Mudança de Planos

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Jongin bateu o pé uma, duas, três vezes antes de cruzar os braços e morder o lábio inferior com força, faltava praticamente um dia para a apresentação na final do Campeonato Nacional de Dança e ele estava ali, olhou em volta perdido, as paredes brancas daquele corredor extenso pareciam o pressionar de uma forma quase sufocante, respirou fundo, sentindo o ar entrar pesado em sua volta. Voltou a olhar ao redor, observando algumas pessoas passarem apressadas por ele, como se sua presença naquele corredor fosse invisível, ouviu o som alto de borracha de um tênis batendo contra o piso tão bem encerado do piso que chegava a refletir seu semblante estranhamente pálido. Sentiu seus joelhos, finalmente, falharem e teve a certeza que cairia no chão se não fossem aqueles braços firmes e conhecidos lhe ampararem.

- Jongin!

O tom desesperado de Sehun quase o vez sorrir, quando, usando o apoio do namorado para se reerguer, o abraçou apertado, Jongin escondendo o rosto no pescoço dele, se embriagando com o cheiro bom e calmante, que desprendia da pele clara, suspirou esfregando o nariz no pescoço branquinho, sentindo o corpo finalmente relaxar, como se tivesse finalmente chego em casa.

- Só me abraça. – suplicou, fazendo com que Sehun o abraçasse com mais força contra o seu peito, seu coração batia descompassado e seus olhos escuros lagrimejaram pela resposta imediata do rapaz, ergueu o rosto fitando o olhar preocupado e riu meio embargado pelas lágrimas, que pareciam enfim ter encontrado uma brecha na sua rígida postura – Eu te amo. – sussurrou tremulo, voltando a se esconder apoiando a cabeça no ombro do loiro – Amo muito.

- Como você está Jongin? – questionou Sehun segurando o moreno mais firme e olhando-o intensamente, para no fim abrir um sorriso amoroso, roçando seu nariz ao dele – Eu te amo muito, doçura.

Jongin riu balançando a cabeça.

- Esse apelido é tão brega, Sehun-ah. – disse formando um pequeno bico nos lábios cheios – Parece coisa de gente velha.

Sem se abalar, Sehun sorriu ainda mais, mordendo de leve o bico formado pelo namorado, o embalando em seus braços.

- Na verdade... – o loiro começou a falar em tom conspiratório no ouvido do namorado – Era assim que o meu avô chamava minha avó e eu achava uma graça a forma como ela corava toda vez que ele dizia esse apelido bobo.

Jongin piscou encarando o namorado, sentindo suas bochechas ganharem alguns tons rosados, uma reação que fez Sehun sorrir feliz, como um menino que ganha o presente esperado no natal.

- Era exatamente assim. – exclamou o rapaz animado erguendo o namorado nos braços e girando de leve – Meu doçura!

- Sehun-ah!

Jongin soltou um gritinho extremamente agudo, que apenas estimulou ainda mais o loiro, fazendo-o voltar a girar, e se dependesse de Sehun, eles continuariam ali, naquele mundinho feliz só deles, mas o som de passos o fez voltar a realidade e com cuidado, o loiro depositou o namorado no chão, erguendo o rosto para verificar se não era algum dos médicos com um diagnóstico, mas arregalou os olhos ao se deparar com uma pequena e bela mulher com um sorriso falso e antipático sendo emoldurado por um nariz extremamente empinado.

- Oh Sehun. – disse a mulher num tom sem emoção – O que faz aqui?

- Estou apenas acompanhando meu namorado. – respondeu Sehun com igual falta de emoção colocando um braço sobre os ombros do moreno e o puxando para mais perto.

Jongin olhou de um para o outro desconfortável, já que a mulher desconhecida parecia ter parado para analisa-lo de cima a baixo, com um ar que deixava claro o seu desgosto.

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