••Capítulo 29••

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"Foi quando meu pai me disse: filha, você é a ovelha negra da família. Agora é hora de você assumir e sumir. Baby baby, não adianta chamar, quando alguém está perdido procurando se encontrar. Baby baby, não vale a pena esperar, oh não, tire isso da cabeça e ponha o resto no lugar."— Rita Lee (Ovelha Negra)

GIOVANNA

Acordei com uma baita dor de cabeça, encher a cara ontem não foi uma boa ideia, tomo um banho gelado pra ajudar na ressaca. Quando já estou de banho tomado e vestida, vou até a cozinha pegar uma água pra ajudar a tomar o remédio.

— Oi, querida!— vovó diz assim que eu entro na sala.— Como foi a tal festa?

— Começou péssima, mas terminou ótima!— digo sorrindo, me sento no sofá e tomo o remédio.

— Quero saber quem é o responsável por esse sorrisinho aí!— ela diz e eu sorrio lembrando do quão fofo Leo é e o quanto eu gostei de ficar com ele ontem.

— É o Leo, lembra dele?

— O filho da Lúcia? Aquele que você tava namorando?

— Esse mesmo!— digo.

— Mas vocês não tinham terminado?— vovó Mimi sempre foi uma boa ouvinte, ela é do tipo que te ouve sem julgar e sempre dá bons conselhos. No ano anterior, quando eu e Leo terminamos, ela me deixava desabafar sempre.

— Sim, mas aí ficamos algumas vezes.

— E você ainda gosta dele como gostava antes?— essa pergunta me faz pensar. Eu gostava muito do Leo, ainda gosto, mas o Victor bagunçou tudo.

— Eu gosto dele, mas estou confusa!

— Deixa eu adivinhar, tem um outro cara na jogada?— era incrível como a Dona Miranda me conhecia.

— Tem um outro garoto, mas ele só quer ficar comigo escondido. Essa coisa de escondido é mais gostoso, mas cansa, uma hora você enjoa de ter que esconder de todo mundo, você quer andar de mão dada na rua e poder contar para as amigas. — digo com a voz um pouco mais alterada.— E eu disse que tava cansada de brigar e que queria fazer tudo certo, mas o idiota disse que não podíamos. A verdade é que ele tem medo de assumir pra todo mundo!

Vovó me encarava, eu despejei tudo sobre ela, mas pelo menos me sentia mais leve.

— Minha querida, — vovó começou sua voz era calma e serena, ela pousou a mão na minha perna e fazia um carinho com o polegar.—Algumas pessoas amam te ter, mas não te amam. Se ele gosta de você, você vai saber, se ele não gosta, você vai está confusa.

— Eu só quero esquecer tudo!

— Vai passar, dias melhores virão!— ela diz.

— Tá vindo de ré com o freio de mão engatado, só pode!

Fico pensando um bom tempo no que vovó disse, o que era uma completa verdade. Mas foi melhor assim, ter cortado pela raiz enquanto ainda tá crescendo, tirando toda a chance de que vire um sentimento mais forte.

— Cadê o resto do povo?

— Sua mãe saiu para comprar algumas coisas, Otávio e o Guilherme estão na farmácia.

— E o mala do Inácio?

— Acho que ainda tá dormindo!— vovó diz e eu olho o relógio, 13h.— E eu vou visitar uma amiga antes de voltar pra casa.

— Quando vocês voltam?

— Hoje mesmo, a fazenda não pode ficar sozinha.— vovó diz e eu faço um biquinho fazendo-a rir.— Sabe que pode me visitar sempre, a fazenda é praticamente aqui do lado.

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