William
O motorista de aplicativo parou em frente a casa de Davi. Foi então que percebi que meu coração estava acelerado demais e que não havia palavras em minha mente para conseguir explicar tudo. Meus movimentos seguintes - Descer do carro, abrir a porta, entrar e fechar a porta. - todos pareceram robóticos. A casa estava em puro silêncio.
A primeira coisa que pensei foi que ele não estivesse em casa. Mas ele está sim.
Estava deitado em um dos sofás, levantou quando ouviu a porta sendo fechada e por menos barulho que eu tivesse feito, Davi tem ouvidos afiados.
- William?
Não ter o apelido falado me causou um peso a mais de culpa. Não dou um só passo, eu espero que Davi venha até mim como imaginei que faria. Na minha frente consigo perceber detalhes que não percebi quando ele estava sentado no sofá; seus olhos estão vermelhos; seu cabelo está bagunçado; sua roupa, amarrotada. Ele está péssimo.
- Ainda me quer aqui? - Pergunto tentando controlar a voz ao mesmo tempo que me nego a olhar para o rosto dele.
- É a nossa casa.
Não rebato. A mão dele sobe até meu ombro, depois se arrasta até minha bochecha. No mesmo momento falamos:
- Desculpe.
- Ty está bem? - Ele pergunta.
- Eu ainda não sei. Mas vou ao hospital amanhã.
- Você estava certo, eu não entendo. Meus irmãos estão vivos.
- Mas eu também menti. Eu não quero você longe de mim.
- Diego te deu um soco, não foi?
- Meu nariz é a coisa mais perceptível em um raio de dez quilômetros.
Isso faz ele dá uma curta risada. A mão ainda na minha bochecha começa a esquentar, o calor me faz arrepiar da nuca até as pernas. Uma corrente elétrica que eu sabia que só acontecia com ele.
- Seus irmãos me odeiam agora, não?
- Não vamos falar dos meus irmãos, por favor. - Davi me beija.
Não posso deixar meu corpo parado por muito tempo. Eu o agarro, eu o prendo ao meu corpo por uma gigante necessidade.
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Davi
Eu quero moldar-me ao peito dele para sentir a vontade com que ele inspira e expira, esquecer as desavenças e o furacão de problemas que está além da porta da frente. Só existe eu e ele agora e, enquanto nos beijamos só consigo sentir a necessidade de deixar minhas mãos presas a ele, porém livres para passear pelo seu torso, rosto, costas. Tenho a sensação de triunfo ao cair na ilusão de que conheço mais o corpo dele do que ele mesmo. A boca dele traça um caminho conhecido, sua língua mais as minhas mãos... Ambas conhecem seu dever.
Meus passos para trás são acompanhados pelos dele, para mais perto, um desafio para que nossas bocas nunca se separem e ao apreciar isso, o momento sensação esqueço que somos o que a sociedade nos considera doentio. Somos apenas dois humanos que se gostam, que se beijam e que não querem ter problemas por isso. Por fazer o que todos fazem.Quando sinto o sofá nas minhas costas eu paro de beijá-lo mesmo que não seja algo que planejei. Mantenho a mão no seu peito, nossas respirações se cruzam.
- Não consigo imaginar o que está sentindo, mas quando perguntei se queria namorar comigo, também quis dizer que estava aqui para tudo.
- Eu... - Ele parece travar.
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Minha Solução | Série Irmãos Laurent-(Livro 3) (Romance Gay)
RomanceOs últimos anos não tem sido fáceis para a família Laurent, e agora Valentim e Vanessa tentam convencer seu terceiro filho que ele precisa de um segurança. Davi Laurent não aceita a ideia de primeira, mas para tranquilizar seus pais ele decide fecha...