O Anoitecer e a Águia

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Enquanto anoitecia na Capital, alguns dos guerreiros iam para seus aposentos no porão, no mesmo andar dos guardas do palácio, enquanto outros saíam para as ruas para visitar as lojas e comprar objetos que precisavam ou simplesmente para passear. Singrid e Igor eram dois desses que decidiram passear; os dois caminhavam alegremente entre os mercadores que anunciavam os produtos em seus carrinhos.

Segundos depois, se viam na rua mais lotada da cidade, onde quase não conseguiam passar e o barulho era muito alto.

- SINGRID! - Igor gritou para a garota que andava rapidamente entre as lojas - VAMOS VOLTAR!

- ESTÁ BEM! - gritou a garota.

No palácio, a jovem loira andava pelos corredores com as mãos juntas na frente, batendo de porta em porta para conhecer seus companheiros.

- Com...

Pedro abriu a porta bruscamente.

- Oi? - Pedro respondeu.

- Ah! Pedro, me desculpe, não vou incomodar.

- O que foi? Algum problema? - disse ele.

- Eu? Não, nada é que...

A garota estava envergonhada. O rapaz que abriu a porta estava sem camisa, algo natural, mas não para Katarina, que cresceu dentro da catedral cercada de pessoas vestidas tampando qualquer pele a mostra.

- Parece que nunca viu alguém sem camisa.

- É... - murmurou.

- Sério?

- Eu fui criada dentro de uma catedral; não há isso por lá. Os homens que têm lá são recatados, iguais às mulheres.

- Entendo. O que você queria?

- Eu queria conversar... - ela disse, enfrentando a vergonha e levantando o rosto para ele - Estou batendo de quarto em quarto perguntando para as pessoas sobre elas.

- Desculpe, você não tirará nada de mim. - disse Pedro, fechando a porta.

- Espere! - ela pôs o braço na porta, segurando-a aberta.

O rapaz abriu a porta novamente.

- O que foi?

- Eu não gostaria de saber sobre os meus companheiros se não fosse necessário.

- Está bem. - Pedro disse, abrindo a porta e deixando-a entrar.

- Obrigada.

Ela entrou e sentou na cadeira da cômoda que estava iluminada por uma vela, enquanto ele sentou na beirada da cama e apoiou os cotovelos nos joelhos.

- Você confiou em entrar no quarto de um desconhecido. Isso não é muito inteligente.

- Você não é um desconhecido, e se eu precisar me defender, eu sei.

- Você confia em um assassino?

Katarina ficou confusa.

- Esquece. O que precisa saber?

- Para algumas das minhas magias funcionarem em outras pessoas, eu preciso conhecê-las um pouco.

- Certo. - concordou Pedro.

- Você acredita nos Deuses?

Pedro bufou.

- Sim.

- Tem algum Deus protetor?

- Digamos que os Deuses não escolhem os Mercenários como seus favoritos.

- Sério?

- Sim, estamos sempre tentando impressioná-los; isso cansa um pouco a gente. O Deus que mais gosta de nós é Loki.

A Maldição de Rune [REVISANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora