Capítulo 3

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(William)

Acabo por vestir minha melhor roupa, mas sinto a necessidade de trocar ela a cada vez que passo pelo espelho da minha casa.

Vou acabar por enlouquecer, isso sim. Quando a senhorita Laurent veio me procurar para o emprego de segurança particular, pensei que era brincadeira, mas ela me levou a casa dela e lá conheci para quem iria trabalhar e foi o homem mais lindo que já vi.

Ontem recebi uma ligação para ir a casa dele assinar o contrato de seis meses de trabalho, ótimo, agora só preciso rejeitar as ideias que veem a minha mente sobre aquele homem. Sobre tudo que já pensei depois que sai da casa da mãe dele. Não quero... Perder esse emprego, eu não posso perder.

—Vou acabar enlouquecendo.

—Concordo.

Olho pra Júlio deitado no sofá.

Ele está deprimido desde que terminou o namoro com uma garota, tento não ser duro com ele dizendo que os dois não davam nenhum pouco certo já que ele a manteve em um relacionamento meio abusivo. Ele é legal, um pouco paranoico, mas legal.

—Vou assinar um contrato de emprego hoje, talvez eu tenha que dormir na casa do meu patrão.

—Vou ficar por aqui.

—É claro que sim. —Reviro os olhos. —Por favor, mantenha a casa limpa e sempre que eu receber algumas horas de folga vou vir aqui.

—Isso não é necessário. Está comigo está com Deus.

—Acredite, Deus deve ter se ofendido. Aliás, eu acredito que Deus seja uma mulher então você está bem ferrado.

Sai de casa sem falar mais nada.

Estou com fome e não dormi muito bem depois da ligação da senhorita Laurent. A verdade é que eu estava desesperado atrás de emprego já que Júlio também perdeu o dele e não parece propenso a começar a procurar um por ora. Não que eu esteja jogando tudo para cima dele, mas quando decidimos dividir as contas, era dividir igualmente.

Sai da casa dos meus pais há um ano e recebi Júlio na minha casa quando seus pais o expulsaram por alguma razão, ele ainda não me contou isso. Mas não quero pressioná-lo, é um assunto dele.

Chego a casa... A mansão de Davi Laurent em poucos minutos; moramos muito longe um do outro. Pudera, ele mora na parte mais movimentada de cara da cidade, bem além do centro, onde todos tem jardins do tamanho de campos de futebol e os portões parecem de ouro puro. Até mesmo o céu por aqui é diferente. Toco a campainha e depois os portões se abrem, entro hesitante, afinal não sei o que me aguarda e sinto um misto de desespero ao perceber que vou encontrar com ele de novo; eu não chamaria isso de amor, chamaria de tesão acumulado, apenas. Mas não penso em levar meu chefe para a cama. Não mesmo, nem ferrando.

—Entra. —Um homem fala para mim, ele é forte e cheira a colônia, muito forte.

—Obrigado, meu nome é...

—William. Eu estou sabendo, espere aqui... Você já tomou café? Quer a4lguma coisa?

—Não. Obrigado por oferecer senhor...

—Billy, pode me chamar assim.

Billy parecia cansado, havia olheiras piores que as minhas em seu rosto, seu pescoço estava meio avermelhado, sinto-me envergonhado por notar isso nele. Procuro com o olhar o homem que vi anteriormente, mas não o encontro na sala e nem mesmo na visão mínima que tenho da cozinha que é praticamente toda de aço e tinta branca, como aquelas de novela.

—Sente-se. Eu vou chamar Davi.

—Obrigado.

—Pare de agradecer tanto. —Ele murmura antes que eu possa falar outra coisa.

Minha Solução | Série Irmãos Laurent-(Livro 3) (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora