No dia seguinte o diretor White chega ao lado de uma mulher de estatura mediana, vestindo uma saia cumprida e florida, com uma camisa com duas alças finas que faziam com que seus braços cheios de tatuagem até o ombro aparecessem e o decote caído por seus seios, pouco fartos, deixava à mostra, entre eles e o pescoço, a frase: Weed is love. Seu rosto era liso e seu nariz pequeno e fino. Seu cabelo era só de dreeds e estava amarrado sobre sua cabeça formando um tipo de rabo de cavalo; suas mãos finas e dedos finos com unhas grandes e bem cuidadas seguravam um notebook.
— Está é Asturia, a hacker que te falei.
— Olá. — Diz Meyer dando um olhar de julgamento para ela.
— Oi ─ Diz Asturia, pegando uma cadeira, se sentando ao lado de Meyer e colocando o notebook na mesa.
— Deixarei vocês a sós, espero que consigam trabalhar juntas.
Após o diretor se distanciar delas, Asturia pega de sua bolsa um saco cheio de pequenos cigarros bolados perfeitamente, tira um do saco, coloca-o na boca e acende com seu isqueiro e devolve o saco a bolsa, deixando-a na mesa. Ela dá a primeira tragada bem profundamente e liga o notebook.
— Mas o que é isso?
— Se chama maconha, não consigo trabalhar sem isso.
— Você não pode fumar isso aqui! — Se exalta, tentando não levantar a voz.
— Deixa de ser paranoica, sempre fumei aqui — Dá uma baforada na cara de Meyer e começa a digitar sem parar no notebook.
Um bom tempo depois, Asturia para de digitar, se encosta na cadeira com um dos braços sobre o encosto, segura uma ponta acessa com seus dedos finos e olha para a agente.
— Parece que consegui um bom satélite, consigo ver bem de perto o que estão fazendo lá na colônia. Nossa, esses bichos são horríveis.
— Deixe-me ver — Se debruça um pouco para ver a tela do computador e chega um pouco com o corpo próximo ao de Asturia. — É... Parece que eles não estão de brincadeira, vão começar de vez o ataque... Espera, chega próximo à entrada dessa nave — Aponta para a tela.
Asturia coloca o braço por sobre Meyer, deixando-a entre eles e clica para dar um zoom.
— É isso! — Vira o rosto deixando-o frente a frente com o de Asturia, ela olha fixamente nos olhos negros dela, o lábio da analista começa a chegar próximo ao da agente. — Você acabou de captar a conversa entre Dak e Takar; só espero que ele esteja tentando faze-lo mudar de ideia e deixar-nos conversar com o chanceler.
— O que vai fazer? — Coloca uma das mãos no ombro de Meyer.
— Agora? — Sem tirar os olhos dos de Asturia.
Ela lentamente chega com seus lábios nos de Asturia, vira o rosto e dá um abraço nela, ficando um pouco envergada na cadeira. Asturia fica sem reação, coloca as mãos nas costas dela e aceita o abraço, lentamente, com seu rosto tentando encontrar de novo o de Meyer, ela consegue chegar à bochecha e continua no seu caminho.
— Olá, Meyer, temos notícias sobre o suspeito. — Diz o agente Philips meio confuso com o abraço delas.
— Porque estão abraçadas? — Pergunta Brooks que estava ao lado de Philips.
— Aaa... Não sei... Bem, Asturia conseguiu captar ao vivo o que eles estão fazendo. Logo ela vai tentar hakear algum meio de comunicação para conseguirmos falar com o chanceler deles — Se ajeita de volta na cadeira deixando Asturia voltar ao trabalho.
— Interessante Meyer, mas nossa informação é um pouco mais importante, depois de muito interrogatório, conseguimos que Dimitre Nikolai dissesse, em troca de imunidade, que ele assassinou Eduard Hall.

YOU ARE READING
Terra colonizada
Science FictionUma história de relação entre colonizado e colonizador, mas com uma nova perspectiva