Minha Solução | Série Irmãos Laurent-(Livro 3) (Romance Gay)

Capítulo 7

(William)

Virginia Woolf disse:

É muito mais difícil matar um fantasma do que matar uma realidade.

Desde ai comecei a pensar quem era meu fantasma e qual era minha realidade; acabei descobrindo que não gosto de pensar sobre ambos.

O dia começou péssimo, tive que mandar mais de vinte mensagens para Júlio pedindo desculpas, depois tive que encarar Billy que parece estar em todos os lugares. Davi disse que hoje, justamente hoje, eu teria que ir treinar defesa pessoal com o irmão dele, Kevin Laurent.

Billy pareceu se divertir com a ideia de não me ter por perto, tive de perguntar a Davi onde ele ficaria.

Em casa, ele me respondeu, ele ficaria em casa.

Não consigo tirar da cabeça o momento que li para ele, quando ele vai pedir de novo?

Não. Não posso pensar assim. Me preparei para ir treinar enquanto tentava encontrar defeitos para colocar em Davi Laurent.

Sai de casa não encontrando nenhum.

***

Kevin me olha como se fosse um caso perdido e acredito que sou mesmo.

Ele disse que começaríamos com boxer, algo simples, depois me ensinou táticas de acertar um inimigo caso ele me prenda por trás. Bem, eu havia conseguido, por pouco. Mas na minha terceira tentativa ele quase acertou a ponta de uma adaga no meu tórax quando minhas mãos estavam presas e minhas pernas confusa sobre a própria posição, se me mexesse um centímetro se quer, cairia.

—Segurança pessoal? —Ele pergunta.

—Preciso do emprego.

Ambos estávamos suados, ele de regata preta e eu sem camisa. Max, seu filho, foi proibido de ficar quando começamos a mexer com facas e treinar arremessos com elas.

—O que fazia antes?

—Você também leu minha fixa?

Kevin dá um sorrisinho convencido.

—É, já li. Mas sabe o que é estranho? Não há nada que diga suas experiências.

—Porque eu não tinha, eu trabalhava por conta própria e longe da sociedade. Preciso mesmo do emprego.

—Pegue. —Kevin estende uma faca de prata para mim. —Tente acertar o alvo. Pense em alguém que odeie profundamente.

O alvo é uma escultura de borracha um pouco maior que eu. A sala de repente pareceu perder todo o ar, há apenas duas janelas que estão escancaradas, mas é como se tudo —inclusive Kevin —decidissem parar, congelar, enquanto eu perdia o ar e pensava na pessoa que mais odeio.

Wess Stony me colocou na prisão.

Dean Stony não mexeu a droga de um dedo para me defender quando meus irmãos mais velhos me espancaram.

Warley Ross é um canalha traidor que me entregou sem mais nem menos para minha família, como se nem ousasse pensar em nada a não ser seu beneficio. Eu fui ferrado. 

Eu os odeio tanto que faço com que aquela escultura de borracha escura se torne o rosto dos três, um de cada vez, então respiro fundo buscando ar. Jogo a faca. Acerto a boca do boneco.

—Uau. Isso foi impressionante.

—Eu só fiz. Foi surreal de bom.

—Eu sei que sim. É trabalho de Rafael ensinar sua pontaria, mas vamos... Custar menos com isso.