Ligações profundas

Capítulo 15 Um jantar delicioso

Quando acabou o trabalho, Rafaela foi para casa e quando lá chegou tinha um bilhete em cima da mesa: "Põe-te confortável e as dez vamos comer". Rafaela decidiu ir tomar um banho e trocar de roupa. Vestiu um vestido as flores com botões do início até ao fim e calçou umas sandálias rosa. Depois de uma hora a se preparar, saiu do seu quarto e foi até a cozinha.

Na cozinha, estava já a mesa posta com velas vermelhas no centro e David estava ainda a acabar de cozinhar. Este vestia umas calças de ganga e uma camisola branca e estava descalço, como sempre.

-Podes sentar - disse apontando para a mesa -Já estou mesmo a acabar.

-O que vamos comer? - perguntou ela, cheia de fome e com medo que ele não tivesse muito jeito para cozinhar.

-Bifes com batatas, arroz e salada - disse ele trazendo tudo para a mesa - Já agora viste o meu telefone? Não sei onde o meti, andei o dia todo sem ele.

-Não - respondeu ela com um sorriso escondido - Não tens outro?

-Não tive tempo para mandar vir outro. Faço isso amanhã e pode ser que esteja perdido em casa. Vamos comer antes que fique frio. Bom apetite!

Rafaela começou a comer e devorou quase tudo num estante.

-Que foi? - perguntou ela ,porque este estava farto de sorrir para ela - Tenho alguma coisa nos dentes?

-Não - respondeu ele sorrindo e indo buscar a sobremesa, que era bolo de bolacha que Rafaela tinha feito no dia anterior.

-Isso é batota - disse ela, porque ele não tinha feito o bolo - O bolo foi eu que fiz.

-Desculpa - explicou ele - Eu só tenho jeito para cozinhar. Fazer bolos é mais a tua onde, e decidi que não devia tentar competir contigo nessa área.

-Porque ias perder - disse ela sorrindo - Tal como vais perder hoje!

-Ainda são onze e meia - disse ele olhando para o relógio e indo se sentar a sua beira, para comer a batia de bolo de bolacha - Ainda tenho tempo.

Rafaela estava a comer o seu bolo de bolacha e deixou um bocado na ponta do seu lábio, sem reparar.

-Tens uma coisinha aqui- disse ele apontando para a sua cara.

-Onde? Aqui? - perguntou ela, limpando o lado errado.

David achou-lhe piada e limpou-lhe a cara dela com o seu dedo. Passado um minutos ela tinha outro bocado desta vez no lábio e outro na cara.

-Não sabes comer? - perguntou ele irritado, sabendo que ela podia estar a tentar fazer batota.

-Que foi? - perguntou ela limpando só o pedaço que tinha na cara com o seu dedo.

David levou o seu dedo sujo a sua boca e chupou-o lentamente, em seguida puxou a sua cadeira para a beira da sua e beijou-lhe suavemente a ponta do lábio, limpando o bolo que tinha lá.

-Eu sabia que também gostas deste jogo de sedução! - disse ele rindo.

-Não sei do que falas! - disse ela sorrindo e mordendo o seu lábio, nesse mesmo momento deixou cair mais um bocado de bolo, mas que desta vez caiu num dos seus seios.

David sorriu e sabia que não ia puder resistir aquilo, por isso levantou-se e pegou nela, sentando-a em cima da mesa da cozinha, com as pernas enroladas na sua cintura. Começou a despertar os botões do seu vestido até o último, o que deixou revelado a sua roupa interior vermelha rendada, aquela que ele lhe tinha oferecido nessa manhã.

-Tu adoras estes jogos - disse ele sorrindo, satisfeito de ela estar a usar a roupa provocante que ele lhe deu.

-Que foi? Gosto de me sentir bem - disse ela olhando e sorrindo para ele.

-Não precisas de sentir bem. Tu és linda e estreitamente sensual - disse David, que em vez de limpar finalmente o bolo que escorregava pelos seus seios, em vez disso pegou no seu prato de bolo e deixou cair um pouco mais, espalhando os bocados do bolo por todo o seu peito.

-Ninguém é assim tao desastrada - disse ele piscando um olho.

Os bocados de bolo frios arrepiaram um pouco Rafaela, mas nada comparando com os doces beijos de David que se seguiram, tentando limpar toda aquela pequena confusão. Cada beijo e cada lambidela, deixavam Rafaela cada vez mais perto da loucura.

-David - disse ela, não sabendo bem se era em desespero para parar ou para continuar.

Os beijos dele nos seus seios e as suas mãos tocando suavemente o seu corpo, levou Rafaela até ao fim do mundo. David também estava a ficar perto de enlouquecer e ia quase beija-la, quando Rafaela acabou por se desatar a rir.

-Perdeste! - disse ela sorrindo e indo vestir o seu vestido ,que estava agora já no chão.

-De que estas a falar? Ainda tenho quinze minutos para a meia noite.

-Não tens nada.

-Rafaela? - perguntou ele confuso e um pouco zangado.

-Eu adiantei os relógios quinze minutos. Isso quer dizer que já é meia noite. Perdeste.

-Tens um pequeno diabo dentro de ti. Foi por isso que não sabia do meu telemóvel, não foi?

-Sim, adiantei o da cozinha, o da televisão, o do teu relógio e o do micro-ondas e escondi o teu telefone, que te roubei, hoje de manhã, enquanto estavas no banho. Mas tenho que admitir que isto foi divertido.

-Tu também gostas de jogar? Deixaste cair o bolo de prepósito, não foi?

-Sim, mas tu também tentaste me enganar na reunião. E tenho de admitir, que por muito que quisesse ganhar, uma parte de mim ficou com pena de não me teres beijado, na casa de banho feminina.

-Porque?

-Digamos que talvez me sinta atraída por ti e que te quero tal como me queres.

-A sério?

-Sim - disse ela suspirando - Mas não interessa, porque ganhei e agora pretendo fazer o meu desejo.

-Queres que me vá embora?

-Não sei bem o que quero.

-Ainda bem, porque quem ganhou foi eu - disse ele, agora era a sua vez de sorrir com maldade.

-Não ganhaste. Já acabou o tempo - disse ela confusa com a sua expressão de felicidade.

-Acabaste de dizer que te sentias atraído por mim e que me desejas.

-Sim, mas já passou o tempo.

-Não - disse ele sorrindo e tirando um novo telefone do bolso - Eu adiantei todos os relógios uma hora antes, quer dizer que ainda são onze horas.

-Não pode ser - disse ela indo ver as horas ao seu telefone - Eu tenho a hora certa no meu telefone.

-Pois, mas como sabia o que tinhas feito, eu sabia que a única maneira de te apanhar, era mudar a hora do teu telefone também.

-Como e que fizeste isso?

-Tenho um amigo que percebe disso, ele ensinou me a mudar a hora sem entrar no teu telefone.

-És um batoteiro - disse ela dando-lhe uma sapatada no ombro.

-Tu fizeste batota primeiro. O que quer dizer que eu ganho e posso fazer o meu desejo.

-O que vais desejar? - perguntou ela com medo e enervada.

-Amanha verás - respondeu ele - Mas certifica-te que amanhã estas de folga o dia todo, porque preciso de ti para todo o dia, pode ser?

-Sim... - disse ela engolindo em seco, com medo dos planos que David tinha preparado para ela, no dia seguinte.