ÚNICO REFÚGIO ( DEGUSTAÇÃO)

Capítulo 5

Eu te digo, minha filha
Não esqueça do que você quer
Não esqueça de querer aquilo
Que vai te fazer feliz

Não esqueça que a vida é pra viver
Lembre sem medo de esquecer
Não espere saber como vai ser...

— Fernanda Takai, NÃO ESQUEÇA.

Desculpem a demora, mas trouxe um capítulo enorme para compensar <3

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NICOLE:

Acabei cedendo às vontades do James em ir para sua casa. Primeiro por estar apavorada demais para ficar sozinha naquele apartamento, e também, eu queria confiar em alguém. Sinto uma necessidade esmagadora dentro de mim, implorando por proteção, pedindo por cuidados que sempre me foram negados e agora ter o meu chefe, que não sabe nada sobre minha maldita vida, atravessar a cidade por se preocupar comigo. Ter seu filho sentado em silêncio ao meu lado, enquanto eu controlava minha crise de ansiedade, fez com que eu sentisse que pela primeira vez em anos, tinham pessoas a minha volta que realmente se preocupavam comigo.

Só acordei dos meus devaneios quando o carro foi estacionado. James desceu e abriu a porta traseira para eu descer, dei um pequeno sorriso agradecendo sua gentileza, caminhei ao seu lado até a porta de entrada da sua casa, onde uma pequena senhora estava parada. Já a conhecia, era a mulher do James, ao menos duas vezes na semana ela ia visitá-lo no trabalho.

— Nicole meu bem, não sabe o susto que nos deu — dona Neide veio em nossa direção e parou ao lado do seu marido. Ergueu a mão e afagou meu ombro, sem contato direto com o meu corpo — nossa pequena cidade já não é tão segura como antes.

— Mãe, vamos entrar, Nicole precisa descansar — Miguel que até então estava em silêncio desde que saímos do meu apartamento falou olhando para sua mãe.

— Claro, que cabeça a minha — dona Neide sorriu me dando espaço para entrar em sua casa — venha Nicole, vou te mostrar o quarto de hóspedes.

— Filha — seu James parou diante de mim na sala — não se preocupe com nada. Quero que se sinta em casa e qualquer coisa me procure, não importa o que aconteça — pude ver carinho e preocupação no seu olhar. É tão bom saber que ele realmente se preocupa comigo. — Não se preocupa com a lanchonete, quero que você descanse por isso te darei alguns dias de folga — abri a boca para questionar, que isso era demais, eu preciso trabalhar — não pense nisso, quero você aqui em casa, por alguns dias, tranquila, depois que o Miguel pegar o bandido que fez isso na sua casa, nós voltamos a conversar.

O quarto de hóspedes é decorado com móveis rústicos de madeira, com as paredes em um tom marrom-claro, cortinas brancas estavam na janela, uma televisão na parede em frente à cama de casal e havia uma porta de madeira no canto, que deve levar ao banheiro.

— Troquei os lençóis para você Nicole — sorriu enquanto colocava um travesseiro e uma coberta em cima da cama — também trouxe um pijama meu e toalhas para poder tomar um banho — falou apontando para a cadeira que tinha no lado oposto da cama, onde ela colocou as peças.

— Muito obrigada! — sussurrei ainda sentindo meu corpo tremer, às vezes os efeitos das minhas crises demoram a passar.

— sei que deve estar muito assustada, mas temos nessa casa dois dos homens mais protetores dessa cidade — me encarou e deu um pequeno sorriso — e, um é delegado, eu garanto a você que meu filho protegerá você, não importa do que você tenha medo. O conheço, sei que arriscaria a própria vida se fosse necessário — ela suspirou — Miguel tem um excelente senso de justiça, igual ao pai — como eu queria acreditar em suas palavras — toma um banho para relaxar querida — disse caminhando em direção a porta — farei um chá para você.