William
Lágrimas, sangue e suor. Minha cara está coberta por isso eles; porém preciso disso, da dor.
O hospital está a alguns centímetros de mim, estou sentado em um banco de concreto sem escoro não consigo nem mesmo manter minha cabeça levantada o suficiente para o vento me atingir. Estou olhando para os meus sapatos velho, pingos de sangue caem, as lágrimas vão até meu queixo e depois caem também e o suor cola meus cabelos na testa.As pessoas passam e ficam me olhando, algumas perguntam se estou bem ou precisando de ajuda e o mais gentil possível digo que estou bem. Mesmo sendo a maior mentira do momento. Minha maior mentira foi há anos quando disse a minha família que não precisava dela quando eu sai de casa com um ódio no coração e pensando que, se um deles morasse eu não ligaria e muitos pensam assim... Só mudamos de opinião quando a merda já aconteceu, ficamos depressivos com... Tudo.
Em pouco tempo de pensamento começo a sentir gotas de chuva.
Não me importo; talvez a água da chuva consiga limpar a culpa da meu corpo.- Acho melhor você sair daí.
Levantou a cabeça e sinto uma pontada no pescoço ao fazer. Uma mulher estava parada na minha frente segurando um guarda-chuva preto enorme que conseguia cobrir a mim e a ela. A reconheci depois de encara-la. É a mesma enfermeira que brigou comigo outrora.
- Eu não... Eu não...
- Eu soube. - Ela diz ficando vermelha. - Quer ouvir um "eu sinto muito" ou um "Vai ficar tudo bem?"
- Na verdade eu não quero não.
- Por Zeus seu nariz está sangrando mais do que... Enfim, eu posso... Contrabandear alguns curativos, mas só se você prometer sair da chuva.
- Não me leve a mal doutora, mas eu quero ficar sozinho.
- Eu sei, para se culpar... Já aconteceu comigo e sei bem. Não vou discutir... Vá para debaixo de algum lugar e eu vou ao hospital.
Sem me dar tempo para que eu responda ela anda apressada para o hospital e me deixa de volta a chuva, mas obedeço-a e vou para debaixo de um teto de uma lanchonete pouco vazia. Agarrando meus próprios cotovelos começo a tremer de frio, meus dentes batem. Meu maior desejo é entrar e pedir um grande copo de café, porém esqueci a carteira e não sei se poderia entrar sem comprar algo.
- Cheguei.
Viro-me para encarar a doutora de novo, desa vez segurando uma mochila cinza em frente a barriga. Ela tem um sorriso desajeitado e está vermelha de correr e ao mesmo tempo não tentar escorregar. Sorrio torto para ela também.
- Curativos. - Ela diz entrando na lanchonete. - Vamos, estou com vontade de tomar uma vitamina de abacate e uma cerveja ao mesmo tempo.
Ela é louca.
Entro com ela, algumas pessoas me olharam de modo estranho e me fez ficar desconfortável e algo que aprendi é que, se você for apenas 1% esquisito as pessoas te julgam por esta centelha, então apenas ignore e siga, você consegue se tiver prática. É o que faço e quando sento diante da doutora, ela estende a mão e diz:
- Holis Lewis. Prazer.
- Prazer...
- Se você falar que prazer é só na cama eu te chuto daqui até a porta.
- Eu não ia dizer isso. - Engulo a bile. - William. É o meu nome.
- Uau. Tipo o príncipe William?
- Quem?
- O príncipe do Reino Unido, membro da família real britânica. Também é o filho mais velho de Carlos, Príncipe de Gales e da falecida Diana.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Minha Solução | Série Irmãos Laurent-(Livro 3) (Romance Gay)
RomanceOs últimos anos não tem sido fáceis para a família Laurent, e agora Valentim e Vanessa tentam convencer seu terceiro filho que ele precisa de um segurança. Davi Laurent não aceita a ideia de primeira, mas para tranquilizar seus pais ele decide fecha...