A perita

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Dias depois de encontrarem o corpo de Eduard Hall, detalhes sobre a perícia ainda não haviam sido enviados à presidente dos Estados Unidos. Takar esteve muito ocupado e se comunicou diariamente com o chanceler Volkar de sua cabine na nave. Um homem no portão da colônia grita:

— Há um carro preto aqui!

O tenente vai correndo até os portões e ordena para que o abram; à medida que o portão vai abrindo, começa a aparecer uma mulher alta de cabelos loiros e volumosos, seu corpo era tão definido que a saia social, na parte do fecho, parecia que ia arrebentar a qualquer momento, seus olhos azuis vibrantes não lhe acompanhavam a expressão de susto ao ver o tenente Winn quando a porta terminara de se abrir; ela morde seus lábios carnosos de uma forma sexy.

— Sou a perita, Alethia Meyer do FBI, me mandaram, pois, a presidente quer saber detalhes do caso.

— Chamem Dak imediatamente; não consigo entender o que ela diz! — Manda o tenente observando o quão alta a mulher ficava nos saltos altos de cano fino.

— Mandou chamar-me? — Pergunta Dak ofegante, pois havia corrido para chegar até o tenente.

— Preciso que traduza a minha conversa com esta mulher.

— Sim, senhor.

— O que disse? — Lhe pergunta o tenente, com Dak como intermediário, pois havia estudado veemente a língua inglesa para poder entender e ser o tradutor oficial da colônia e aprimorar o contato com os humanos.

— Disse que sou a agente-perita, Alethia Meyer, do FBI, fui enviada para averiguar o corpo do secretário de Estado — Repete ela com mais detalhes, movendo um pouco sua cabeça, fazendo com que seus cabelos cubram um de seus olhos.

— Venha comigo, ele está por aqui.

Alethia Meyer entra na colônia, logo atrás dela a porta se fecha; com uma pasta na mão, ela começa a caminhar atrás do tenente e Dak; ela ajeita a saia na bunda, que estava subindo com o seu caminhar.

Eles chegam a uma tenda enorme e branca, entram e numa cama grande na qual havia um corpo muito menor coberto por uma lona.

— Este é o corpo do homem; encontramos uma de nossas facas em sua cabeça — Fala Winn apontando para o corpo e retirando lentamente a lona, começando a deixar sua cabeça exposta.

— Posso dar uma olhada? — Pergunta Meyer, chegando mais próxima da cabeça de Hall, ela segura seus longos e volumosos cabelos loiros com uma mão e se inclina para olhar melhor o furo na cabeça do secretário — Não me parece que ele foi morto por uma faca, mas por uma bala, mas mesmo assim, preciso ver a faca que encontraram junto ao corpo — Termina ela, soltando seu cabelo e voltando a sua posição normal, acertando a saia.

— Já vão trazer; mas qual seria a sua hipótese?

— Bem, temos que ver onde ele esteve pela última vez; você se lembra de algo?

— Não me lembro ao certo, mas você pode ir perguntar ao general Takar.

— Leve-me até ele, por favor; depois volto a ver o corpo.

Winn volta a cobrir o rosto de Hall com a lona e começa a caminhar, Meyer e Dak, junto a ele. Eles entram na nave espacial, vão até a cabine do capitão e apenas Winn se põe a frente para falar com Takar. A porta se abre.

— O que há?

— General, há uma perita do FBI aqui, enviada pela presidente; me parece que precisam de respostas e ela te...

— Com licença, se me permitem, a presidente me enviou, porque tem medo de que um caos se instaure no país, pois há parte da mídia que não aprova a chegada de vocês e os rumores com a morte do secretário de Estado americano está fazendo com que grupos se unam contra a sua chegada. — Interrompe Meyer, dando alguns passos com seu salto.

— Se é assim, faça o seu trabalho...

— Mas, senhor, nos ainda não fizemos a noss...

— Tenente! Já disse para ela ir trabalhar no corpo; é alguém deles e por isso devem saber tudo sobre isso; supervisione e deixe-me em paz — Interrompe o general, parecendo estar nervoso.

Voltando à tenda branca, Alethia pega a faca que haviam deixado em cima do corpo, ela a observa atentamente, juntando seus cabelos e colocando de um lado da nuca; ela retira parte da lona que estava sobre a cabeça do secretário, voltando a se inclinar da mesma forma que antes; volta a olhar a forma da faca e arrumando a saia em seu corpo. Tudo isso com Dak e Winn observando.

— Veja está lâmina; sua marca exata está na cabeça, mas a um furo de bala, que foi mal destruído; com base na minha observação, diria que o secretário foi assassinado por uma bala certeira, a queima roupa na cabeça e depois colocaram a faca para incriminar vocês — Termina ela abrindo a pasta e anotando algumas coisas.

— Quem poderia ser? — Pergunta Winn, intrigado; Dak que o traduziu, não conseguiu esconder seu ar de intriga, também.

— Vocês disseram que ele foi para algum lugar; preciso saber o que ele foi fazer, exatamente?

— Pelo que eu me lembro, ele falou que havia um exército perto daqui... — Diz Dak, tentando se lembrar.

— Interessante, vou informar o agente encarregado do caso no FBI — Diz ela anotando mais alguma coisa na pasta e pegando o seu celular na bolsa. — Agente Phillips, acho que precisaremos ver se temos algum exército em nossa fronteira; aguardo novas ordens. — Termina ela guardando o celular.

— O que aconteceu? — Pergunta Dak.

— Investigarão o que você me informou; ficarei aqui para fazer uma autópsia melhor e mais detalhada, até esperar novas ordens.

— Sem problema, ficaremos aqui e se necessário avisaremos o general — Avisa o tenente Winn.

Alethia Meyer, pega um avental branco que estava por ali; ele cobre todo o seu corpo, que antes mostrava e que era definido muito bem com a saia. Ela pega umas ferramentas e começa a autópsia. Horas depois, com o avental cheio de sangue, ela anota na pasta e diz:

— Está confirmado o meu palpite; ele foi morto por uma pistola 9mm, ainda não sei seu modelo.

Minutos depois entra correndo uma mulher com óculos redondos e parecendo estar muito nervosa.

─ O que está acontecendo aqui? ─ Pergunta ela ajeitando os óculos com o indicador.

─ Quem é você? ─ Pergunta Meyer, virando o rosto para vê-la melhor, com seus cabelos voando junto com seu movimento.

─ Sou a embaixadora Gonçalves, estou aqui como a representante da Terra e ninguém me informa nada!

─ Acalme-se, senhora, sou a perita Alethia Meyer do FBI, estou aqui para investigar a morte do secretário de Estado americano ─ Explica ela, dando uma leve mordida em seus lábios carnudos.

─ E o que você conseguiu?

─ Aqui está ─ Diz ela entregando a pasta para a embaixadora.

Gonçalves dá uma lida no papel, dá um murmúrio, fecha a pasta, olha firmemente nos olhos azuis penetrantes da perita e diz:

─ Fique aqui, preciso fazer uma ligação.

─ Espera, senhora.

─ O que foi, senhorita Meyer? ─ Pergunta Marta, olhando sobre os ombros.

─ Este documento é confidencial, se a mídia ficar sabendo sobre a morte do secretário encontrado com uma arma alienígena, deixará o país num caos, imagine se dissermos que foi um de nós.

─ Está bem, vou avisar a ONU; mas por enquanto, me mantenha informada sobre o caso.

─ Sim, senhora. ─ Responde Meyer, olhando para as costas da embaixadora indo embora. 

Terra colonizadaWhere stories live. Discover now