••Capítulo 56••

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"Você diz que sou louco, porque acha que não sei o que você fez. Mas quando você me chama de amor eu sei que não sou o único."— Sam Smith (I'm Not The Only One)

GIOVANNA

Na manhã seguinte acordei com uma puta dor de cabeça e com ressaca moral, seria muito melhor se tivesse esquecido, melhor do que ficar o dia inteiro me sentido envergonhada por tudo que eu disse ao Victor. Eu não lembrava exatamente de tudo, apenas de nos dois no bar e eu desabafando com ele, lembro vagamente dele me trazer em casa e só.

Passei o dia ajudando meu pai na farmácia, não procurei o Leo, não liguei nem mandei mensagem, se ele quiser que me procure, cansei de correr atrás.

Porém, na sexta eu tive que encarar ele de qualquer jeito, iríamos ensaiar para a apresentação no bar do Joe amanhã.

Quando cheguei no bar, Leo e estava lá, ele dedilhava o violão e cantava baixinho Meu Erro dos Paralamas do Sucesso, foi a primeira vez que eu via ele depois da briga de quarta-feira. Ele evitou me olhar nos olhos o tempo todo, esperamos os meninos chegarem, JP amenizava o clima falando algumas bobeiras.

— E aí?— Carlos diz se aproximando.

— Cadê o Eduardo?— Leo pergunta.

— O Eduardo está gripado, você vai ter que cantar sozinha, Gio — Carlos diz e eu assenti.

Os equipamentos já estávamos montados então começamos o som logo, começamos tocando De Tanto Amor do Nando Reis.

— Qual é gente? O que tá rolando?— Carlos perguntou. — Gio, você errou a letra outra vez e o Leo, você tá tocando fora do ritmo.

Eu bufo revirando os olhos.

— O Carlos tem razão, eu sei que as coisas estão estranhas para vocês, mas vocês precisam levar a coisa a sério, não podemos nos apresentar assim amanhã.— JP falou.

— Tá legal, vamos de novo!— Leo falou.

Começo a cantar Me dê motivos do Tim Maia, tava tudo correndo bem, até o Leo parar de tocar.

— O que foi?— perguntei parando de cantar.

— Não tá dando!

— O que não está dando?

— Isso — ele diz me entregando o violão.— A gente...

— E vamos de intervalo — JP diz saindo de trás da bateria, os meninos se afastam e eu continuo olhando para o Leo.

— Não vai dar pra nós dois tocarmos juntos amanhã, eu não vou tocar, a banda precisa mais de você do que de mim, ainda mais com o Eduardo gripado.

— Qual é, se você não sabe ser profissional o bastante para não misturar as coisas não desconte na banda.— digo praticamente gritando.

— Não está funcionando mais, você não vê?— ele grita de volta.— Não está dando certo!

— Por que eu tenho a impressão de que você não está falando da banda?— Leo desvia os olhos do meu soltando um suspiro pesado.

— É melhor a gente dá um tempo.

— Você está terminando comigo?— pergunto incrédula.

— É só um tempo!

— Você sabe quem essa coisa de um tempo não é verdade.

— Vai ser melhor para nós dois, para a gente pensar, entender o que queremos e o que sentimos.

— Eu sei muito bem o que sinto, fale por você...

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