A Travessia

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ATENÇÃO: PODE TER GATILHO PARA ALGUMAS PESSOAS
(ABUSO / VIOLÊNCIA)

O entardecer começava a chegar, a floresta começava a adquirir um tom azulado, as árvores estavam escuras e as folhas caiam levemente até tocarem o chão. Não havia grama alta nem galhos baixos nessa parte da floresta, os guerreiros caminhavam pisando em gravetos que quebravam ao meio fazendo barulho e folhas secas. O Rio corria calmamente, a água era cristalina mas não conseguia ver o fundo porquê o mesmo já estava longe de mais.

Novamente, um barulho na Floresta. Erick em um reflexo tirou o arco que cruzava o peito e segurou apontando uma flecha para o outro lado do Rio. E Brena se pois a frente de Violet.

- Brena eu sei me defender. - disse Violet.

- Desculpe. - pediu.

Um tempo passou e nada aconteceu, eles continuaram a caminhar.

- O que Brena conversou contigo ontem? - perguntou Katarina.

- Está com ciúme? - Pedro sorriu olhando para ela.

- Claro que não, é apenas curiosidade

Pedro sorriu.

- Ela me perguntou por que eu culpei ela por ser quem eu sou.

- E por quê? - Katarina perguntou sorrindo.

Pedro olhou para os companheiros que seguiam viagem em silêncio.

- Tudo bem se não quiser contar. - Katarina disse.

- Sem problemas.

O mercenário pigarreou e começou a dizer em voz baixa.

- Quando eu era criança, devia ter uns 7 anos, meu pai foi levado de casa por uns soldados da Capital. - Katarina aproximou a orelha do rapaz para ouvi-lo melhor.

"Em um dia de sol escaldante na Cidade de Areia, uma criança de 7 anos brincava se escondendo pela cidade com mais alguns amigos, seus cabelos eram negros como a noite e seus olhos tão pretos que suas pupilas sumiam.

- Te achei, Pedro! - uma garotinha bateu no ombro dele.

- Não é justo, Mareh. - Pedro disse irritado para a garota que riu - Você me acha sempre!

- Pedro, venha, está na hora da refeição. - disse uma de longos cabelos negros e belos olhos azuis.

- Estou indo mamãe! - Pedro empurrou Mareh que caiu no chão rindo, a mesma correu para o lado do garoto e pois o pé na frente dele fazendo ele cair de cara na areia.

Mareh e Pedro se conhecem desde bebê, cresceram juntos e tem uma amizade muito forte.

Pedro entrou em casa, era uma casa pequena e simples, as típicas casas que se encontram na Cidade.

- Vocês passam o dia inteiro juntos. - disse um homem alto, de cabelos castanhos e olhos pretos - Tem que ficar mais tempo em casa, garoto.

Pedro riu.

- Eu gosto, pai.

O homem riu, acenou para Pedro ir até ele e sentar em seu colo. Mas algo o interferiu, uma batida na porta. Dois homens grandes vestindo armaduras entraram na casa, o Pai de Pedro se pois na frente do filho o protegendo.

- Venha conosco. - disse os homens.

A mãe de Pedro se aproximou do garoto, lhe deu o prato de comida e o mandou comer do lado de fora da casa para conversarem melhor.

A Maldição de Rune [REVISANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora