minha apresentação. Não dormi quase nada noite passada. Meu coração está acelerado desde ontem. Desde duas semanas atrás. Minhas mãos tremem e eu sinto que vou ter um colapso. Preciso ver um médico depois que terminar aqui.

Sinto que vou tirar um peso enorme das minhas costas. As coisas ficariam melhores se ela estivesse aqui. Mas não, não posso fazer isso. Já estou surtando sem essa preocupação, se ela estivesse aqui tudo seria pior e capaz de eu nem conseguir apresentar.

Trust | Beauany - (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora