Capítulo 22

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Olá, pessoas. Desculpem a pequena demora para postar dessa vez, mas eu não estava conseguindo colocar em palavras a cena e os sentimentos que eu queria passar. Isso acontece às vezes. Mas, estou aqui :)
(Finalmente aprendi a colocar travessão)

Palavras: 2820

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V

ㅡ Pode me contar o que houve quando matou o presidente? ㅡ Olga perguntou, desviando os olhos de suas anotações. Era difícil dizer se o que sentia era medo ou pura curiosidade. Eu não duvidava de nenhuma das duas possibilidades.

ㅡ O Jungkook não me perguntou. Tem certeza que quer saber? ㅡ Minhas sobrancelhas se ergueram e a russa retribuiu a expressão, parecendo parar por alguns segundos. Ambos não queriam que eu notasse o receio que sentiam, mas Olga tinha mais motivos racionais do que Jungkook, eu desconfiava. Ele sequer me perguntou diretamente, talvez por ser orgulhoso demais para tal.

ㅡ Ele deve ter seus motivos para evitar conhecer detalhes. Eu tenho meus motivos para querer saber cada um deles. ㅡ A sobriedade a habitava como uma velha amiga, transformando-a em uma pessoa objetiva e que confiava em cada uma de suas próprias palavras.

ㅡ Entendo perfeitamente seus motivos. Quer saber com que tipo de ameaça está lidando. ㅡ Sorri de canto e deslizei os dedos pelo teclado do computador à minha frente, sem pressionar nenhuma tecla. ㅡ Bom, tem um pequeno detalhe, o qual eu omiti ontem, que acredito ser bom que você saiba.

ㅡ Poderia me dizer qual é?

ㅡ Não fui eu quem matou o presidente. ㅡ As palavras fizeram com que ela estagnasse, curvando as sobrancelhas claras. Por um momento, Olga esperou que eu dissesse que era uma brincadeira, mas, como fiquei calado, seu cérebro começou a pensar por si só, encaixando as peças.

ㅡ Você fez com que alguém matasse por você. Apenas coordenou o assassinato, como fez com Charlotte. Eu deveria ter imaginado. ㅡ O alívio era claro em seu rosto, tanto quanto a decepção que sentia por não ter pensado naquilo antes

ㅡ Também acho que você deveria ter imaginado. Cautela sempre foi algo que prezei intensamente, tanto que a coloquei em primeiro lugar em todos os meus atos mais arriscados. ㅡ Estreitei os olhos, sentindo-os queimar. — Contudo, nem você e nem o Jungkook parecem se lembrar disso o suficiente. Temem coisas que não deveriam e me subestimam, como se eu fosse iniciante.

ㅡ Não foi a intenção. Apenas estamos sendo cautelosos ao pensar nos riscos de se matar um presidente. Como você mesmo disse, a cautela sempre foi algo que colocou em primeiro lugar. ㅡ Os olhos de pálpebras baixas e entediadas faiscavam com suas espertas palavras. Eu sorri perante à forma com que Olga saía das situações.

ㅡ Gosto de como é rápida com as palavras, mas entendo perfeitamente suas intenções. ㅡ A mulher deu um leve sorriso, antes de voltar a sua expressão costumeira. Não era tão divertido tentar provocá-la como era com Jungkook. ㅡ Sobre o assassinato, eu presumo que a polícia vai focar, principalmente, nos convidados. Eu fiquei lá apenas durante a noite e o assassinato foi no dia seguinte a isso, em uma extensão da festa. Tenho convicção que não chegarão até mim.

ㅡ Há algum risco de o verdadeiro assassino te entregar?

ㅡ Eu sou o verdadeiro assassino. Ele é só minha marionete. E não, não há a menor chance. Quer dizer, teoricamente sempre há alguma possibilidade. Porém, não acredito que irá. ㅡ Se o maldito Vincent fosse pego e me entregasse, para tentar diminuir sua pena, ele morreria, na melhor das hipóteses, e sabia bem disso. Se me entregasse, significaria que eu tinha feito uma má escolha de marionete e que havia superestimando sua ardente ambição, a qual encaminhava todas as suas ações.

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