A Maldição de Rune [REVISANDO]

O Último Rei da Capital

- O que foi? - perguntou Brena.

Álvarus olhou para ela.

- Eu acho estranho... Katarina é uma Sacerdotisa, são seres puros. Como ela consegue fazer magia?

- Talvez essa história de precisar ser puro é algo inventado. Talvez, a magia é igual a de Violet, vem de dentro.

- É confuso. - Álvarus passou as mãos nos cabelos prendendo eles para trás.

- É bom então.

- Por que?

- Você vai ter muito o que escrever quando voltar para a República.

Álvarus sorriu concordando.

- Vamos. Estamos quase chegando nas Ruínas.

~**~

O clima saiu de um calor de verão para o frio do inverno em segundos. Parecia que o ambiente estava pesado ao chegar nos portões das Ruínas de Glast Heim, todos sentiam um peso sob suas costas e um calafrio que percorria a espinha. Mas, mesmo sendo assustador, não podiam negar que as Ruínas tinham sua beleza. Casas abandonadas, bibliotecas repletas de histórias... E a parte principal das Ruínas, a Catedral de Glast Heim.

Uma Catedral enorme, a maior de Rune, que ocupava metade da cidade na época agora estava pela metade, restando apenas uma parte dela. Embaixo dela escondia seus segredos e dentro dela a lenda de que monstros havia invadido.

- Vamos descansar antes de entrar. - disse Pedro.

Brena virou para ele.

- Agora?

- Se você quiser entrar agora no início da noite, boa sorte com os cavaleiros que encontrará.

- Cavaleiros? Não é possível. - Brena riu - Pedro, está com medo?

- Idiota eu seria se não estivesse. - ele disse apertando a mão na cintura de Katarina - Vamos descansar.

~**~

A fogueira estava aconchegante e todos estavam sentados envolta dela. Mas um silêncio reinava entre eles e o único barulho produzido era dos portões das Ruínas rangendo.

Violet olhou em volta, pareciam desconhecidos e não que se conheciam á várias semanas.

- Eu... - ela olhava próprias unhas enquanto falava - Tenho medo do escuro.

Todos voltaram o olhar para ela.

- Tenho medo de ser tomada pelo escuro em algum lugar, de alguma maneira... E não conseguir sair nunca mais. As vezes tenho algo que chamam de paralisia do sono. Mesmo que eu acorde, não consigo me mexer... Parece que tem algo mais forte me puxando para baixo. Por isso só consigo dormir com alguma fonte de luz, sempre que durmo com uma não tenho medo.

Brena sorriu.

- Bizarro. - disse Igor.

- Eu tenho medo de não ser forte o suficiente para derrotar os meus medos. - Brena disse rindo - É irônico, parece que estou falando que tenho medo de ter medo.

Singrid riu.

- Tenho também, medo de descobrirem meus segredos e me tratarem diferente do que tratam. Tenho medo da minha madrasta, ela é mais cruel do que imaginam.