Capítulo 17

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(William)

Uma figura de capuz preto correu quando cheguei aos portões da casa. Corri com mais força do que jamais fiz na vida, enquanto meus pés batiam no chão e no mesmo segundo voltavam para cima e depois para baixo eu só pensava em Davi, no rosto dele, de como ele ficou assustado. Quando estava quase alcançando o desconhecido, uma grande percepção me caiu: deixei Davi sozinho. Meus pés pararam automaticamente e correram em direção contrária porque nada mais importava a não ser ele. Era o meu trabalho, mas eu sabia que isso era só uma desculpa que minha mente estava usando para não falar as três palavrinhas intensas. Quando apareci na sala, ele ainda estava lá.

- Estou aqui. - Falo ofegante. - Vou... Calma...

O abracei.
O corpo dele se encaixou no meu de modo tão fácil que eu quase sorri. Rodeei meus braços em sua cintura e coloquei meu nariz em seus cabelos cor de mel. Sentir seu cheiro de certa forma bania o pânico do meu corpo. Mas não era o suficiente para me acalmar.

- Vou dar um jeito na sujeira.

- Pegou quem fez isso?

- Não. Eu só consegui pensar em você. Quer que eu ligue para seus irmãos ou sua mãe?

- Não. Pensaremos nisso depois.

Deixei ele sentado no sofá. Seus olhos ficaram fechados por um instante e quase no mesmo segundo suas bochechas ficaram vermelhas. Saber o que ele está pensando sem nem mesmo perguntar foi a coisa mais íntima que tivemos até agora. Toquei em sua face.

- Não se sinta assim.

- Um inútil? Inválido? Meio difícil.

Não sabia o que falar. Parecia que nenhuma palavra no mundo o convenceria do contrário. Por isso mesmo eu o beijei.
Quando comecei o beijo, ele hesitou, percebi. Mas depois se entregou totalmente.
Mesmo sendo uma coisa esquisita de se pensar, eu queria não ter fechado os olhos, queria olhá-lo.
O beijo decorreu de modo calmo, nem um de nós se tocou mais que aquilo. Então tomei a iniciativa de inclina-lo no sofá, coloquei minha mão no seu rosto e depois em sua cintura, o tecido da roupa atrapalhava muito, queria retirá-las do corpo dele, arrancá-las, rasgá-las. Elas não merecem guardar a pele dele dos meus toques.
Ao mesmo tempo em que eu tentava me manter controlado, sentia a necessidade de beijá-lo ainda mais, como beber água e ainda ficar com sede. Quando sua mão esquerda tocou no meu rosto, me deu arrepios. Quando seus dentes morderam meus lábios, juro por Deus que eu quase gozei.

- Você...

- Não fale. - Ele murmurou. - Sou capaz de pensar no que estou fazendo se você falar. Não quero pensar.

O peguei nos braços.
Tive que largar sua boca para conseguir manter o senso. Não iria deixá-lo cair agora, tampouco o deixaria pensar em algo, mesmo andando com cuidado tratei de manter minha boca em seu pescoço, mordendo de leve e depois passando a língua, fazendo isso repetidas vezes.

- Will... À direita.

Era a direção do quarto dele.
Segui naquela direção mais rápido do que pensei, abri a porta do quarto e a fechei com certa ignorância. Mas quem ligar para a porta? Tenho q parar de pensar em portas, ou em vidro, ou em família.
O deitei na própria cama.
Fiquei por cima do seu peito, sentia as batidas do seu coração, sentia o calor dele e a respiração descompensada. Sentia tudo isso.
Meus dedos foram para a ponta de sua camisa, estava prestes a levantar quando ele me impediu.

- O que foi?

- Não posso fazer sexo com você. Não agora. Não desse jeito.

Raiva. Tristeza. Medo. Incerteza. Incoerência e mais um milhão de sentimentos me vieram de uma só vez.

Minha Solução | Série Irmãos Laurent-(Livro 3) (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora