Capítulo 23

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William

Ele está do mesmo jeito que imaginei que estaria após três anos. Um ano inteiro eu estava na cadeia, imaginando seu rosto enquanto dormia na cela. Enquanto meus pesadelos rodavam naquela noite que Ty chama de Treze de Maio. Dois anos depois eu nunca pude parar de imagina-lo com barba, com o cabelo maior e... Com a porra do mesmo sorriso debochado. Antes eu achava aquele sorriso a coisa mais maravilhosa do mundo, como o sol aparecendo após um dia tempestuoso. Quebrei a cara e descobri que a mesma pessoa do sorriso ensolado foi a mesma que fez um furacão na minha vida. Que ironia. Tento deixar de lado meu nervosismo em revê-lo.

- Warley.

- Que bom que lembra meu nome, príncipe. Nunca esqueceu nossos momentos não é?

- Você é uma pessoa inesquecível.

- Obrigado.

Dou um pequeno sorriso antes de falar de novo.

- Não foi um elogio.

O sorriso dele some de uma vez. Uma máscara horrível de frieza tomou suas feições. Os olhos castanhos ficaram cravados em mim enquanto seus lábios se moviam.

- Vai se lembrar do meu nome ainda mais depois que eu colocar você na cadeia de novo.

- Eu estou livre. - Rebato.

- Mas meu irmão está morto. Então?

- Já disse que a culpa não foi minha. A culpa...

- Foi de quem, então?

- Não sei. Não consigo me lembrar daquela noite direito e aposto que você também não. Estávamos bêbados, em uma maldita festa e seu irmão resolveu vender os bagulhos dele a Deus e o mundo.

Warley estava se segurando para não perder a paciência, consigo notar sua respiração forte como a de um touro e suas narinas dilatadas. Ele dá medo, é verdade. Nunca pensei que a frase, "encare seus medos de frente" fosse me ser tão literal. Odeio quem disse essa frase.

- Seu irmão viu você, Will.

- Por favor, você vai confiar em Wess? Me poupe.

- Wess é mais honesto que você.

Eu não tenho tempo para isso, sinceramente.

- Tenho que ir, estou trabalhando. E você, o que está fazendo aqui?

- Seu espertinho eu trabalho aqui.

Quase deixo a caixa cair de minhas mãos. Quando isso não acontece, agarro o papelão com mais força. Como ele está trabalhando aqui? Se estabilizou rápido demais.

- Conheço pessoas aqui. - Ele diz como se explicasse tudo. 


- Não ligo.

- Vamos entrar, príncipe?

- Cala a boca. - Rosno saindo de perto dele.

Vejo Davi de longe, Minha preocupação se aflora ao saber o quão perto de Warley ele vai ficar agora e eu não posso falar nada. Falar sobre Warley será falar sobre o que aconteceu naquela noite. As duas coisas são bem ruins.

Chego perto do meu chefe.

Entrego a caixa a Félix.

- Senhor Laurent? - Warley fala, fingindo surpresa; idiota fingido do...

- Ross. Ah, eu estava esperando.

- Há muito tempo?

- Não, na verdade. Este é meu... Amigo, William.

Minha Solução | Série Irmãos Laurent-(Livro 3) (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora