Capítulo 16 (Ellay)

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- Ficou ótimo Ellay - o Aspen diz enquanto olha a nova planta que eu fiz juntando os dois desenhos.
- Também achei, o seu Jorge vem aqui 14:00 pra ver como ficou o projeto, e acertar o orçamento, aí já podemos começar a obra.- digo animada, se ele gostar de como ficou o novo desenho vou ter uma pousada que eu desenhei e nem terminei meu curso mais feliz impossível.
- sim, estou animado com essa obra. - diz sorrindo pra mim e sentando em sua mesa.
Sorrio pra ele.
- você está namorando o Breno ? - ele pergunta
- não
- está ficando com ele ?
- não também, por que quer saber.
- pra te alertar ele pode parecer bonzinho mas ele não é quem você pensa.
- acho que eu sei me cuidar sozinha. - pausa - e precisa haver uma separação da vida pessoal e vida profissional, aqui você é meu chefe não meu conselheiro.
- beleza então, só não diga que eu não te avisei depois.
Fico pensando no que o Breno poderia me fazer de tão grave que eu precise ser alertada e o porque eles se odeiam tanto.

Até a hora da reunião ele não trocou uma palavra comigo. O telefone da sala toca
- oi Ellay, o senhor Jorge está aqui na recepção.
- oi Laura, tá bom obrigada por avisar.
Desligo o telefone.
- o senhor Jorge já está lá na recepção viu levar ele pra sala de reuniões.
- tá bom, eu vou levar as coisas pra lá agora.
- tá bom.
Saio da sala e vou até a recepção.
- olá senhor Jorge como vai ?
- oi Ellay vou bem e você.
- estou ótima, por favor queria me acompanhar.
Estou levando ele até a sala de reuniões.
- Ellay vem aqui agora. - a Clarisse me chama indo em direção a sua sala.
- já vou
- agora
- senhor pode aguardar aqui que o Aspen já vem atender o senhor. - digo para o Jorge
- está bem.- ele sorri.
Estou caminhando em direção a sala da Clarisse pra ver o que ela quer de tão urgente.
- ei onde você está indo e a reunião. - o Aspen me pergunta quando cruza comigo no corredor.
- a Clarisse está me chamando eu vou daqui a pouco pode começar a reunião sem mim.
- ELLAY SERÁ QUE VOCÊ NAO TEM A CAPACIDADE DE ANDAR RÁPIDO AO INVÉS DE FICAR DE PAPO FURADO NO CORREDOR. - a Clarisse grita comigo da porta da sala dela e todos os outros funcionários ficam encarando ela.
- daqui a pouco vou pra reunião. - digo pro Aspen.
Vou até a sala dela entro na mesma e fecho a porta.
- oi o que a senhora deseja ?
- eu quero que você vá até a lavanderia pra mim buscar umas roupas pra mim e depois que vá até a imobiliária buscar as chaves do meu apartamento.
- com todo respeito dona Clarisse mas isso não é minha função.
- se você não fizer o que estou mandando agora não vai ter função nenhuma aqui.
- mas eu iria participar de uma reunião...
- quer perder o seu emprego então?? - ela diz me interrompendo.
- não
- então vai agora . - diz me entregando uma nota de 50 reais para pegar a lavagem das roupas.
Saio da sala dela e vou até a minha sala pegando minha bolsa e meu celular.
Pego um ônibus para ir até a lavanderia. Não acredito que ela me fez perder a reunião pra buscar roupa pra ela.

            ***
- oi moça eu vim buscar as roupas da Clarisse Albuquerque.
- só um minuto.
Ela vai lá para o fundo da lavanderia e depois de uns 10 minutos volta trazendo cinco vestidos, dez camisas, sete calças.
- nossa quanta coisa.
- sim, ficou R$50,00 reais.
Dou o dinheiro pra ela e pego as roupas. Pego meu celular pra chamar um Uber pois é muita coisa pra levar de ônibus. Peço um Uber e diz que ele vai chegar em 7 minutos.
Espero 20 minutos e nada do Uber chegar olho o celular de novo e o motorista cancelou a corrida, aí que ódio. Pego aquele monte de roupas e saio correndo pra conseguir pegar um ônibus pra imobiliária.
Pra variar o mesmo está lotado  e não tem um lugar vago, tento me segurar em uma das barras mas é quase impossível por causa que estou segurando aquele monte de coisas na mão. Depois de uns 40 minutos eu desço do ônibus e vou até a imobiliária pegar a chave do apartamento daquela doida.
- moça eu vim buscar a chave do apartamento da Clarisse Albuquerque.
- qual o seu nome?
- Ellay.
Ela vai lá pro fundo e começa a conversar com um dos outros funcionários, e eu esperando, passa cinco, dez, vinte minutos e nada dessa mulher voltar com essa chave.
- moça cadê as chaves. - pergunto pra ela.
Ela me encara nervosa por eu ter interrompido a conversa com seu coleguinha. Ela caminha até onde estou .
- você não pode pegar as chaves, tem que ser a Clarisse pessoalmente. - diz me olhando com desprezo.
- e você precisava demorar todo esse tempo só pra me dizer que eu não posso pegar essa droga de chave ?
- olha o jeito que você fala menina.
- a me poupe minha filha eficiência zero desse lugar.
Saio da imobiliária morrendo de ódio por aquela mulher ter me feito esperar todo esse tempo, pego meu celular pra ver as horas e já são 16:00 e cinco horas acaba meu expediente.
Ligo para Clarisse para dizer que não tem como pegar as chaves do apartamento.
- que foi Ellay? - ela pergunta irritada do outro lado da linha.
- não tem como pegar as chaves do apartamento.
- nossa nem pra isso você tem competência.
- a mulher da imobiliária não me deixou pegar as chaves. - tento falar com a mais calma possível.
- tá bom fazer o que, vai lá na starbucks e pega um Baunilha Frappuccino pra mim.
Antes mesmo de eu falar alguma coisa ela desliga na minha cara. Como a cafeteria não é muito longe de onde estou vou andando até lá, meus braços doem ficar carregando essas roupas pra todo canto.
Chego na cafeteria e está lotado demora 35 minutos pra eu ser atendida e ainda por cima a moça errou meu pedido e demorou mais 15 minutos pra concertarem o pedido. Fiquei tanto tempo lá dentro que nem percebo que começou a chover. Pego o celular pra chamar um Uber mas todos cancelam a corrida porque toda vez que chove a cidade para e o trânsito fica impossível, então pego o guarda chuva dentro da bolsa e vou andando mesmo.
Quando eu estou andando passa um carro e joga água  que estava empoçada perto do meio fio em mim.
- MERDA.
Depois de mais 30 minutos finalmente chego até a empresa. Entro e vou em direção a sala da Clarisse mas ela não está mais lá, volto até a recepção.
- Laura você sabe cadê a Clarisse?
- ela já saiu, foi embora mais cedo hoje.
- eu não acredito que aquela jararaca fez eu sair pra buscar tudo isso pra ela, fez eu perder a reunião, e ainda por cima comprar um frapuccino pra ela com o meu dinheiro, e quando eu chego aqui ela não está. - pausa - desculpa Laura você não tem nada haver com isso.
Ela sorri pra mim.
- você sabe se ela vai voltar pra cá ainda hoje?
- ela disse que não.
- tá bom então, você quer o Frappuccino de baunilha que eu comprei pra ela?
- sim obrigada.
- de nada, a faz um favor pra mim deixa essas roupas na sala dela depois?
- sim sem problema Ellay.
Saio dali e vou pra casa.
           ***

Como um girassolOnde histórias criam vida. Descubra agora