Capítulo 15

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Olá ^^
Espero que todos estejam bem de todas as formas possíveis!
(Eu só preciso concertar meu horário de dormir senão coisas ruins vão acontecer quando as aulas voltarem ;-;)
Boa leitura e não esqueçam de votar ^^

Palavras: 3290

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— Ela ficou ótima em você. — V sussurrou, com os olhos castanhos fixos nos meus. A máscara abafava um pouco minha respiração e esquentava o meu rosto, mas, como estávamos no inverno, chegava a ser uma sensação agradável. Ele deu mais uma volta ao meu redor, observando os detalhes da roupa completamente preta e como ela me vestiu bem. — Pode olhar.

Virei-me na direção do espelho do closet, o qual ocupava toda a parede, e vi ali a figura que por vezes habitava meus sonhos e pesadelos. As roupas impermeáveis completamente pretas não deixavam parte alguma do meu corpo a mostra, com a gola do suéter de um tecido estranho cobrindo todo o meu pescoço. A máscara folclórica tapava todo o meu rosto e, quando eu colocasse o capuz, o meu cabelo também não poderia ser visto.

Entretanto, por mais que eu estivesse idêntico ao que V ficava quando vestia aquelas roupas, ainda havia algo faltando, algo que tirava o caráter místico daquela vestimenta. Era como se a roupa soubesse que eu não era o seu dono, que eu ainda não era digno de vestí-la porque não havia ceifado vidas. No espelho ainda era só um homem em uma roupa.

— Jungkook, você está sexy. — Um brilho desejoso brincava nos olhos de V, mas também havia um certo orgulho em seu rosto. Ele não enxergava a falta de essência em mim, a essência que o habitava. Seus dedos longos seguraram a beirada da máscara e, ao invés de tirá-la, como imaginei que faria, beijou os lábios pintados da raposa. Aqueles nem ao menos eram os meus lábios, mas senti um arrepio percorrer o meu corpo.

— Acho que fez bem em escolher a mim para isso. Com essa roupa nós ficamos idênticos. — Eu tirei a máscara, fazendo algumas mechas do meu cabelo se atrapalharem. Quando eu matasse durante nosso plano, eu não poderia me deixar ser visto, porque V nunca era visto. Eu não poderia fazer com que tivesse sangue, porque V deixava tudo limpo. Eu não poderia deixar qualquer vestígio da minha existência e, caso houvesse algo, caso me vissem, precisavam acreditar que era o Serial Killer. O plano era que eles deveriam saber que o assassino o qual estavam caçando era o autor daquele crime, mesmo que eu devesse quase alcançar a perfeição.

— E você aprendeu muito bem tudo que deveria. Não há como dar errado. — V guardou a máscara que eu segurava junto com as outras do closet, todas organizadas com perfeição, assim como os crimes que ele cometia.

Durante os meses que se passaram desde a proposta de V sobre eu participar ativamente dos seus planos para enganar a polícia, eu havia treinado. Todos os processos foram decorados e praticados da melhor forma possível. Agora, com a neve cobrindo as calçadas de Paris, eu conhecia os detalhes dos métodos de assassinato de V, todos calculados de forma analítica. O fato de eu ter feito faculdade de química me ajudou a ser atento e perfeccionista e, após tudo isso, ter alguma convicção de que poderia matar tão bem quanto V. 

— Nós precisamos nos preparar para a festa da One Step de hoje. O Namjoon vai estar lá, assim como várias pessoas influentes. — Acompanhei V para fora do closet e notei que havia voltado a nevar. Os pequenos flocos caíam do céu cinzento de Paris, fundindo-se no vidro da janela ampla do quarto e escorrendo até o beiral. — Vou tentar fazer com que ele se sinta livre para marcar uma conversa comigo, mas que não saiba que eu quero que faça isso. 

— E como pretende fazer isso?

— Talvez algumas sugestões sutis… — V tocou o queixo, bocejando logo em seguida. — Eu também posso ser um improvisador, além de um planejador cuidadoso. — Ele piscou um dos olhos e eu ergui as sobrancelhas, sorrindo logo em seguida. Eu admirava todo o seu jeito metódico e calculista, mas não podia negar que V também possuía o dom do improviso, visto que era capaz de convencer pessoas mesmo sem um planejamento de palavras.

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