Capítulo 6

390 78 44
                                    

Olá <3
Espero que estejam tendo um bom começo de ano e aproveitem o capítulo ^^

Palavras: 3320

////----////

Eu jamais pensei que Hoseok e Yoongi dariam continuidade ao romance que haviam começado na adolescência, porque o meu amigo era romântico demais e Suga não parecia ser do tipo “E viveram felizes para sempre”. Por isso, quando a mãe de Hoseok me disse que ele não morava mais em sua antiga casa, mas sim com Min Yoongi, fiquei sinceramente surpreso. A Sra. Jung não pareceu me reconhecer, mas, se reconheceu, ignorou completamente o fato de eu ter sumido há treze anos. Então, pensando que eu era um cliente da loja que supostamente Hoseok havia aberto com Yoongi, passou-me o endereço do comércio.

O céu estava levemente rosado, revelando que a noite, após aquele fim de tarde, seria fria. Mesmo assim, enquanto dirigia em direção à loja de artigos de informática e jogos, abri uma fresta do vidro do carro, sentindo a brisa fria bagunçar meus cabelos. Eu ainda não sabia ao certo o que dizer ao Hoseok, porque ele nunca havia me decepcionado. Meu amigo era e fez exatamente o que eu esperava dele, porque eu também não tinha altas expectativas. Nunca esperei que Hoseok amasse apenas a mim, ou que me surpreendesse com atos não medíocres. Ele era apenas comum, mediano.

Estacionei o carro assim que o GPS indicou que eu havia chegado ao local, mas, mais uma vez, fiquei um tempo no interior do carro, observando a fachada da loja. Desta vez não foi por hesitação em ver Hoseok ou Yoongi, mas porque nela era exibida a enorme e inconfundível logo da OneStep, a empresa comandada por V.

Eu não acreditava em coincidências quando se tratava de V e, com certeza, Hoseok trabalhar em uma das filiais da empresa francesa não era uma obra do destino. Saí do carro a passos largos, indo em direção à loja, agora também movido pelo propósito de descobrir o que V pretendia com aquilo.

A loja não era grande e também não estava cheia de clientes. Era mais como um comércio familiar de bairro, exceto pelo fato de ser patrocinado por uma multinacional, o que parecia discrepante. Assim que botei os pés no lugar, meus olhos se encontraram com outros e senti que era reconhecido imediatamente. Yoongi não parecia ter envelhecido nada nos últimos anos, conservando a mesma aparência franzina dos seus dezessete anos. Estaria idêntico, se não fosse os cabelos, agora negros. Seus lábios se entreabriram instantaneamente ao me ver.

— Olá, Suga. — Cumprimentei, com um sorriso de canto, ainda sendo analisado pelos olhos apertados, que passavam por minhas roupas sociais de marca. Ele pareceu estar em transe, até que um cliente perguntou sobre o lançamento de um novo jogo de Xbox e o homem me ignorou para atendê-lo. Era compreensível, negócios são negócios.

Enquanto Suga falava sobre as vantagens de comprar o jogo original, notei que um garoto, com cerca de sete anos de idade, saía de trás do balcão segurando um mini game antigo. Ele parecia completamente absorto no jogo, com uma goma de mascar na boca e um boné virado para trás. Estava tão distraído que quase trombou em uma prateleira, se eu não tivesse segurado seu ombro e mudado seu curso. O garoto levantou os olhos na minha direção, sorrindo de modo que os dentes, e os lugares onde eles faltavam, ficassem aparentes. — Tome cuidado, garoto. — Falei, dando tapinhas em seu ombro. Quando voltei a olhar para Yoongi, notei que seus olhos estavam cravados em mim e sua expressão era completamente dura.

— Jinyoung, eu disse que você precisa fazer o dever de casa antes de… — Reconheci a voz antes mesmo de Hoseok aparecer de uma porta atrás do balcão da loja, entrecortando sua fala assim que colocou os olhos em mim. O garoto, provável Jinyoung, guardou o mini game no bolso do short que usava, fazendo um bico.

— Tudo bem, papai. — O menino falou, meio tristonho, arrastando os pés de volta para o interior da loja. Ao passo que o filho de Hoseok e Yoongi ia fazer seus deveres, o meu amigo de infância parecia alheio a tudo que acontecia ao seu redor, apenas boquiaberto e estático, encarando-me.

UltravioletaOnde histórias criam vida. Descubra agora